cap 1

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é constantemente escuro não importa o quanto eu force minha visão, eu nunca vejo um ponto de luz, é sempre uma pequena neblina.

meu caminho é sempre limitado e não é como se alguma vez eu tivesse saído daqui, de qualquer forma não me incomoda, afinal, nunca tive algo para sentir falta.

Aizawa's pov:

só mais uma noite de patrulha e eu sigo pelas ruas escuras pensando quanto eu queria estar em casa dormindo, não tem nada fora do comum, parece bem quieto na verdade. estranhamente quieto.

fazendo uma última volta eu passo por um beco na qual nunca vou poder explicar o sentimento genuíno de curiosidade que eu senti.

entrando um pouco mais fundo percebo que é um beco normal, sem saída e com algumas janelas.
quando olho pra cima vejo que está quase amanhecendo e repentinamente ouço uma espécie de barulho.
era semelhante um peso caindo no chão, como um corpo.

me viro e volto ao fundo do beco tentando focar o máximo possível em qualquer ruído e novamente o escuto.

está fundo...?

olho em volta procurando alguma forma de ter qualquer tipo de garagem ou algo semelhante mas não encontro nada além de uma janela entreaberta.

eu entro tentando fazer o mínimo de barulho possível e me dirigi a uma pequena e estreita escada, após  descer percebo que é um lugar bem grande e provavelmente ocuparia todo um quarteirão, como que eu nunca tinha visto?

distraído em olhar em volta não percebo uma figura agachada no canto da parede me observando, ela parece com medo.

— hey, você está bem? — pergunto

sem respostas.

— você tá machucada? eu não tô tentando te fazer mal, quem é você?

novamente sem respostas.

me aproximo vagarosamente para mostrar que não quero machuca-la e vejo uma linha fina correr pelo seu rosto.

— eu prometo que não vou machuca-la, vem comigo — estendi a mão

quando eu achei que não conseguiria mais nada ela repentinamente me empurra e me joga embaixo de uma cama sentando em cima rapidamente.

— EU DISSE PARA NÃO ABRIR AQUELA MALDITA JANELA, VOCÊ QUER QUE EU TE COLOQUE EM UM BLOCO DE CIMENTO SEM JANELAS?

vejo uma figura andando rapidamente em direção dela e parando poucos centímetros a sua frente.

— você tem sido tão boazinha por tanto tempo, por que me desobedecer agora? — a ouço gritar.

por quanto tempo mais vou ter que ficar parado assistindo isso?
eu continuo a ouvindo gritar mas ele está uma distância considerável dela, ele está usando sua individualidade?

espero o melhor momento e saio da cama de solavanco já ativando a minha dualidade já que julgo eu que ele estava usando a dele nela.

não foi difícil, acho que a força dele vem da sua quirk.

chamo a polícia e me aproximo da garota que permanecia na cama em completo silêncio.

— viu? não vou te machucar, vem comigo. — seguro sua mão evitando fazer força e a levo para a entrada que a faz recuar tampando os olhos.

o dia tinha começado a clarear e isso parecia machuca-la então me coloco de frente a ela e seguro seu rosto em minhas mãos cobrindo seus olhos e a expondo a luz do sol aos poucos.

não muito tempo depois a polícia chega acompanhada do... Nezu?

— Aizawa, imaginei que seria você! quem é essa bela moça ao seu lado? — ele diz se aproximando cuidadosamente dela — ela era a refém?

— sim, não consegui tirar nada dela, não tive muito tempo também.

quando Nezu se aproxima um pouco mais a ouço grunir e se colocar atrás de mim segundo firmemente minha cintura.

— eu tenho boas intenções também, querida. — ele diz suavemente — Aizawa? posso falar com você por 1 segundo?

após uma curta conversa ele expõe que pretende levá-la para a escola e dar a ela uma vida "normal" junto com conselho, afinal, a situação dela não era completamente desconhecida mas não sabiam uma forma de interromper isso da forma que eles queriam.

tivemos um pouco de problema de convencê-la a ir com Nezu mas prometi que ia ver ela no próximo dia, ela parecia devastada.

— tudo bem, eu acompanho vocês até os dormitórios e durmo no meu por hoje.

seu rosto se ilumina um pouco e entramos no carro, não se passou minutos e ela tinha dormido com a cabeça apoiada na janela e as pernas contra o corpo, um quebra-molas e é daqui pro banco da frente.

coloco o cinto nela e passo para o banco ao lado dela para servir de travesseiro.
quanto tempo que eu não durmo no dormitório?

chegamos e eu a acordo mostrando onde fica o dormitório e qual quarto tinha sido dado a ela, pensando bem em momento algum eu ouvi sua voz.

quando me viro para ir em direção ao meu quarto sinto minha blusa sendo puxada e seu olhar curioso em mim.

— vou para o meu dormitório, durma e em algum momento alguém vai vir ver se você está bem. — me volto a porta e ela continua segurando — eu também venho vê-la.

ela solta aos poucos e segue pra sua cama após fechar as cortinas, a observo deitar e virar para a parede encolhida.

tsc.

vou em direção ao guarda-roupa e pego uma coberta colocando em cima dela e me viro certificando que a janela está aberta o suficiente pra ela respirar.

— descanse.

saio do quarto e vou em direção ao escritório do Nezu.

the light of a moon - Shota Aizawa Onde histórias criam vida. Descubra agora