0.2 Emilia

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Cada capítulo vai ter foco em um filho. Esse em especial, eu vou apresentar a personagem intrusa do capítulo anterior

Beijinhos, amo vocês

Até semana que vem (talvez)

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... Mas você sentiu minha falta? — Billie perguntou para a menina pela terceira vez desde que a viu.

— Sim! Muito — Amy respondeu animada — Eu queria muito que a senhora estivesse aqui pra ver o que eu fiz na aula de natação. Eu não ganhei, mas... Eu cheguei em segundo lugar! — a mais nova se levantou na cama, abraçando a mãe.

As duas conversaram durante todo o tempo da viagem de Billie por chamada de vídeo. Mas Emilia sentia falta da mãe todos os dias. E não era a mesma coisa conversar com Billie por chamada de vídeo e pessoalmente.

Eu não ganho esses abraços quando chego do trabalho — Isabela chamou a atenção das duas, cruzando os braços ao se encostar na parede ao seu lado.

Amy se levantou correndo da cama, indo até a outra mãe e lhe abraçando. Isabela sorriu, fazendo um carinho nos cabelos castanhos escuros da filha.

Nenhuma das mães entendia muito bem como Amy poderia ser tão parecida com elas. Tanto de aparência, quanto de personalidade. Mesmo não saindo de nenhuma das duas.

Emilia pensava, quando era mais nova, que a cegonha queria entregá-la para Billie e Isabela. Mas acabou errando o caminho.

Ela não pensava mais isso hoje em dia. Não acreditava mais em cegonhas. Mas ela ainda gostava dessa teoria.

E até Billie e Isabela falavam isso. Emilia já era delas. Mesmo antes da adoção.

Elas só precisaram de um tempinho para se encontrarem.

Amy nasceu no mesmo país que Isabela.

Honduras era um pequeno pais na América latina que sofreu por anos com o tráfico de drogas, tráfico humano e gangues. Era considerado o país mais violento do mundo. Com os anos, a violência foi diminuindo e o lugar foi ficando mais habitável. Porém, as consequências dos anos de desespero ainda perturbava os moradores, a economia do país não estava entre as melhores. Tinham problema com a saúde, educação.

E o bairro de onde Emilia veio era um grande reflexo da situação de alguns lugares do país.

Na época em que encontrou Billie a primeira vez, Emilia se lembra que tinha fugido de onde morava e ficado morando na rua por alguns dias.

Ela tinha pouco mais de quatro anos, era perigoso. Mas ela não ligava, porque não queria voltar para o lugar.

Depois de três dias se escondendo, Emilia sentiu fome. De loge, ela viu uma padaria. Não tinha dinheiro para comprar o que queria, mas ela daria um jeito.

A menina entrou devagar no lugar. O único na região que vendia pães e alguns alimentos de consumo rápido.

Ela ficou lá escondida até que o padeiro estivesse distraído o suficiente a ponto de não vê-la roubar uma bisnaga de pão.

Não foi uma boa ideia.

Assim que se virou para correr, o homem grande a pegou pelo braço, xingando e perguntando pelo seu dinheiro.

Emilia só conseguiu gritar e pedir para ele solta-la, e talvez, deixar que ela ficasse com o mísero pão. Mas o homem era violento, balançando os braços finos e exigindo algo que Emilia não tinha.

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