Capítulo 2

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Dentro do carro, o clima estava leve. Com conversas descontraídas, o papo aleatório foi rolando, enquanto eles se aproximavam do destino. A música do carro estava alta, mas não atrapalhava o bate-papo. Na verdade, até ajudava a melhorar o ar do ambiente. Após escutar alguns segundos da primeira melodia que tocou, um estalo de ideia acertou a mente de Aline, que idealizou um passatempo diferente.

— O primeiro a me falar uma música com a palavra "Amor", ganha. — Aline soltou, enquanto abaixava o som do rádio do carro.

Todos se mobilizaram, pensativos. Buscando a memória em conjunto, tentaram vencer o jogo que, na verdade, nada valia. Exceto se for considerado o momento. Aquela brincadeira era um dos artifícios que trazia o vínculo daquela amizade. Momentos assim, descontraídos, eram o que mantinham a amizade ativa até hoje. Esses sempre foram os melhores momentos.

— "Amor, por favor, não desligue o telefone". — Aline soltou.

Logo após dar início, o coral começou. O restante da música, conhecida por todos, foi motivo de risadas por algum tempo. Eles cantaram até completar música inteira, e estavam se preparando para começar de novo, com outra palavra base, mas não conseguiram. Depois de alguns segundos de descanso das gargalhadas, um som irritante apaziguou o clima bacana.

Era o celular do Lucas, tocando por uma ligação.

— Alô? — ele atendeu.

Tomando o lugar da alegria, uma pequena tensão dominou o espaço.

— Certo. — disse logo em seguida.

— Aconteceu algo? — Larissa, nervosa, perguntou a Lucas.

— Um segundo, já te respondo. — ele devolveu.

Enquanto recebia um tipo de mensagem secreta, Lucas continuava dirigindo. Sem medo de o pegarem com o celular no volante, ele calmamente conversava com a pessoa do outro lado, enquanto seus amigos aguardavam uma resposta. Sem entender o que estava acontecendo, todos do carro ficaram preocupados.

— Liga no viva-voz. — Carla disse.

— Calma, gente. — Lucas respondeu, se virando para trás e fazendo um sinal com a mão.

— Ok, ok. Sem problemas. — ele continuou conversando com o telefone.

Conforme o tempo passava, a dúvida só aumentava. Tudo piorou quando Lucas começou a desacelerar o carro, tentando fazer o retorno com o veículo.

— Certo... Ok... — ele confirmava tudo que ouvia. — Vou desligar. Tchau!

Esse momento foi como um clímax. Todos esperando uma resposta, se viraram para Lucas, como se fossem receber a exposição de algo estrondoso. Depois de alguns segundos de trocas de olhares intensos, e percebendo que Lucas não diria se não fosse perguntado, eles acabaram por questionar, mesmo com medo do que poderia ser a resposta.

— E aí? — Aline foi a primeira.

— O que aconteceu? — Larissa veio logo em seguida. — Ta tudo bem?

Lucas, que já havia encontrado um meio de mudar a rota do carro, se virou lentamente para trás, enquanto se atentava as mastigadas nos dedos, de ansiedade, que seus amigos faziam.

— Relaxem! — ele começou. — Não é nenhuma notícia ruim.

— Não? — Larissa questionou.

— Não! — ele afirmou. — Na verdade, Matheus pediu para que passássemos no mercado, mais especificamente na farmácia que fica lá dentro, para pegar um remédio específico. Diz ele que está com dor de estômago.

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⏰ Última atualização: Mar 21, 2022 ⏰

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