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Nelly

Eu não transava há trinta e seis dias. Não sei porquê, mas olhar para o Riley agora me fez pensar nisso.

Era estranho que eu havia pensado nisso enquanto ele falava sobre ter levado um tapa de mim?

Vou presumir que seja o fogo acumulado em mim que tenha me feito pensar nisso. Além do mais, faz tempo que eu não me aventuro na cama com alguém que realmente saiba o que faz. Ou talvez seja porque as próximas semanas — ou até meses — vão ser muito diferentes para mim.

Eu não sabia o real motivo. Talvez seja tudo.

Eu só sei que este vinho está despertando algo em mim. Algo que eu não gosto, porque não há nada que eu possa fazer sobre isso.

"Falando nisso o quê?" Pergunto rindo. Estava curiosa para saber o rumo que essa conversa vai levar. "Está com medo de levar outro?"

"Para ser sincero, sim," ele responde. "Você me bateu tão forte que eu acho que a marca da sua mão ainda está no meu rosto."

Ele vira o rosto para mim e eu me aproximo para tentar enxergar, mesmo que não precisasse, já que nós passamos o dia inteiro juntos e não havia nenhuma marca de mão no rosto dele.

Mas da mesma forma, eu me aproximo dele e fico a centímetros dele por um tempo, fingindo estar procurando algo.

"Infelizmente não há nada aí," respondo, com uma expressão triste. "Mas nós podemos resolver isso em um instante, se você quiser."

Ele ri e se afasta um pouco. "Vamos deixar para a próxima," diz.

"Hm," levo um dedo até o canto da minha boca. "Riley Jamerson, você está me dizendo que tem um fetiche em apanhar de mulher?"

Ele começa a gargalhar. "O quê? Da onde você tirou isso?"

"Você quer uma próxima?"

"Se for sobre o tapa, não, obrigado."

Finjo estar desapontada. "É uma pena, tenho várias amigas que iriam te amar se você tivesse esse fetiche."

Não tenho, na verdade. E se tivesse, não as apresentaria a ele. Por nenhum motivo específico, é claro.

"É mesmo? Então você me apresentaria para as suas amigas?" Ele pergunta.

Ao mesmo tempo que eu acho o jeito do Riley de ser desafiador e fazer perguntas que causam um certo desconforto em mim algo atraente e, de uma certa forma, prazeroso, eu também odeio isso nele, exatamente porque eu tenho que responder os seus comentários e as suas perguntas.

Eu penso por um instante, mas desta vez, decido não responder. "Quer saber, Riley. Já que você não está me fazendo nenhuma pergunta que vai ajudar na sua matéria, eu vou te fazer uma."

Ele franze a sobrancelha, mas assente. "Tudo bem, o que você quer saber? E antes que você pergunte, não, eu não tenho nenhum antecedente na polícia. Exceto uma vez que eu e mais algumas amigos invadimos um estádio de basquete no meio da noite, mas isso não é importante."

"E você foi pego? Por favor, Riley, você precisa trabalhar nas suas habilidades criminosas. Você é infinitamente ruim nisso."

"Ah é? E quais são as suas habilidades maravilhosas do mundo criminoso?"

"Eu consigo fugir de paparazzis e ando nas ruas sem ser reconhecida. Eu sou praticamente uma espiã."

Ele balança a cabeça, parecendo impressionado. "Devo admitir, isso é impressionante," diz.

DESCULPE PELO DRAMAOnde histórias criam vida. Descubra agora