8 momentos antes do caos - o começo do fim.

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"Amarei você até meu último suspiro."

Esta é a única frase que escuto antes de acordar, chorando. Me vêm à mente inúmeras perguntas: quem disse isso? Por quê? Quando?
Tantas perguntas sem uma resposta.

Espera, com o que sonhei mesmo? Não lembro. Levanto confusa, tentando forçar meu cérebro a lembrar de algo, porém foi ineficaz. Inútil.
Tomo um café da manhã para me acalmar, com os raios de sol invadindo a cozinha. Olho a janela imaginando como seria não viver sozinha.

Ter uma companhia, alguém para ajudar você em momentos difíceis, uma pessoa que simplesmente esteja lá. Já faz muito tempo que esqueci como isso é.

Após tomar banho, coloco água em todas as plantas e recolho todos os frutos, guardando-os na cozinha.

Vou até meu quarto e observo a paisagem novamente. Flores, rios, árvores até o infinito. Todo dia o mesmo lugar, mesma rotina, sem ninguém.

Apenas animais. Não tantos, apenas alguns inofensivos, como borboletas e pássaros. É um lugar bonito, admito. Poderia ser considerado um dos lugares mais lindos do mundo facilmente. É uma pena ser uma prisão cruel.

Vinda de uma ação cruel.

De uma pessoa cruel.

Para com duas pessoas boas.

Imediatamente, isso me faz lembrar de meu pai. Sinto saudades, ele adoraria morar comigo aqui. Não querendo chorar, interrompo o pensamento e pego meu caderno, lápis e borracha e caminho até meu lugar favorito: a beira da cachoeira.

No caminho, tento desenhar uma borboleta cuja estava voando ao longe. Desde criança, adoro desenhar borboletas, pois era o animal favorito de meu pai. Muito lindas e inofensivas, porém há pessoas que aproveitam de sua plenitude para matá-la para suas "coleções".

Pessoas cruéis.

Que se acham mais importantes, superiores.

A ponto de fazer essa crueldade.

Para com animais inofensivos.

E não é só com borboletas que isso acontece.

Ao me aproximar do rio, sinto uma dor de cabeça repentina. Em menos de dois segundos, ela some. Vejo uma silhueta de uma mulher perto das árvores. Não consigo ver como ela era, muito menos seu rosto. Apenas um borrão branco. Quando percebi, a silhueta desaparece assim como a dor.

O que acabou de acontecer? Não faço a mínima ideia. Quem é essa pessoa? Parecia uma mulher, acho que usava um vestido branco, provavelmente. Sento na grama, e assim fico por um bom tempo ao tentar desenhar a garota que vi. Inúmeras tentativas e rabiscos foram feitos, porém não consegui vê-la por tempo suficiente para fazer um retrato. Apenas minha imaginação movia meu lápis.

No pôr do Sol, volto para casa lentamente, preparo comida para mim. Logo após comer, visto meu pijama e deito-me, criando milhares de perguntas em minha mente, assim tendo uma noite cheia de preocupações.

Meus últimos pensamentos são: de quem é aquela silhueta? Não sei. Conheço ela? Provavelmente não. É uma ameaça? Talvez. Esperança? Talvez...

Nota da autora:
Eu pretendo reescrever essa história para ela ter um desenvolvimento melhor das personagens. Porém, atualmente, estou escrevendo outro livro, de suspense. Eventualmente reescreverei esta e acredito que irei publicar.

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