Capítulo IV: Conhecidencias?

9 2 3
                                    

Depois do ocorrido na noite passada, Léo apenas conseguiu  dormir por duas horas após o amanhecer, já eram oito e meia da manhã quando ele acordou praticamente em panico, claro, após um pesadelo, imediatamente levantou do sofá com pressa, afinal, havia marcado de encontrar Arthur as nove na praça, e por experiência própria, não era nem um pouco rápido em se arrumar.

Já dez pras nove, estava arrumado e tomando a quarta chicara de café, um vício que havia obtido já faz pelo menos dois anos, o nervosismo era tanto que pretendia tomar mais quatro, mas além de estar quase ma hora, seu café tinha acabado, saiu de casa mais atento aos arredores do nunca, a cada canto de pássaro, ele olhava rapidamente, chegou rápido, até demais, eram nove horas exatas.

Sentado, balançando a perna, totalmente atento, não esperava uma mão aterrissar em seu ombro derrepente, algo que o fez soltar um mini grito extremamente não grosso.

Eita eita, calma, eu sei que eu exagerei ontem mas e...-

MAS QUE PORRA!, QUEM CHEGA TOCANDO NO OMBRO DE ALGUÉM?-

A cara de espanto em Léo, juntamente com a de Arthur, fez o momento de silêncio ainda mais constrangedor, trinta segundos de encarada depois.

Ok...eu não sei o que aconteceu, mas desculpa se eu te assustei-

Só.. não chega assim de novo, ok, o que  a gente veio fazer aqui?-
A memória de Léo claramente tinha sido afetada pelo café, mas ele nem lembrava que isso acontecia.

Ué, eu vim te falar sobre meu..."problema", lembra?-

Não, e desse jeito parece que você vai falar de sexo-

Meu Deus, o que aconteceu com a pessoa tímida fofa de ontem?-

Enfiei no cu, agora fala logo!-

Aii, ok então estressadinho-

Léo não tinha percebido devido aos sentidos atordoados, mas Arthur estava carregando uma maleta de couro preta, ele então a pega e bota em seu colo, assim que abre, vários papeis e recortes de jornais quase voam, mas são segurados firmenente.

Tá, eu vou tentar ser bem direto, tem algo muito errado com essa cidade-

Pode ser menos direto, e explicar, com o máximo de detalhes de preferência-
Léo não sabe se realmente queria ouvir seja lá o que ele tinha pra falar, ou se apenas queria encarar aquele rosto lindo por muito tempo.

Bem, já que você tá tão interessado, vai ser um prazer explicar!- a felicidade no rosto de Arthur é indescritível, como a de alguém que finalmente é ouvido depois de muito tempo.

A pelo menos, quatro gerações da minha família, nós sabemos que tem algo errado com a cidade, vários desaparecimentos, sem nenhuma cobertura da mídia, nem uma investigação, nunca vimos ninguém se quer se interessar a procurar pelas pessoas, esses são os únicos indícios da existência dessas pessoas, jornais, a única coisa que sobrou delas...-

Léo pega um dos recortes, é de uma menina, desseseis anos, branca, estava em preto e branco, a data era 1964, era só um quadrado com a cara dela, informações, e um desaparecida em cima, mas não parecia nem um pouco ser algo feito pra ser chamativo, pareceria mais um tipo de curiosidade "ei você, sabia que pessoas desaparecem, legal, agora vamos pros esportes".

Mas gente..., isso é bem estanho realmente, mas nunca encontraram eles mesmo?-

Não, nem um rastro, vivos ou mortos, eles só desapareceram, só tem um relato de um deles, uma carta, escrita um dia antes dele desaparecer, carta essa que minha vó guardou quando era jovem, ela também era bem curiosa quanto a isso, e essa cara era um amigo dela, então é, lê por você e vê como é estranho-

A carta amarelada e claramente velha é dada a Léo, quando começa a ler, um grande arrepio é sentido com força, o olhar de desespero de Léo, deixa Arthur preucupado.

Ei o que ouve?, cê tá bem?-

Arthur toca o ombro de Léo, que pula, e olha profundamente nos olhos do mesmo.

Pode..por favor ler isso em voz alta pra mim..., eu devo..eu quero estar louco...-
Léo entrega a carta nas mãos de Arthur, que fica meio relutante, mas acaba sedendo e começa a ler.

Ok então...-

------|====|------

Santo NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora