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S/n Hargreeves

Minha cabeça latejava, parecia que algo tinha me feito desmaiar e eu só consegui acordar agora. Quando olho ao meu redor pude ver prédios pegando fogo e barulho de pessoas gritando, aquilo me deixava ansiosa, mas por alguma razão eu não conseguia me mexer. Não demorou muito até que eu ouvisse um estrondo ensurdecedor do meu lado, quando olho é uma versão minha mais nova.

- ah não, de novo não - digo tentando levantar

Começo ouvir um choro baixo mais para trás de mim e quando olho é meu pai, o único que me amava de verdade, o único que confiava em mim, o único que sabia a verdade...

Meu coração batia tão rápido que parecia que atravessaria meu corpo, minha respiração estava ficando ofegante e meus olhos ameaçavam lacrimejar

A minha versão mais nova se aproximava de mim enquanto atingia diversos golpes em meu pai. Por mais que tentava impedir eu não mexia se quer um músculo, era como se toda minha força tivesse sido sugada

- PARA, NÃO FAZ ISSO, PARA - Grito tentando chamar sua atenção para mim, mas nada funcionava.

A pequena eu atacava meu pai, como última alternativa ele ergue uma espada sobre ele para se proteger, mas meu poder era muito forte, então ele apenas olhou para mim e deixou uma lágrima escorrer em seu rosto

- VOCÊ VAI MATAR ELE, PARA.

A outra versão de mim usa seus poderes para ergue-lo do chão, um de seus últimos golpes antes de finalmente meu pai cair morto no chão, jogado como se fosse lixo.

- NÃO... - grito finalmente conseguindo me mexer e chegar até ele.

Eu dei alguns tapinhas em seu rosto e tentei fazer massagem cardíaca para acorda-lo, mas nada adiantava. Ele estava morto, meu pai estava morto...

- s/n - ouço uma voz sussurrar em meu ouvido

Me viro rapidamente após o susto e encaro a outra versão de mim poucos metros de distância de mim

- você se culpa? - ela diz meiga enquanto me olhava pacificamente

Eu encaro ela com medo, tentando assimilar o que ela acabara de dizer

- que? - falo quando finalmente consigo me expressar

- é normal em situações como essa você sentir culpa - ela diz olhando para meu pai, como se compreendesse meus sentimentos

- que situação? - falo confusa

- o acidente - ela diz olhando no fundo dos meus olhos, como se soubesse como eu iria reagir

Minha mão começou a soar frio, meu coração que antes havia se acalmado, voltou a bater mais rápido que nunca, minha mente me trazia lembranças daquele momento e só surgia uma pergunta na cabeça

- como você sabe? - falo me afastando com medo dela

- responde a minha pergunta - ela diz e ouço trovões soarem ao fundo, como se fosse um filme de terror bem planejado

Start Again | TUAOnde histórias criam vida. Descubra agora