Dentro do carro, o clima estava leve. Com conversas descontraídas, o papo aleatório foi rolando, enquanto eles se aproximavam do destino. A música do carro estava alta, mas não atrapalhava o bate-papo. Na verdade, até ajudava a melhorar o ar do ambiente. Após escutar alguns segundos da primeira melodia que tocou, um estalo de ideia acertou a mente de Aline, que idealizou um passatempo diferente.
— O primeiro a me falar uma música com a palavra "Amor", ganha. — Aline soltou, enquanto abaixava o som do rádio do carro.
Todos se mobilizaram, pensativos. Buscando a memória em conjunto, tentaram vencer o jogo que, na verdade, nada valia. Exceto se for considerado o momento. Aquela brincadeira era um dos artifícios que trazia o vínculo daquela amizade. Momentos assim, descontraídos, eram o que mantinham a amizade ativa até hoje. Esses sempre foram os melhores momentos.
— "Amor, por favor, não desligue o telefone". — Aline soltou.
Logo após dar início, o coral começou. O restante da música, conhecida por todos, foi motivo de risadas por algum tempo. Eles cantaram até completar música inteira, e estavam se preparando para começar de novo, com outra palavra base, mas não conseguiram. Depois de alguns segundos de descanso das gargalhadas, um som irritante apaziguou o clima bacana.
Era o celular do Lucas, tocando por uma ligação.
— Alô? — ele atendeu.
Tomando o lugar da alegria, uma pequena tensão dominou o espaço.
— Certo. — disse logo em seguida.
— Aconteceu algo? — Larissa, nervosa, perguntou a Lucas.
— Um segundo, já te respondo. — ele devolveu.
Enquanto recebia um tipo de mensagem secreta, Lucas continuava dirigindo. Sem medo de o pegarem com o celular no volante, ele calmamente conversava com a pessoa do outro lado, enquanto seus amigos aguardavam uma resposta. Sem entender o que estava acontecendo, todos do carro ficaram preocupados.
— Liga no viva-voz. — Carla disse.
— Calma, gente. — Lucas respondeu, se virando para trás e fazendo um sinal com a mão.
— Ok, ok. Sem problemas. — ele continuou conversando com o telefone.
Conforme o tempo passava, a dúvida só aumentava. Tudo piorou quando Lucas começou a desacelerar o carro, tentando fazer o retorno com o veículo.
— Certo... Ok... — ele confirmava tudo que ouvia. — Vou desligar. Tchau!
Esse momento foi como um clímax. Todos esperando uma resposta, se viraram para Lucas, como se fossem receber a exposição de algo estrondoso. Depois de alguns segundos de trocas de olhares intensos, e percebendo que Lucas não diria se não fosse perguntado, eles acabaram por questionar, mesmo com medo do que poderia ser a resposta.
— E aí? — Aline foi a primeira.
— O que aconteceu? — Larissa veio logo em seguida. — Ta tudo bem?
Lucas, que já havia encontrado um meio de mudar a rota do carro, se virou lentamente para trás, enquanto se atentava as mastigadas nos dedos, de ansiedade, que seus amigos faziam.
— Relaxem! — ele começou. — Não é nenhuma notícia ruim.
— Não? — Larissa questionou.
— Não! — ele afirmou. — Na verdade, Matheus pediu para que passássemos no mercado, mais especificamente na farmácia que fica lá dentro, para pegar um remédio específico. Diz ele que está com dor de estômago.
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Túnel do Medo
HorrorComo novidade na cidade, uma casa de sustos se instala em um terreno exclusivo para eventos, trazendo uma nova experiência cultural. Uma aventura diferenciada, que também pode ser tratada como um jogo. Cinco jovens-adultos, bem animados, resolvem se...