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Riley

Quando acordei está manhã, eu poderia chutar que estaria em qualquer lugar no mundo. No Egito, na Índia, no Alaska, em Nárnia ou até na casa do papai Noel, mas eu nunca achei que estaria aqui.

Eu não sei eu já fiz coisas mais idiotas do que o que eu fiz ontem.

Para ser sincero, eu estava impressionado comigo mesmo. Quer dizer, eu havia pulado de um barco cheio de celebridades que ganhavam em um mês mais do que eu ganharia provavelmente na minha vida inteira, e nadei até a costa em uma água que parecia mais que vinha do ártico de tão gelada.

Quando pulei na água e senti o frio se manifestando como agulhas finas penetrando na minha pele, pensei que os meus músculos ficariam paralisados imediatamente, mas a adrenalina me manteve quente e fez com que eu chegasse até um lugar seguro, onde eu não teria o perigo de me afogar ou morrer congelado.

Fiquei deitado na areia por dez minutos, recuperando meu fôlego e tentando entender o que tinha acabado de acontecer comigo.

Eu havia conhecido a icônica Nelly Ross. Eu havia feito um acordo com ela para não ser preso, e havia brigado com ela por eu ser um cafajeste.

Se isso não era zerar a vida, eu não sei o que é.

Mas isso não se compara com o que aconteceu hoje de manhã.

Hoje, como todos os outros, nasceu para ser um dia comum. Eu acordei, tomei café, me arrumei, escovei os meus dentes e fui trabalhar.

Quando cheguei na empresa, me sentei na minha mesa e comecei a revisar o que eu havia escrito durante a semana. Estava tudo horrível, então me irritei e me levantei para tomar um copo de água e pensar como eu reescreveria todo o trabalho da semana que eu provavelmente iria jogar fora assim que voltasse para a minha mesa.

E quando estou acabando de tomar o meu copo de água, o meu chefe me chama para ir para a sala dele. Eu jogo o copo fora e vou onde ele me pede.

"O Larry ficou doente hoje," ele diz, sério, após fechar a porta do seu escritório.

"É mesmo?" Eu não sabia como aquilo tinha a ver comigo. "O que aconteceu?"

Eu não deveria perguntar, mas não sabia o que mais dizer.

"Na verdade não foi ele," ele corrige. "Foi a mulher dele, acho que ela entrou em trabalho de parto ontem à noite."

Não sabia que gravidez era uma doença.

"Ah, então... estou feliz por ele," respondo, atrapalhado.

"O ponto é, a matéria que ele ia começar hoje é muito mais do que importante, e eu não posso deixar essa oportunidade passar," ele diz, arrumando a mesa dele milimetricamente, como sempre faz.

O cara tem alguns problemas sérios de TOC.

"Qual é a matéria, chefe?" Pergunto.

"Você sabe aquela atriz famosa, a Nelly Ross?"

Eu paro de respirar. "Sei," respondo.

"Ela pode nos render a maior matéria do ano."

Eu fico sem reação por alguns segundos. Tanta coisa estava acontecendo ao mesmo tempo que eu estava perdido.

Quer dizer, primeiro que o meu chefe provavelmente me chamou aqui porque quer que eu escreva o que tem a chance de ser a maior matéria do ano, segundo que eu precisaria entrevistar a Nelly Ross para fazer isso, terceiro que ela provavelmente me odiava e meteria outro tapa na minha cara se tivesse a chance.

DESCULPE PELO DRAMAOnde histórias criam vida. Descubra agora