cap 5

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Ayumi's pov

após o aizawa sair eu fico completamente sem rumo.

como ele ousa sair e me deixar sozinha com eles???
não que tenha algo de errado com eles!! mas poxa!

eu olho para baixo brincando com meus pés que mesmo sentada em uma cadeira para adolescentes meus pés quase não tocam o chão, eu quero ir pra casa.

— Senhorita Ayumi? — olho para frente e vejo um garoto de cabelos bicolor. — a senhorita é uma heroína?

eu sorrio e nego.

— Então você é a namorada do professor Aizawa! — diz a rosada que é acompanhada pela classe em puro êxtase.

meu deus, me leva, é só puxar.

nego freneticamente enquanto eu procuro formas de acidentalmente aparecer no meu quarto e não sair.

— Eu deixei ela com vocês por 5 minutos e é esse tipo de pergunta que vocês fazem? — diz aizawa apoiado no batente da porta.

— Lindo... — sussurro enquanto procuro alguma caneta para segurar.

ele volta a se sentar e pega alguns papéis enquanto cita parte da matéria e algumas páginas para serem feitas, nunca vi tanta gente triste de uma vez ao citar " dever de casa ".

— Professor Aizawa? — o garoto robô levanta a mão — a senhorita Ayumi vai passar algum tipo de matéria para a turma?

— Ela por acaso é muda?? não abriu a boca desde que chegou aqui, tsc — diz o garoto de cabelos loiros e espetadinhos.

um... porco-espinho!

começo a girar a caneta em minha mão enquanto aguardo uma resposta do aizawa para as duas perguntas, ele me parece irritado...

— Provavelmente ela ficará como psicóloga e ajudante nas arenas mas isso é algo a ser discutido — ele suspira — e Bakugou, que seja a primeira e última vez que eu ouço algum comentário assim de você. isso é um aviso.

uau.
ele foi tão...
uau

em algum momento eu me perdi voltei ao mundo com sua mão sob a minha tirando gentilmente a caneta da minha boca.

— Se estiver com fome podemos resolver isso — ele diz com um sorriso de lado enquanto aperta meu queixo — vai se machucar se continuar fazendo isso, toma.

sua outra mão me entrega uma caneta e um tablet com uma página em branco.
olho para ele confusa e ele calmamente me explica que nem sempre é necessário caneta e papel pra desenhar.

tecnologia estranhamente avançada...

enquanto ele termina o resto da lição eu fico brincando de desenhar florzinhas e os passarinhos que eu vejo da janela.

já acabou o horário de aula e eu me dirijo até o meu banheiro contente por finalmente poder tomar um banho quente e dormir!

após terminar eu pego um blusão e uma boxe e me deito confortavelmente.

tw.

eu saio debaixo da cama e me arrasto até a pia na tentativa de beber um pouco de água, ele me jogou no chão tão forte que eu senti cada pedaço do meu pé se mover e por lá ficar!

quando finalmente eu tenho força o suficiente para me apoiar na pia eu o ouço chegar.

você não veio me cumprimentar na porta docinho.

eu tremo.

o que está tentando fazer? está com fome? sede?

eu tento voltar ao chão com o mínimo de impacto possível mas o sinto empurrar minha mão da borda da pia me fazendo cair de uma vez e consequentemente cair por cima dos meus pés.

o grito de agonia que foi solto jamais poderia ser esquecido por qualquer um que o ouvisse mas a memória que foi guardada e fincada na minha alma foi a risada de prazer absoluto que era ouvida ao fundo.

você sempre vai voltar pra mim meu doce
acordo em choque.

eu não quero, eu não quero, eu não quero voltar!

eu acordo assustada.

me pego no meio do corredor onde eu poderia fazer um lago artificial composto apenas das lágrimas que rolavam meus rosto, eu não precisei bater antes de abrir a porta de uma vez e gritar pra que ele acordasse.

— Aizawa por favor, por favor.... — vou até a beira da cama — Aizawa...

o vejo acordar de solavanco, extremamente confuso e com uma feição assustada e ofegante.

— o que...? - ele se senta na cama e eu perco a força para estar em pé. — o que houve?

eu o ouço repetir várias vezes a mesma pergunta mas qualquer palavra que fosse sair da minha boca me faria desabar ainda mais em choro.

— Aizawa... — seus braços me rodeiam.

— Eu tô aqui, só estamos nós dois aqui, me conta, o que houve? — ele acaricia meus cabelos.

em algum momento eu senti a maior onde de pânico que eu poderia ter sentido em toda minha vida, eu não conseguia respirar e toda vez que eu puxava o ar ele se limitava ao máximo.

aperto suas costas e sinto que vou desmaiar, eu quero respirar!

— olha pra mim, olha pra mim! — ele segura gentilmente meu rosto — junto comigo — ele pega minha mão e coloca em seu peito respirando fundo repetidas vezes.

demorou, demorou muito até que eu pudesse respirar novamente, eu estava exausta.
eu não queria viver aquilo novamente.

— vamos dormir, sim? — ele acaricia meu cabelo e eu nego enquanto sinto novamente uma onda de medo. — você... teve um pesadelo?

concordo e afogo meu rosto em seus braços.
sinto suas mãos traçarem meus braços até chegar em meus cabelos novamente os acariciando tão leve quanto uma pluma.

— você está absolutamente segura comigo, você pode ir dormir, eu vou estar aqui o tempo todo.

eu tô exausta...

mas isso não anula a genuína sensação de segurança que ele sempre vai me passar.

é macio e aconchegante... eu poderia me acostumar com isso.

the light of a moon - Shota Aizawa Onde histórias criam vida. Descubra agora