Leia pela primeira vez: Lotus - A Herança de Park.
2012
Descendo a colina de uma casa grande e aparentemente luxuosa, um pequenino garotinho corria às pressas de encontrar consolo, e principalmente, ajuda.
No começo pensei ser uma menininha, mas quando ele correu até mim, percebi que se tratava de um branquinho nanico.
Dos olhos, as lágrimas amargas e desesperadas escorriam sem freio, e o medo parecia ter-lhe assassinado seu anjo da guarda.
Foi quando ele veio até mim buscando proteção, sua fala se embaraçava no choro sofrido, mas eu pude ver através de seu olhar que ele precisava de alguém para lutar por ele.
— Socorro, socorro! — Foram as únicas palavras que ele soube esbravejar no momento.
Eu não consegui pensar no que fazer, me subiu um desespero pelas vértebras de minha coluna. Porém, minha bondosa mãe o acolheu nos braços, secou-lhe da chuva com uma toalha simples mas quentinha e deu-lhe o que comer.
Quando o garotinho — anos mais novo que eu — se recompôs, perguntamos o que havia lhe ocorrido de tão grave para que ele ficasse tão assustado. Mas ele não pronunciou uma palavra.
As horas se passaram devagar e aquele silêncio temeroso dele estava me corroendo, eu queria entender qual era o problema. Portanto me coloquei a frente do baixinho da pele clara e me agachei para alcançar sua altura.
— É o meu doce favorito. — Deixei uma barrinha de chocolate em suas pequenas e gordas mãos — Prove, vai gostar.
Ele permaneceu de cabeça baixa, aquilo me incomodou. Eu estava sendo gentil, por que ele não poderia ser também?
— Não vai comer? — Agitado como era, eu quis poder escutar sua voz outra vez, com mais clareza.
O garoto não me respondeu de novo, que petulância.
— Tudo bem, eu como então. — Quis pegar a barrinha de volta mas quando fui roubá-la, ele segurou o doce com força.
— Obrigado. — Sua voz braniu, baixa e meiga.
— Ah então você sabe falar. — Sorri — Você tem nome também ou eu vou ter que escolher um para você?
Droga, ele se calou de novo.
— Ei, pode olhar para mim quando eu estiver falando com você. — Calmamente, levantei sua cabeça — Eu não vou te machucar.
No segundo em que eu o vi, percebi o medo contornando seus lumes e tive pena, muita pena. Algo terrível assombrava o seu coração, eu pudia sentir a vibração ruim.
— Posso te morder se eu estiver com fome, mas não vou te machucar. — Soltei um riso calmo, apenas para que ele não sentisse medo de mim também. Ele parecia temer qualquer um e qualquer coisa.
Foi quando ele sorriu para mim e eu me senti mais leve. O baixinho era fofo e aparentemente tímido, uma graça de criança. No auge dos meus onze anos, nunca tinha visto um garotinho tão belo.
— Eu vou ser seu melhor amigo a partir de hoje, e como seu melhor amigo, pode me contar qualquer coisa. — Sorri tentando fazê-lo se abrir comigo, queria ajudá-lo — Confie em mim, eu vou te proteger para sempre.
— Dentinho... — Parecendo ignorar minha solicitação de amizade, ele murmurou algo.
— O que? — Me inclinei para ouvi-lo melhor, meus joelhos já estavam doendo naquela posição.
— Você tem dentinhos de coelho. — Seu dedinho apontou para a minha boca e ele riu de mim.
— Ah, minha mãe diz que meu animal espiritual é um coelho. Por isso vivo sendo chamado assim. — O fiz sorrir, que bom — Pode me chamar de Dentinho se quiser, eu gostei desse apelido.
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LOTUS: A HERANÇA DE PARK [JIKOOK]
Подростковая литератураJeon Jungkook, o criminoso mais procurado da Coreia, foi contratado para matar Park Jimin. Ele tem apenas trinta dias para cumprir tal ordem, mas até lá, sua vida monótona é renovada pelo inocente garoto de cabelos loiros. Até o coração de um mafios...