Minho ainda sentia seu sangue ferver e borbulhar em seu interior. Era inacreditável a maneira como Jisung sempre colocava seu ego acima deles. O seu medo de sair como errado o transformava em uma pessoa completamente diferente da que Minho havia se apaixonado.
- Vamos conversar amanhã, agora vocês precisam respirar. - Bangchan ditou com firmeza - Longe daqui. Jisung, vai pra casa. Minho, por favor, vem nos encontrar mais tarde.
O Lee entendeu aquilo como um convite para se retirar até a proxima ordem. E assim o fez.
[...]
Lee respirou fundo ao pisar no corredor lotado de adolescentes que não sabiam falar baixo ou pedir licença para passar. Sua cabeça estava à mil, queria ir para casa.
Só em pensar que as próximas horas do seu dia seriam ao lado de Jisung, um calafrio subia por sua espinha. Uma mistura de raiva e ansiedade, não sabia o que esperar.
Jogou sua mochila de qualquer jeito na mesa e se sentou na sala com poucos alunos. Não demorou muito para avistar Chan e Hyunjin passando pela porta. O Hwang com seu sorriso de sempre e Bangchan com uma feição não tão agradável.
- Min! - Sentiu o ombro de Hyunjin colidir com o seu - Que cara é essa?
- Nada, Hyunie. Como vocês estão?
- Depois daquele circo entre você e o Jisung? Estressado.
Bangchan não conteve palavras, o que fez Minho suspirar baixinho e revirar os olhos. Seu amigo agindo como se não soubesse de tudo lhe causava tamanha raiva que mal conseguia olhar em seus olhos.
- Enfim... Minho, vamos conversar depois da aula. Pode ser?
Antes que pudesse responder, seu olhar fora de encontro com as orbes claras que tanto admirava em segredo. Jisung passou pela porta com seu mesmo sorriso de sempre, os cabelos perfeitamente alinhados e, desta vez, segurando a mão de outra garota.
- Bom dia!
Minho até tentou responder, mas seu olhar estava preso nos dedos entrelaçados dos dois.
- Essa é a Yuna. - anunciou - Estamos juntos.
O acastanhado sabia muito bem o que aquilo significava. Pensou em Eunha e como a garota provavelmente fora descartada depois que o Han bateu os olhos em Yuna. Quis sentir pena dela, mas agradeceu aos deuses por não ter mais que lidar com ela.
Entretanto, desta vez sua concorrência era uma garota de cabelos gigantes e uma cintura que mais lembrava uma barbie.
Hwang olhou para Minho de canto e sorriu fraco, quase como se lhe mandasse um abraço por telepatia.
- Legal. Minho, posso conversar com você agora? - Chan respondeu sem ânimo e se virou para o Lee
Este que apenas acenou e seguiu o mais velho para fora da sala.
Entraram na sala de música que estava - quase - sempre vazia. Minho se apoiou na bancada da janela e encarou seu melhor amigo, esperando que este iniciasse a conversa.
- Eu sei que você escutou naquele dia, no banheiro. - Suspirou - Me desculpa. Eu queria ajudar os dois e acabei sendo um tremendo cuzão. Eu não concordo com as coisas que o Jisung 'tá fazendo, só quero arrumar um jeito de me redimir com você.
Minho manteve seu olhar na janela, se perguntando quais foram os motivos para ele tentar ajudar Jisung. Não era o Lee o único precisando de ajuda?
- Tudo bem, vamos esquecer isso. Ainda somos amigos, vamos deixar isso no passado.
Sorriu sem ânimo e torceu para que o rapaz não percebesse o nó em sua garganta. Era clara a mágoa que ainda sentia.
[...]
Mais tarde, no mesmo bar de sempre, Minho se forçava a beber a terceira garrafa de soju. Talvez se estivesse bêbado, aturar Jisung ficaria mais fácil.
Enquanto o loiro ria divertido abraçado a cintura de Yuna, o Lee descia mais uma dose de soju.
- Ei, não acha melhor pegar leve?
Em um movimento súbito e quase falho se afastou da mão de Hyunjin, que tocara seu ombro com preocupação.
- Me deixa, Hyunjin! Que mesmo me ajudar? Me ajuda a pegar mais uma garrafa, então.
Se levantou mesmo cambaleando e sentiu seu estômago revirar. Sua visão turva o fez quase tombar para trás, arrancando olhares preocupados de seus amigos e Jisung, este que quase se levantou para o ajudar.
- Vamos, eu te ajudo.
Aceitou a ajuda de Hyunjin, afinal, estava prestes a ir de encontro com o chão se não fosse as mãos ágeis do Hwang em sua cintura. Fora quase carregado até o barman que lhes servia.
- Não liga pra ele, 'tá descontando as frustrações na bebida hoje.
A voz de Jisung o fez se virar em um movimento rápido e mais uma vez quase fora parar no chão. Hyunjin apertou sua cintura, o impedindo de cair.
- Cala a boca, você não é ninguém 'pra falar disso. - Ergueu seu indicador na direção do loiro.
- Eu só 'tô tentando te ajudar, porra. - Jisung se levantou e Yuna o segurou pelo pulso - 'Tá tudo bem, esse idiota não vai conseguir o que quer.
- O que eu quero?! - Minho caminhou com dificuldade até o Han - O que eu posso querer de você? Esse amor falso que você 'tá dando pra Yuna?! Ela sabe que você vai trocar ela quando uma garota mais interessante passar por aquela porta?!
Não fazia idéia de quando tamanha coragem o invadiu, tampouco se importou se amanhã iria se arrepender disso. Precisava colocar para fora.
- O que você tem com isso, Minho?! - sentiu as mãos do Han na gola de sua camiseta e engoliu em seco para não vomitar - 'Tá com ciúmes?! Quer ser minha vadia também?!
Minho não conseguiu captar o momento exato que Bangchan acertou Jisung, mas conseguiu ver o Han cambalear para trás e levar sua mão ao próprio rosto. Seu lábio estava sangrando após o mais velho entre eles o acertar.
- Bangchan!
Hyunjin o segurou e Minho o ajudou, empurrando o garoto para longe de Jisung.
- Você não percebe a merda que 'tá fazendo, Jisung?! Porra, o Minho é apai...
- Chega!
O grito do Lee fez com que todos os olhares fossem direcionados para si. Ele não podia deixar Bangchan empurrar uma confissão daquele jeito, não ali.
- Eu 'tô indo embora. Chega disso.
Minho capturou sua mochila jogada no chão e passou por Jisung, que ainda o encarava esperando por respostas. Mas, desta vez, o Lee nem ao menos olhou para trás.
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LOVE PLAN ;; minsung•
Fanfiction⠀⠀⠀⠀[𝘌𝘔 𝘙𝘌𝘍𝘖𝘙𝘔𝘈/𝘌𝘔 𝘈𝘕𝘋𝘈𝘔𝘌𝘕𝘛𝘖] ⠀⠀⠀Minho seguia as regras como um devoto de fé. Filho perfeito, aluno exemplar, amigo excelente. Seguir as regras parecia ser a parte mais fácil de sua vida caótica. O líder do clube de cinema só não...