No Reino de Grenirva havia um pequeno bosque, em que havia uma vila de Naturians (pequenos seres a base de plantas). Lá eles viviam em paz e harmonia até que alguns dos habitantes estavam sendo assassinados por caçadores da selva. Isso preocupou bastante a todos, o que obrigou a se esconderem em suas pequenas fortalezas. O rei havia decretado que ninguém saísse, por um tempo indeterminado. Sinna, uma jovem Naturian, filha de um pai explorador e uma mãe pesquisadora, se negava a aceitar essa situação, o que ela via era todos se escondendo em suas tocas, morrendo de medo, torcendo para que tudo voltasse ao normal. O que ela queria era coragem e determinação de todos para vencerem a nova ameaça, no entanto se frustrava cada vez mais. Certo dia Sinna fugiu do esconderijo e tentou sozinha entender o que eles estavam lidando. Ao andar entre as plantas e árvores, ela encontra dois caçadores.
- Nem acredito que encontramos o habitat dos Naturians, pensava que todos haviam sido extintos. - disse um caçador.
- Se as coisas continuarem assim, vão ser considerados extintos de novo. - disse o outro.
- Se esse é o caso, temos que cultivá-los. Mas por que o perfume dessas criaturas tem que ser tão bom?
- Dá até pra sentir só de falar. - disse um dos caçadores respirando mais forte.
- Tem razão, deve ser um deles!
Do nada os dois desapareceram num piscar de olhos. Sinna se assustou e ficou altamente nervosa. Ela correu para perto de um tronco de árvore. Um grito é escutado. Era de um Naturian.
- Não era desse. Era diferente. - disse um caçador segurando um Naturian com uma mão.
- Eu... prometo ajudar a fazer o perfume, se deixar o meu povo em paz. - disse o desesperado Naturian.
- Hum... até pode rolar... - disse um dos caçadores.
- Obrigado... - dizia o Naturian até ser esmagado.
Sinna ouvia tudo e se impactou com o que havia acabado de presenciar.
- Hum... podia rolar mesmo sabe... mas não curti o perfume dele. - disse o caçador vendo sua mão aberta com pó naturian se dessipando.
O pó era como pólen. Os Naturians eram um dos seres mais frágeis de Zagylmizd, e também um dos mais isolados.
- O que deseja aqui?! - disse uma criatura com uma voz grave.
Sinna se assusta e percebe que estava em uma caverna.
- Onde... onde é que eu tô?! - pergunta Sinna sem saber onde estava a tal criatura.
O lugar estava muito escuro. Havia uma saída da caverna a poucos metros.
- Qual o seu propósito? - disse de forma calma a criatura.
Sinna olhou em direção a saída.
- Você é um caçador?
- Caçador? Por que acha isso?
- É... por que vim parar aqui? Eu tenho que avisar logo a todos sobre os caçadores! - disse Sinna muito nervosa.
- Então esse é seu propósito?
- Sim!
- Que lamentável! O que procura não está aqui. Vá embora!
Sinna pensou um pouco e depois foi em direção a saída. Entretanto havia passado alguns minutos e aquela saída parecia ser inalcançavel.
- Hey! Criatura da Caverna! - grita Sinna.
- Que ousadia!
- Eu quero sair daqui!!!
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Contos de Zagylmizd - VOLUME 01
FantasíaEste livro reúne os mais diversos contos clássicos de Zagylmizd. Escritos pelos magos da capital, os contos de Zagylmizd narram lendas, relatos, mistérios e mensagens de diversos seres ou acontecimentos que se destacam pela sua peculiaridade.