- Ombro amigo; part 1

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Audi A7. Seungmin tinha um Audi A7 preto e tão bem polido que Minho conseguiu ver através do reflexo toda e qualquer imperfeição em seu rosto.

O Kim cheirava a algum perfume caro, seus cabelos perfeitamente alinhados e, como sempre, bem vestido, quase como um modelo de passarela.

Lee se encolheu no lugar visto que usava apenas uma camiseta de seda e um par de all star surrado. Seus cabelos eram oleosos pela falta de lavagem e estava usando o creme corporal mais barato que encontrou no mercado.

- Carro maneiro.

Foi a primeira coisa que conseguiu dizer quando Seungmin caminhou em sua direção com um sorriso de orelha a orelha.

- Você achou? Peguei do meu pai ‐ riu meio envergonhado - Pronto? Podemos ir?

- Ah, claro!

O caminho até a boate fora em um silêncio confortável, Seungmin cantarolava algumas músicas da rádio e Minho apenas ria, se distraindo com a imitação barata que o Kim fazia dos The Rolling Stones. 

- Você canta bem, mas é péssimo na imitação!

Sua risada foi abafada assim que desceu do carro e se deparou com uma boate cuspindo pessoas pelas janelas. O cheiro de cigarro, álcool e sexo embrulhou seu estômago.

Queria voltar para casa.

‐ Tá tudo bem, Min?

Seungmin levou sua destra até ombro largo de Minho, este apenas acenou com a cabeça e fugiu do toque, pronto para mergulhar naquela multidão.

O interior era exatamente como esperava. Pessoas suadas grudadas umas as outras, fumaça de cigarro, bebidas derramadas pelo chão e, obviamente, uma troca de saliva rolava em cada canto.

No bar um garoto de cabelos negros, braços grandes e avental entregava um copo azul para um loirinho de pele quase bronzeada. Todos estavam bem vestidos, mesmo que quisessem o máximo tirar suas roupas ali mesmo.

Minho procurou com o olhar por um garoto de cabelos longos, mas Hyunjin não estava por ali. Se desesperou, claro.

Como lidaria sozinho com Seungmin e, talvez, Jisung?

- Você quer uma bebida, Min? Vamos lá.

Fora puxado em meio aquelas pessoas com a libido lá em cima, quis mais uma vez voltar para casa.

- Seungmin?! Você por aqui!

O moreno atrás do balcão estendeu sua mão para o Kim e Minho os encarou completamente perdido.

- Eu disse que viria... Ah, esse é o Minho, o garoto que eu te disse.

Disse? Em que momento Minho se tornou o assunto em alguma conversa entre os dois?

- O famoso Lee Minho...

- Famoso? Uau... - sorriu ladino. - Então, Seungmin falou sobre mim com você? Estou curioso para saber o rumo dessa conversa!

- Eu também, Minho.

Um calafrio subiu sua espinha e uma corrente elétrica queimou seu peito. Sua garganta secou assim que reconheceu o dono daquela voz. Não sabia o motivo exato, mas estremeceu quando a mão gélida de Jisung tocou sua cintura, o puxando para perto.

- Por que não conta 'pra gente, Seungmin?

Um gosto amargo desceu pela garganta de Minho quando mordeu com força seu lábio inferior, tomando coragem para fugir do meio abraço de Han, voltando a ficar ao ladode Seungmin.

- Jisung? O que 'tá fazendo aqui?

- Hyunjin me chamou. Ele foi com o Chan para algum canto, eu vi vocês aqui e me aproximei. Tudo bem?

Porra. Hyunjin realmente fez isso.

O olhar de Seungmin intercalava entre Minho e Jisung, talvez confuso pela tensão entre os dois.

- Eu sou o Changbin, vai querer alguma coisa?

Toda a atenção fora voltada para o moreno atrás do balcão, ou melhor, Changbin.

Jisung optou por uma bebida vermelha, Seungmin continuou com sua cerveja e Minho apenas tomou uma tônica, estava nervoso demais para consumir qualquer bebida alcoólica, era capaz de parar no hospital.

- Ei, Min - sentiu a mão de Seungmin tocar seu braço - Quer dançar? Você adora essa música.

Era verdade, Minho adorava aquela música. E Seungmin ainda lembrava. Diferente de Jisung que havia esquecido até mesmo seu aniversário do ano passado.

Espera, estava comparando os dois?

- Claro, vamos lá!

Lee quis xingar quando alguém derramou bebida em seu sapato, mas Kim Seungmin apertando sua cintura enquanto balançava seu quadril perto demais roubava toda sua atenção.

O suor começava a surgir na testa de Minho e o olhar de Jisung queimando sobre si apenas o deixava mais nervoso, queria fugir para qualquer lugar longe daqueles dois.

- Você ainda é péssimo na dança, Kim Seungmin!

- Ei, eu tô melhorando!

Riu divertido quando Seungmin se aproximou para provar que era bom naquilo.

Sua mão era grande e quando tocou a cintura fina de Minho uma mistura de vergonha e timidez o invadiu. Estavam próximos demais, quase provando que dois corpos poderiam sim ocupar o mesmo lugar. O hálito frio com cheirinho de álcool e pasta de dente bateu contra o rosto de Lee, sua garganta secou e quando a destra de Seungmin apertou sua cintura sentiu suas pernas falharem e a vontade de fugir aumentou.

- Chega.

Sentiu a mão de Jisung segurar seu braço e antes de pudesse falar qualquer coisa, o mais novo o arrastou entre a multidão, deixando um Seungmin confuso para trás.

- Que porra você 'tá fazendo?!

Sentiu suas costas colidirem contra a parede fria do banheiro e o cheiro de álcool que saiu da boca de Jisung o vez encolher onde estava.

- Você ia beijar ele?!

- O que? - o encarou confuso. - Que porra você tem a ver com isso?!

Macios. Os lábios de Jisung eram macios.

O gosto de cigarro e vodka deslizou entre seus lábios, um calor subiu pelo peito de Minho e um lufada de ar quente escapou. Jisung ainda tinha um gosto doce, como a maçã proibida. Estavam pecando, mas quem se importava com o inferno naquele momento? Aquele calor saindo de seus corpos era maior.

Jisung desceu seus lábios pela mandíbula bem desenhada de Minho até alcançar o pescoço clarinho dele, onde distribuiu beijos molhados, sem se importar em como o Lee faria para disfarçar aquelas marcas. Seus dedos tocaram a pele fria de Minho, criando um colisão improvável entre o fogo e a água. Eram opostos, errados e, mesmo assim, o desejo falava mais alto.

O Han colou sua testa a do Lee, este buscava por ar e qualquer explicação para o que acabara de acontecer. Mas, mesmo com dificuldade, Jisung começou a balbuciar algo, o álcool fazia efeito.

‐ Eu te amo.

Porra.

- O que? O que você disse, Jisung?

Jisung chegou tão perto de si que pôde sentir que ocupavam o mesmo lugar.

- Eu te amo... - sussurrou, tão baixo como um segredo. - Eu te amo pra caralho, Eunha.

LOVE PLAN ;; minsung•Onde histórias criam vida. Descubra agora