Quem não gosta de se mudar não é mesmo... é na verdade quase ninguém gosta, então por que seria diferente com Léo, já pode imaginar o por que dele estar surtando no quarto enquanto arruma suas malas e bota sua amiga, Luísa, no viva-voz.
Olha pelo lado bom, pelo menos vai ter gente nova lá, vai que você arruma um-...
Léo grita interrompendo
O CARALHO GENTE NOVA, EU SÓ QUERIA FAZER A MERDA DO CURSO DE DESENHO, MAS NÃAAAO, Eu TiNhA qUe FaZeR aLgO úTiL- Ele satiriza a fala de seus tios por mais uns vinte minutos pela terceira vez nessa ligação.
Ai amigo, você é lindo e talentoso, você vai conseguir ficar bem lá-
Não é questão de ser bonito ou não!, eu tenho tudo aqui, amigos, minhas coisas, tudo, e agora eu vou ter que me mudar do nada só por que eles arrumaram uma bolsa aleatória, numa faculdade aleatória, em uma cidade no fim do mundo?- Léo se joga na cama e cobre seu rosto com as mãos, cheias de arrependimento por ter dito sobre o curso e começar toda a bagunça.
Sabe, as vezes eu só queria morrer-
Pois pare de querer, eu não vou no seu enterro, você sabe que as vezes eu rio da cara dos defuntos!-
Léo ri baixo quando lembra do problema mórbido de sua melhor amiga, mas ao mesmo tempo se conforta pensando que pelo menos vai poder ter momentos assim ainda.
Ahhhh, que sono, eu saio às sete amanhã...MEU DEUS JÁ SÃO UMA DA MANHÃ?-
Léo se levanta rápido e fecha a última mala, arruma a roupa que vai usar pro primeiro dia na faculdade no dia seguinte, e então vai ao telefone, já sabendo que o boa noite vai ser bem longo dessa vez.------|=====|------
No dia seguinte, já são sete e dez, e Léo ainda está se despedindo de Lu pelo telefone, já que sua amiga estava fora da cidade justo naquela semana, seu café foi basicamente, uma pizza que tinha sobrado do dia anterior, e um copo de café, sim copo, ele não gosta de usar xícaras, gosto pessoal.
Ok amiga, agora é sérião, eu tenho que ir pra ontem, beijão no seu-..
Tá tá beijo gay de Lúcifer, até quando você chegar lá, ME AVISA EM!-
TÁ CARAL...-
Depois de terminar o café, e de se despedir, dá partida no carro que seus tios "emprestaram", mesmo sabendo que ele não voltaria até as próximas férias, não demora muito até sair dá cidade, ele sentia falta daquele sentimento, viajar, era algo que fazia com seus pais quando era criança, mas nunca mais saiu da cidade dês de...bem, faz muito tempo.
Horas se passam, a playlist nem na metade, Léo para em um posto pra reabastecer e também comer alguma coisa depois de seu café dá manhã perfeitamente balanceado, ele enche a bomba e entra em um restaurante que fica colado no posto.
Chama o funcionário pelo menos quatro vezes antes de ser atendido.
Olá bom dia, já quer pedir alguma coisa?-
Hmmm, bem...eu acho..-
Spoiler, ele é bem tímido, a exceção é Luísa, mas nem ele sabe como aquela vadiazinha conseguiu fazer ele falar de com quem ele quer tran...-
Pode ser só uma torrada obrigado...-
Ele fala extremamente rápido e dá o cardápio pra moça que fica meio confusa, mas parece simpática e saí da mesa, aliviando e envergonhando Léo pra (não) surpresa de todos.
Cinco minutos em silêncio total, repensando todas as escolhas de sua vida, e também percebendo todos do local o encarando, ele sempre faz isso em locais públicos, não sabe o porque de o encararem, nem sabe se estão, mas só o contato visual já o arrepia por completo, enfim decidi ir ao banheiro.
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Santo Nascimento
Random"Santo Nascimento, uma cidade excêntrica, população também excêntrica, localização, no fim do mundo, desaparecimentos, comuns a séculos, alguém liga?, ninguém, estranho? talvez, mas para uma mente jovem entediada e curiosa, é o suficiente", Léo, um...