Depois de quatro aulas praticamente inúteis, com Léo pesando mais na beleza e voz assutadora daquele menino, mais do que pensaria um seminário sobre os defeitos da sociedade atual, depois da última aula, ele foi ao refeitório e assistiu Encanto no celular, ficou o filme inteiro reclamando no grupo com suas amigas, e é claro, ficou o tempo inteiro depois...
Não falamos do Bruno não não não...ahhh esquece essa merda!-
Saiu do refeitório depois do filme e estava preparado para ir finalmente encontrar sua belíssima cama, mas antes que pudesse pisar fora do local.
Eii, eii me espera aí!-
Léo reconhece a voz e sua espinha arrepia no mesmo momento, ele nem olha pra trás, apenas corre, corre muito...muito mesmo!
Depois de um minuto de corrida, os passos chegam tão perto que Léo ouve a respiração dele em sua nuca, até que sente algo mais, algo como alguém se jogando em cima dele em alta velocidade, é, é isso sim.
Os dois rolam por pelo menos quatro metros, até pararem na pose mais clichê possível, Léo embaixo e menino o cobrindo.
Desculpa, desculpa mesmo ok!-
O menino fala com a respiração totalmente ofegante;Essa é a única coisa que você vai dizer?, caralho!-
Léo já está claramente sem paciência;Eu sinto muito mesmo!, eu não queria te assustar nem te machucar aquela hora!, eu juro..eu..-
TÁ TÁ!, só me ajuda a levantar por favor!-
O mesmo percebe a posição nem um pouco favorável, ajuda Léo a levantar e para em sua frente, os dois demonstram vergonha extrema, mas claramente Léo mais que ele, sem motivo claro.
Ok, eu quero dizer que eu sinto muitíssimo ok, eu realmente não queria te machucar!, eu só.. só to nisso a tanto tempo que...eu to desesperado-
O mesmo fala quase chorando, talvez deixando Léo ainda mais confuso e ao mesmo com certa pena;Como assim?, como isso tudo tem ligação com aquilo?, não era só você perguntar seja lá o que você saber?-
Eu queria!, mas eu pensei que uma abordagem agressiva iria funcionar melhor, ninguém me leva a sério naquele lugar-
O olhar de cachorro arrependido e choro fez Léo se sentir culpado por estar irritado com o menino, mesmo não o conhecendo, então mesmo com sua timidez extrema, decidi tomar iniciativa pela primeira vez.
Então...olha, qual seu nome?...-
Os olhos se viram pra Léo, que sente algo estranho, mas ignora;
Meu nome é Arthur..., e o seu?-
Me chama de Léo, mas afinal, cê achou que eu tava ligado a que?
De novo a expressão de agora,Arthur, muda, de tristeza e arrependimento, vai pra como se ele tivesse lembrado de algo muito importante, e uma determinação exalava.
É algo, bem, eu posso te explicar...se você quiser é claro!!, Não vou te forçar, a maioria das pessoas acham que eu sou estranho e meio louco...acho que você também né?-
Não vou mentir, sim um pouco...mas você também é até que é fofo...meu Deus desculpa, quero dizer que ok, pode falar sobre o que é-
O rosto de Léo já é cheio de sardas avermelhadas, mas mal daria pra velas no estado vermelho em que estava, Arthur ri um pouco.
Ok então, Léo né, que tal amanhã?, meio que tá tarde, e essa cidade não é tão segura quanto parece... acredite-
Os dois se comprimentam depois que Léo concorda em se encontrar na praça perto de sua casa no dia seguinte.
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Uma bela caminhada depois, Léo estava bem perto de casa, já sentia o cheiro doce e clima quentinho de sua cama, quando estava já na praça onde antes tinha se perdido, já sabia o caminho de volta, apenas seguiu reto.
Derrepente, sentiu um cheiro forte, parecia estranho, algo muito ruim, quase fez Léo vomitar ali mesmo, um cheiro que ele só conseguiu classificar como uma coisa, morte.
Ele olhou por todo lado, não tendo resultado, nada, ninguém estava por perto, um silêncio perturbador, Léo não conseguiu continuar andando, suas pernas pararam automaticamente, sentiu algo atrás de si, algo respirando, suas pernas derrepente ligam novamente, então a decisão mais óbvia é tomada, ele corre, corre tanto que nem mesmo sente mais suas pernas, até chegar em seu portão, do qual o abre seis metros antes de chegar, passa por baixo e o fecha novamente, hesita em olhar para o vidro a sua frente, ao tomar coragem, nada mais além da escuridão da noite é vista.
Já dentro de casa com todas as entradas trancadas, enrolado em seu cobertor e com as luzes acessas, deita no sofá e liga a Tv, obviamente não iria dormir aquela noite, não conseguia parar de pensar naquilo, mas também não falaria pra ninguém, afinal, tinha noventa por cento de chance de ser um evento imaginário, não queria ser taxado de louco, enfim, permaneceu assistindo Drag Race e comendo macarrão que havia feito mais cedo.
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Santo Nascimento
Random"Santo Nascimento, uma cidade excêntrica, população também excêntrica, localização, no fim do mundo, desaparecimentos, comuns a séculos, alguém liga?, ninguém, estranho? talvez, mas para uma mente jovem entediada e curiosa, é o suficiente", Léo, um...