LOTUS: A HERANÇA DE PARK [JIKOOK]

CAPÍTULO IV

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• Jeon Jungkook

Sinceramente, se eu ganhasse uma moeda cada vez que me arrependo de uma decisão feita por mim, a esta hora já teria mais moedas que a Fonte dos Desejos.

Não sei o que me passou na cabeça quando pensei que seria uma boa idéia supervisionar a aula de dança de Park. Eu estava literalmente contando os segundos até chegar nos sessenta minutos.

Ser obrigado a ver o garoto e seu professor dançando coladinhos foi muito constrangedor, eu não gostei nem um pouco. Jimin aprendia a coreografia bem rápido, ele era um especialista de fato, dançava muitíssimo bem.

Mas ter que observar de cinco em cinco minutos seu quadril se chocando com a parte de baixo de Jackson, era bastante agoniante. Eu definitivamente não fui com a cara dele.

De verdade, eu não entendia a necessidade de estarem tão perto.

— Capaz que até se engulam de tão próximos. — Pensei alto, horrorizado com a dança dos dois.

— O que disse, senhor Jeon? — Jackson pausou a música — Quer fazer alguma colocação?

— Essa dança precisa ser assim, tão vulgar? — Questionei com as sombrancelhas franzidas.

— Achou vulgar? — Olhou para Park, sem entender — Mas essas são as coreografias que estão em alta hoje em dia.

— Pensei que o Park praticasse Ballet apenas.

— Eu pratico todos os estilos. — Ele mesmo quis responder — Todos os que eu quero.

— Sua tia sabe disso?

— Perdão? — Deu um passo mais perto de mim, ultrapassando o corpo de Jackson.

— Perguntei se a sua tia sabe que você anda praticando outros estilos além do Ballet.

— E o que você tem a ver com isso? — Me interrogou, irritado — O que sabe sobre dança?

— Jiminie, tudo bem... — Seu professor tentou evitar um conflito — Vamos voltar a praticar.

— Permaneça em seu lugar Jack, eu não terminei. — Fez um sinal de correção com a mão, pedindo que ele ficasse em silêncio — Vamos Jeon, responda.

— O que você quer que eu diga? — Retribuí o olhar afrontoso que ele tinha sob mim.

— Se está opinando sobre a minha vida, deve entender alguma coisa de dança. Ao menos saber o mínimo sobre o Ballet.

— Como? — Ri pelo nariz, sem encontrar o sentido em suas palavras.

— Sabe fazer isso? — Ele foi até o centro do estúdio e deu um mortal delicado — Ou isto? — Elevou uma das pernas até o topo, perto da cabeça, sem sair do lugar.

— Não. — Respondi suas perguntas, meio desconfortável com seu olhar de julgamento.

— É, eu imagino que não saiba. — Deu outro mortal para o meu rumo, pousando bem na minha frente — Portanto, não opine sobre o que não entende novamente.

— Por acaso está zombando de mim, Park? — Perguntei, direcionando-lhe o meu olhar.

— Estou apenas te mostrando qual é o seu lugar. — Deixou claro que eu estava sendo repreendido.

Simplesmente me calei e ouvi o sermão, porém, meus olhos não mudaram de intensidade.

— Você é um simples segurança, Jeon. Não ultrapasse meu limite de tolerância e não se atreva a se meter na minha vida outra vez. — Me deixou um lembrete — De agora em diante eu exijo que mantenha o mínimo de respeito na minha presença. Entendido?