Destino - O Recomeço

Capítulo 12

Bernardo

Passaram-se alguns dias desde o ocorrido com Kennay e Daiana, e com isso, Eleonor e Dimitri começaram a tentar se aproximar de Kennay, e claro, que temos a certeza de que eles estão desconfiando dele, o que está tirando nossa paz, principalmente da minha irmã, e do próprio Kennay.

- No que está pensando meu amor? – Perguntou Laís, enquanto acariciava meu braço direito.

- Nos caçadores, afinal, com esse descuido do Kennay, eles estão tentando se aproximar cada vez mais, e isso é bem preocupante. – Respondi, enquanto colocava minha mochila em minhas costas.

- Vai dar tudo certo meu amor, temos que pensar positivo. – Afirmou ela, dando-me um selinho nos lábios. Encarei seus olhos castanhos esverdeados, e sorri a abraçando em seguida. Caminhamos em silêncio para a sala de aula, apenas desfrutando um da companhia do outro, afinal, apesar desse caos, Laís com toda a certeza, trazia paz e calmaria para o meu coração. E devo admitir que em todos esses anos, eu nunca senti algo parecido, algo tão forte, e envolvente, e com toda a certeza, eu a amo com todas as minhas forças. As aulas começaram, e devo admitir, passaram como um borrão, e quando percebi, as mesmas haviam terminado. Seguimos para a biblioteca, com Dimitri e Eleonor em nosso encalço.

- Olá, vieram pegar algum livro também? – Perguntou Eleonor descaradamente.

- Claro, adoro ler. – Respondeu minha irmã, com simpatia forçada.

- Que livros vocês gostam de ler? – Perguntou Dimitri, encarando minha irmã de cima a baixo. Percebi que Kennay ficou tenso, e apenas me aproximei, e sussurrei em seu ouvido:

- Se acalma Kennay, é o que eles querem...

- Eles estão conseguindo... – Resmungou ele, para apenas eu ouvir.

- Sério que você quer dar esse gostinho de vitória para eles? – Perguntei, tentando utilizar outro método para ele se acalmar.

- Sério que você está sugerindo que eu fique quieto, sendo que esse babaca está secando a minha namorada, que por sinal, é sua irmã? –Retrucou ele, aos sussurros, somente para nós vampiros, ouvirmos.

- É minha irmã, e é justamente por isso, foi ela que me ensinou a não ser tão impulsivo, pois quando eu era um recém-criado como você, eu também era assim, e vai por mim, eu conseguia ser muito pior que você em questão de autocontrole. – Afirmei, me lembrando do quanto minha irmã sofreu para me por na linha, já que eu sou considerado um "vampiro estripador", que nada mais é, do que um vampiro que ao matar um humano, perde o controle sobre sua sede, e não para mais, até ser parado por alguém. É justamente por isso que nunca mais matei humanos, só me alimento o necessário, porque se eu beber sangue de um humano até a última gota, não paro mais.

- Pior como? – Perguntou Kennay, agora focado em mim, e ignorando completamente as provocações dos caçadores.

- Desde quando pedi para a Bell me transformar, que eu comecei a me alimentar de sangue humano, eu não conseguia parar, eu bebia até a última gota, matava todos, mas ela me salvou de mim mesmo, do meu lado "estripador". – Expliquei, mesmo odiando o fato de falar sobre o sangue inocente que está em minhas mãos até hoje.

- Nossa... Eu... Não sei o que dizer... – Kennay estava visivelmente sem palavras.

- Não tem muito que se falar não é mesmo? Ninguém aqui além dos meus irmãos, e agora você sabe disso. – Afirmei.

- Pode deixar... Ninguém vai ficar sabendo... E obrigado por falar sobre isso comigo. É bom saber a experiência de outros vampiros. – Disse ele por fim. Ao finalizarmos a conversa, percebemos que os caçadores já haviam saído dali, o que me deu certo alívio.