VIII - Física e Instagram.

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Capítulo narrado em primeira pessoa.

Ashley Blake

Segundo Samuel Becttek, todos nós nascemos loucos

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Segundo Samuel Becttek, todos nós nascemos loucos. Nietzsche chegou a afirmar que existe razão na loucura... Ou algo relacionado a isso. Em papercut, Chester Bennington diz que todos possuímos uma face que escondemos dentro de nós.

Eu acho que no final é assim que eu me sinto. Talvez eu fosse louca. Louca por achar que tudo de ruim que acontecesse comigo fosse minha culpa. Louca por não conseguir expressar meus sentimentos direito. Apenas uma adolescente louca.

Mas talvez Chester estivesse certo.
Talvez eu apenas escondesse um lado meu que não quisesse que ninguém soubesse. Esconder o meu lado ruim. O lado onde eu já fui pro hospital mais de 3 vezes por desidratação. O lado onde eu tinha crises de ansiedade toda vez que chovia forte apenas por eu lembrar daquele dia trágico.

— Ashley você já bebeu água hoje de manhã? —minha mãe me pergunta enquanto almoçamos juntas. Hoje era domingo então nem ela ia trabalhar e nem eu estava na escola. Abaixei minha cabeça me concentrando na comida mal tocada.

— Já — menti descaradamente. Eu sabia que ela não tinha acreditado, minha mãe me conhecia melhor do que ninguém, e também havia o fato de eu ser uma péssima mentirosa.

— Ash, não minta pra mim. Por favor, você precisa beber água, é a sua saúde que está em jogo. Olha por que você não reconsidera a ideia de procurar um psicólogo por aqui? — um suspiro cansado sai das minhas narinas.

— Tá mãe. Podemos falar sobre outra coisa? Por favor? — suplico. Eu não queria ajuda psicológica, não depois do que aconteceu. Mas se isso fosse deixar minha mãe satisfeita eu faria esse esforço. Mas confesso que ainda não me sentia muito confortável pra fazer isso.

Alguns anos atrás, pouco tempo depois que eu me mudei pra Nova York, eu comecei a frequentar uma piscologa. A filha dela estudava comigo e mulher que não foi nada profissional contou todos os meus problemas pra garota. Elisa — que era o nome da menina — logo percebeu que se tratava de mim e começou a me ameaçar na escola. Ela e suas amigas me ameaçavam dizendo que iam contar pra toda escola. Por muito tempo eu escondi isso da minha mãe, mas ela acabou percebendo que algo estava acontecendo. Depois que ela descobriu além de ir na direção da escola ela também me trocou de colégio. Desde então nunca mais tive confiança pra frequentar nenhum psicólogo.

— Como vai a escola? — ela leva garfada de macarrão até a boca.

— Vai bem eu acho — dou com os ombros.

— Já fez muitos amigos? — ela prolonga com o assunto.

— Alguns. Tenho colegas o suficientes para não ficar sozinha nas aulas pelo menos. — bebo um gole do suco de laranja quase sem açúcar que repousava em um copo encima da mesa.

 Letters Of Love [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora