Cap 15

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Callie

Ontem eu pedi Arizona em namoro e ela aceitou, fiquei com medo da reação dela, para minha surpresa ela amou tudo.
Passamos a noite fazendo amor, sexo com ela é maravilhoso, antigamente eu transava por transar, não tinha muito prazer era mais um alívio momentâneo e também não fiquei com muitas mulheres, hoje vou contar para Ari o motivo que sai do Brasil e como era minha vida amorosa.
Levantei da cama sem fazer barulho fui até o banheiro e estou toda dolorida, meu corpo dói, mas estou leve, essa mulher é demais! Faço minha higiene e peço café da manhã no quarto, procuro algum relaxante muscular e tomo é já deixo um para ela, com certeza vai está bem dolorida também.
Serviço de quarto chegou, arrumei nosso café na mesinha de centro e fui chamar meu anjo.

A encho de beijos - Amor, acorde! Vamos tomar café, sei que deve está com fome - passo minha língua lentamente por sua orelha e deixo uma mordidinha no local, ela geme baixinho.
Aos poucos vai abrindo os olhos e o azul está bem clarinho, ela tem os olhos lindo, seu sorriso que forma umas covinhas, me encantam cada dia mais.

Bom dia meu amor - tenta se levantar e da um gemido de dor - Callie você acabou comigo, estou toda dolorida.

Me aproximo dela a beijando e deixando um selinho em seguida, estendo um copo com água e o comprimido para tomar

Eu também acordei dolorida e você acabou comigo também linda, tome vai ajudar.

Ela toma o comprimido e segue para o banheiro para fazer sua higiene, pouco tempo depois ela retorna.

Ari - a chamo e ela faz um barulhinho para que eu continue - Quero conta um pouco do meu passado para você, se importa em não sair hoje à tarde?

Ela me olha da forma mais apaixonante possível e diz - Claro Calliope, quero te conhecer a fundo...

(...)

Depois do café da manhã descontraído, puxo ela para sentar no sofá e então começo...

Bom, na minha infância minha mãe sempre me tratou como menininha, sempre usei muito rosa, vestido, eu tinha os cabelos compridos, sempre era um fru-fru. Na minha adolescência eu não me sentia 100% feminina, algumas coisas eu me achava feminina e outras me encontrava melhor no masculino, por exemplos as roupas...
Minha mãe me levou ao médico quando eu tinha 12/13 anos para falar sobre as minhas condições, eu poderia fazer a cirurgia e retirar o penis, mas as chances de complicações eram muito altas, optei por não fazer.
Com meus 15 anos eu gostava mais das meninas, minhas amigas me chamavam de sapatao pq só eu do grupo gostava de meninas, mas não ligava, quem gostava era eu e não elas. Meus pais não ligaram também, me apoiavam em tudo, exceto o corte de cabelo, eu podia usar roupas mais masculinas, mas não podia cortar o cabelo. Até aí tudo bem.
Quando completei 16 anos eu perdi meus pais, fui morar com a minha avó materna. Ela era um doce, sempre cuidou muito bem de mim.

Fiquei em uma fase um pouco rebelde depois que meus pais faleceram.
Eu só beijava todas as meninas que tinha curiosidade, mas nunca passei disso, as vezes esquentava o clima, eu me afastava, não queria contar que eu era interssexual. Quando eu tinha 17 anos conheci uma garota, o nosso lance foi legal no começo, mas chegou em um ponto que ela queria mais que beijos, ela não era virgem e eu era. Achei que estava no momento de assumir minhas condições e ela achou interessante e marcarmos o dia para o ato acontecer, foi péssimo! Eu senti muita dor e ela não estava nem aí, achei que meu pau iria quebrar ( Ari da uma risadinha), por inexperiência eu gozei rápido e graças a Deus acabou.
Pensei que estava tudo bem e iríamos continuar nosso lance, besteira minha. Quando cheguei na escola no outro dia, todo mundo sabia que eu era interssexual, e começaram a me chamar de monstro, uma pessoa abominável, uma aberração, foi horrível... (lembrar desse época me machuca, consequente começo a chorar)
Ari me abraça e diz que não preciso continuar, mas eu preciso me abrir com ela.

Continuo, eu saí correndo da escola e fui para casa, minha vó estava terminando o almoço quando me viu em um estado deplorável. Me joguei em seu colo e chorei muito, como queria meus pais naquele momento. Eu sabia que um dia iria acontecer algo, mas não como aconteceu.
Minha vó me colocou para dormir e quando eu acordei com a cabeça mais fria, decidi me inscrever nas faculdades dos EUA, enquanto eu esperava as respostas das faculdades, optei por terminar o colegial em casa, minha vó super apoio, eu jamais iria pisar naquela escola novamente, as meninas que diziam ser minhas amigas se afastaram bruscamente.
Uns meses depois recebi as aprovações e escolhi Harvard.
Assim fui embora do Brasil!

Ari estava desmanchada em lágrimas também, mas me puxou para deitar em seu colo e ficou fazendo cafuné na minha cabeça.

Eu sinto muito amor por tudo que você passou, mas estou aqui e nunca irei sair do seu lado - diz ela deixando um beijo na minha cabeça.

É sobre isso, Arizona quebrou todas as barreiras que existem em mim, eu tinha medo de relacionamento por acharem que sou um monstro ou só me usarem e depois descartarem. Só que ela é diferente, ela me acolheu, ela me ama, ela me trás luz, ela me salvou!!!

Adormeci em seus braços.

(...)

Horas mais tarde eu acordo ainda nos braços de Arizona, levanto e a vejo com um livro em mãos.

Dormi muito? - pergunto esfregando meus olhos.

Talvez o suficiente, como se sente? - diz guardando seu livro

Aliviada - dou um selinho em seus lábios.

Amor, e seu relacionamento de 4 anos? Se não quiser falar tudo bem, não quero ser invasiva.

Relaxa Ari, está tudo bem.

Bom quando comecei a faculdade de direito, eu não me envolvia com ninguém, não queria correr o risco de passar por tudo que passei aqui, mas alguns semestres depois conheci minha ex. Ela era legal, foi bom nosso relacionamento, ela me aceitou e ficamos quase 4 anos. Se eu amava? Não, eu gostava e respeitava, mas faltava o que eu tenho com você... O friozinho na barriga quando eu te vejo, todo esse sentimento que eu tenho por você.
Eu terminei pq eu não sentia nada, era um relacionamento sem emoção alguma, um tempo depois descobri que ela me traia, só queria me usar e aproveitar do meu dinheiro.
Nessa época minha vó faleceu, teve um infarto e foi fatal. Me fechei para o mundo, não queria ninguém por perto, então não quis novamente relacionamentos e cá estou, namorando com um anjo!!!

Ari me puxou para cima dela e começou me beijar com carinho, brincando com a minha língua em uma dança lenta e apaixonante, finalizamos o beijo com selinho longo.

Eu te amo muito Calliope, vou cuidar sempre de você!

Eu também te amo muito Arizona, você foi o maior presente que ganhei na vida!

(....)

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Desculpe os erros...

Estão curtindo a fic?

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