Prólogo

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            Após Felix pegar um ônibus sem rumo algum a procura de seus amigos desaparecidos, o garoto desceu em um ponto desconhecido onde pôde encontrar uma loja de conveniência. Bom, era o que ele achava que fosse, mas na verdade era muito mais que uma simples lojinha de mercearia. Era um local estranho com pessoas estranhas. Um lugar que Felix jamais previu que iria conhecer um dia. O que lhe surpreendeu foi conhecer indivíduos que lembravam exatamente seus 7 amigos - "comuns" da cidade - em cada cômodo do local. Porém, não se tratavam de simples cômodos, era como se cada cômodo representasse o que cada rapaz era e exercia.

            O clone do seu amigo Bang Chan tinha os fios de cabelo azul, a cor favorita de seu amigo mais velho. Ele usava óculos e parecia ter muito conhecimento, tanto quanto o próprio Chan; O Clone do Jisung era bem mais estranho, quando Felix entrou na sala onde o garoto bochechudo estava, notou que haviam vários relógios e várias velas pelo lugar. Notou também, que o relógio no pulso do garoto havia notificado algo como: "É hora de mergulhar em suas emoções por 5 minutos", o que fez o loiro se assustar imediatamente ao ver isso, logo saindo às pressas pelas escadas enquanto o garoto dos relógios lhe lançava um olhar um tanto sinistro.

            Ao ir descendo pelos degraus, começou a reparar nas diversas Polaroids penduradas pela parede, e de repente notou um flash ir de encontro com seus olhos, podendo observar que alguém acabara de tirar uma foto sua. Percebeu então, que se tratava de um rapaz exatamente igual ao seu amigo Seungmin - que também adorava câmeras. Se aproximou dele assim como o outro fez. E não demorou para lhe oferecer um bolo, que continha a sua fotografia de quando criança. "Um tanto incomum, não!?" Portanto, assim que Seungmin entregou sua foto tirada, por pura ironia do destino, o papel caiu no chão. Desta maneira, assim que Felix se abaixou para pegar o objeto, a sala que continha os instrumentos fotográficos desapareceu em um piscar de olhos, se transformando em um quarto com jornais espalhados por todo o piso. Lá se encontrava um garoto deitado na cama. Em cima do mesmo, havia um jornal com uma imagem do amigo do loiro, Jeongin, que ocupava o maior tablóide do jornal, dizendo: "pessoa desaparecida".
Assim ao tirar o papel de cima do garoto adormecido, se espantou ao ver quem era, tamanha foi a surpresa que até o fez cair para trás, ocasionando no quebra do sono do outro rapaz do quarto. Ainda assustado, se esquivou quando o menino se aproximava de si o intimidando. "Um clone de Jeongin!?"
Para Felix, Jeongin era conhecido por ser um garoto tímido e bem carinhoso, claramente não era o amigo que tanto conhecia alí.
            O clone voltou a se deitar, mas dessa vez o jornal noticiava outra pessoa desaparecida, contendo a imagem de Felix. Mas estranhamente o loiro não notou isso, uma leve falta de atenção por estar aflito pelo o que aconteceu recentemente.

            Desceu novamente mais uma escada se assustando outra vez com mais um dos clones de seus amigos, esse chamou sua atenção com os cabelos avermelhados em um tom bem vivo chamativo, desta vez era o clone de Hyunjin. O garoto pelo qual Felix era um pouco caidinho desde quando se conheceram. Entretanto, aquele não era o cara pelo qual Lee se apaixonou, era apenas um clone que possuía um rosto que carregava um ar sombrio consigo, em comparação ao seu verdadeiro amigo.

            Aquela cena o fez descer correndo e assustado, quase sendo atingido por uma lata amassada lançada contra a parede, o autor desse ato era um rapaz de cabelos lilás. Logo Felix reconheceu o seu quase irmão, era como ele gostava de se referir a sua amizade com o outro. Mas sabia que na verdade se tratava do clone de seu melhor amigo. Esse clone já carregava em seu rosto uma expressão perversa e malandra. Fazendo com que o loiro ficasse trêmulo ao ver o garoto se aproximando, o deixando mais aflito do que já estava, mas era apenas medo já que o clone só se aproximou para pegar a latinha que ficara presa na parede.
Então de repente o cômodo que antes ocupava se transformou em outro, fazendo o garoto de cabelos lilás desaparecer no mesmo instante.

            Portanto, dessa vez Felix surgiu entre paredes escuras e desconhecidas, podendo enxergar o último clone de seus amigos, o de Changbin. Ele estava dentro de uma cabine que mais parecia uma caixa, essa que se aproximava rapidamente de si. Aquilo o fez sentir um pouco de inquietação, o fazendo caminhar para trás sem nem ligar pro que estava em suas costas. Desse modo, acabou adentrando o elevador que nem ao menos sabia que existia ali, mas antes da porta se fechar, reparou que o clone segurava uma placa anunciando: "abraços grátis". Aquilo foi engraçado de ver, pois seu legítimo amigo realmente adorava abraços, mas ele também não era o tipo de pessoa que ficava abraçando qualquer alguém.

            Enquanto o elevador subia suas luzes piscaram algumas vezes até que apagaram totalmente, demorou poucos segundos para ligarem novamente, e com isso Felix travou ao sentir uma estranha aproximação ao seu lado. Escutou um sussurro bem macabro próximo de si, perguntando a seguinte frase: "Você quer ser um estranho?"
Contudo, o loiro negou em um tom bem baixo, quase inaudível, após abrir o cadeado que segurava desde quando pegou o ônibus na sua busca pelos amigos desaparecidos.
            Em questão de segundos sentiu o dono daquela voz empurrar seu corpo, o jogando contra o vidro do elevador que já se encontrava em uma altura bem elevada. A força daquele ser parecia ser de um nível anormal, tanto que fez o vidro se estilhaçar somente empurrando loiro contra ele usando unicamente a sua destra. Antes de cair, Felix notou um mínimo sorriso sádico do ruivo, logo do clone da pessoa que tanto era apaixonado. Em seguida, a cópia virou sua atenção em direção a rua com uma expressão tão fria quanto antes, como se tivesse feito algo terrível e nem ao menos sentido algum tipo de remorso; pelo menos foi o que Felix havia pensado antes de ver o garoto pular daquele local super alto também. Subitamente pode assistir o cadeado que caía um pouco a cima de si partir-se em vários pedaços como se fosse um material frágil.
            Felix apenas fechou os olhos esperando que a queda resultaria na sua morte certeira, porém ao invés disso, sentiu ser segurado por alguém. Seu nível de aflição ultrapassou seu limite, o que lhe fez desmaiar e não ver mais nada do que aconteceria após isso. Meramente ouviu uma curta frase; "Bem vindo a sua nova casa, Felix". E sem demora, apagou totalmente.

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