O auditório era o cômodo mais silencioso de todo aquele instituto, eram poucos e limitados os alunos que se interessavam por qualquer coisa que acontecia naquele lugar, desde avisos escolares à apresentações baratas criadas por quatro adolescentes que acreditavam estar em ascensão no mundo cinematográfico.
Christopher, Hyunjin e Minho fundaram aquele o clube de cinema, pouco tempo depois convenceram Jisung a fazer parte como o ator principal de suas futuras peças. Apesar de toda a comoção ao redor do clube, causada pelos membros populares que residiam nele, poucas eram as pessoas que realmente sentiam interesse em participar daquela reunião semanal no auditório escolar.
Minho batucava sua caneta vermelha sobre a mesa, desejava, naquele momento, que nenhum dos alunos um dia tivesse interesse em participar daquele teatro. Mas uma das interessadas estava sobre o palco, seus cabelos tingidos em um tom rosado criavam uma curva pontuda em seu queixo delicado, a saia de pregas, parte do uniforme, balançava com o vento dos ventiladores pendurados no alto das paredes. Ela estava presa numa tentativa falha de recriar uma das cenas de "Dez coisas que eu odeio em você". E não precisava ser um ator renomado ou um diretor de cinema para notar suas falas erradas e a falta de talento. O choro falso irritava Lee e o obrigava, vez ou outra, a fechar os olhos e respirar fundo, colocando em ordem sua sanidade balançada pelo ato torturante da garota.
Mas seu parceiro de clube, Jisung, gostava bastante de tudo aquilo. Afinal, o garoto não ligava para a atuação barata sobre aquele palco, a única coisa que lhe importava era o quão atraente a jovem estava com aquelas madeixas rosadas, estava visivelmente ansioso para que a jovem terminasse a apresentação e lhe entregasse de vez seu número ou ID de algum aplicativo de mensagens.
– Obrigada. Eunha, certo? – o acastanhado quase interrompeu o teatro da jovem, desejando acabar com aquela tortura o mais rápido possível.
– Isso mesmo!
Seria um pecado negar a beleza no sorriso inocente dela. Toda sua aparência, em geral, parecia delicada e juvenil. Os fios rosa, a blusa devidamente arrumada por dentro da saia, os sapatos polidos e os lábios cheinhos com alguma espécie de brilho. Ela era bonita, talvez a mais bonita entre as candidatas na audição.
– Entraremos em contato quando o resultado sair, ok? Você já pode ir.
Minho ditou as palavras jogando a caneta de lado após riscar o nome da jovem em sua lista, estava cansado e faminto, não aguentava mais ter que lidar com as atuações fracas fracassadas. Queria incessantemente sair daquele auditório e voltar para sua cama, de onde nem deveria ter saído naquela manhã. Seu corpo estava exausto, sua mente baleada pela enxurrada de críticas que queria ter profanado para Eunha. E, como mais uma adento a seu sofrimento adolescente, a voz grave de Jisung rasgou seus tímpanos, o obrigando a revirar os olhos e respirar fundo antes de se virar para seu melhor amigo.
– Min! O que foi isso?! – a voz estridente do Han fez com que até mesmo Christopher o encarasse do outro lado do auditório. – Ela é perfeita. Você não vai encontrar outra tão boa... É só olhar nossas opções. – olhou por cima dos ombros ao que sussurrava e encarava brevemente as poucas garotas enfileiradas.
– Jisung, segura o seu pau dentro da calça. Ela errou todas as falas, o choro dela parecia um tipo de bicho sofrendo! Qualquer pessoa é melhor do que ela, acredite em mim – se levantou para buscar mais um copo com café – E nem tente insistir.
– Você é duro demais, sabia? Ela é fofa, popular e tem um sorriso lindo. Você sabe muito bem que se aceitarmos ela, pelo menos, vamos aumentar uns 70% de audiência!
E ele não estava errado, além de toda a beleza genuína de Eunha, ela era popular entre os alunos do instituto. Era impossível odiar a garota. A falta de talento era compensada pela face angelical.
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LOVE PLAN ;; minsung•
Fanfiction⠀⠀⠀⠀[𝘌𝘔 𝘙𝘌𝘍𝘖𝘙𝘔𝘈/𝘌𝘔 𝘈𝘕𝘋𝘈𝘔𝘌𝘕𝘛𝘖] ⠀⠀⠀Minho seguia as regras como um devoto de fé. Filho perfeito, aluno exemplar, amigo excelente. Seguir as regras parecia ser a parte mais fácil de sua vida caótica. O líder do clube de cinema só não...