Meu admirador secreto

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Allie

— O que é isso? – Digo a mim mesma ao terminar de ler um bilhete que por alguma razão, havia aparecido no meu armário.

Tranco com minhas chaves e sigo para minha última aula antes do intervalo, vou direto para o meu lugar perto de Yejin e Mark que viam algo engraçado no celular da loira.

— Casal, se liguem nisso. Olha o que eu recebi hoje. – Estendo o papel para eles.

Curiosos os dois começam a ler juntos.

— Amiga você tem um admirador secreto! – Ela sorri animada.

— Tem mesmo hein, olha a morena. – Mark sorri divertido.

— Eu não sei gente, parece ser trote ou algo do tipo. – Pego o bilhete e releio novamente.

— Allie, as vezes pode ser verdade mesmo... não é difícil gostar de você. – Meu amigo diz.

— Concordo com ele, você fica muito na defensiva. Até gostei do bilhete, pode ser algo para te distrair. – Yejin completa.

— Então eu respondo?

— Fazemos o seguinte dona Allie, você responde esse bilhete e eu vou tentar descobrir algo, até por que, a ortografia pode ser uma pista. – Mark dizia confiante.

— Tudo bem então. – Observo novamente o texto em minha frente. — Mas eu gostei de ser elogiada, mesmo se isso for um trote. – Sorrio ao reler o trecho.

Logo em seguida o professor de física entra na sala começando sua aula, depois de muito conteúdo sobrou 10 minutos vagos, e aproveitei para responder o cara secreto.

"Quem é você? Se for um trote é melhor parar, eu posso quebrar a sua cara.

Ps: Mas obrigada pelo elogio de qualquer forma :)

Allie do Segundo ano B"

Como o meu armário foi uma espécie de "correio" para a tal carta, tive a ideia de colocar a resposta no mesmo local, porém, na parte da frente colada com fita. Fora meus colegas ninguém ligava para o que tinha ou deixava de ter em meu armário, então fiquei tranquila enquanto a isso, caso vocês pensem que alguém roubaria aquilo. Depois do pequeno serviço, sigo para o refeitório calmamente.

Já na última aula do dia percebo que o bilhete havia sido arrancado e um novo papel surgira dentro do armário.

— Que espertinho. – Digo para mim mesma ao ver que o novo bilhete estava digitado, ou seja, ele se ligou que eu poderia ir atrás de sua ortografia.

"Eu não posso contar a você, seria decepcionante. E não, isso não é um trote, só quero ter a oportunidade de conversar com você.

Só peço que não pare de ler essas cartas.

E não quebre minha cara :')

Do seu admirador secreto".

Era o que dizia em sua resposta. Fala sério, do nada eu sou crush de alguém? Espero que um de vocês tenham gravado isso, irei me gabar um dia por receber cartas fofas de alguém.

Depois do dia de hoje resolvi voltar para casa e respode-lo somente no dia seguinte. O que acabei fazendo, insisti em me contar sua identidade ou pelo menos uma dica de sua característica física, e reforcei o fato de que não ligava para aparência caso isso fosse um problema para ele. Mas o garoto frizava a ideia de que não era a hora ainda, e eu relaxei, estava recebendo elogios de graça mesmo. E assim seguimos, ao decorrer dos dias eu não achava tão absurdo trocar bilhetes com desconhecido, ele de alguma maneira parecia ser próximo. O mais legal e aleatório sobre tudo isso, é que nem sempre era uma conversa, as vezes era coisas pequenas que viam dele.

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