• Capitulo 1 •

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- Você é louca!
Gritou katerine enquanto se dobrava de rir. Estamos em meu apartamento na frente da Tv, de pijamas e com uma panela de brigadeiro entre nós. Regra número um na nossa amizade, sexta noite é o nosso dia! E hoje... É sexta!
Podiamos sair e curtir a noite mas Kate cismou que eu devo ficar em casa comendo doces já que acabei de sair de um "relacionamento"
- Ele é um completo idiota, mereceu o que eu fiz - digo tentando seriamente não rir junto.
- Eu fiquei com dó dele agora, o cara quis terminar e você ferrou com ele - ela tentava me repreender, só existe um porém na história: eu não me arrependo.
- Não ferrei com ele, apenas disse a verdade.
Noah disse a verdade, só complementei a meu jeito. A sorte do filho da mãe é que ele me levou a um bar totalmente desconhecido e aposto que nunca mais ele volta lá.
Aconteceu o seguinte, ele me levou a um bar qualquer e chegou com o papo de que queria terminar comigo. Eu fiquei super furiosa porque eu não tinha aceitado o pedido de namoro dele, eu não queria namorar ele. E quando ele disse, no meio daquele discurso ridículo de termino, " não é você sou eu" EU quase surtei, foi o estopim pra mim. Disse para ele que tudo bem e peguei minha bolsa, subi em um palco que tinha ali para algumas pessoas cantarem e falei pra quem quisesse ouvir.
" Noah eu entendo que você queira terminar comigo, afinal todo namorado amoroso quer satisfazer sua namorada, e como você não consegue com esse seu pinto pequeno, deixou eu ser livre pra finalmente saber o que é um orgasmo! Obrigado amor"
Depois sorri para ele e sai daquele lugar enquanto ouvia risos e zoação sobre ele. E aqui estou.
-Quer saber? Eu que não vou ficar aqui remoendo o final de um namoro ridículo. Kit kat se arrume, hoje é sexta e vamos comemorar.
- Starling? - Kate pergunta fazendo uma careta.
- Starling! - respondo animada.- Coloque sua melhor roupa, só saimos daquela boate com um homem ao lado!
- Céus! - Minha melhor amiga/ irmã diz frustada mas vai para o quarto e ouço o chuveiro sendo ligado.
Vou para o banheiro no meu quarto e ligo as torneiras da banheira, jogo os sais de banho com aroma de jasmim-meu favorito - e espero ela encher. Prendo meu cabelo, tiro a roupa e entro na água enquanto desligo as torneiras.
Fecho meus olhos e deixo a água perfumar meu corpo, limpar tudo de ruim que se passou hoje. Deixo-me relaxar um pouco, ser Rebecca Sullivan a pessoa normal, não uma das empresarias mais famosas do país, muito menos a garota que fui aos dezesseis.
Não é fácil ser quem eu sou, não digo que é por causa do cargo e sim tudo o que passei para chegar até ele.
Volto a passar esponja por meu corpo, me lavo e saio da banheira.
- Becca! - ouço Katerine gritar.- Não tenho roupa, é melhor cancelar!
Reviro meus olhos. O closet dela é tão grande quanto o meu, tem tantas roupas quanto eu. Isso é drama! Coloco meu roupão e saio do banheiro.
- Qual o problema Kate? Seu closet tá lotado de roupas! Sem falar nos seu desnecessários setenta e um pares de sapatos! - digo assim que entro em e seu quarto.
Meu queixo simplesmente cai quando vejo a bagunça que ela fez. Parece que um tornado passou por aqui espalhando todas as roupas dela no chão. Por. Todo. Lado!
- Katerine como você conseguiu fazer isso em - faço uma pausa e olho para meu relógio.- trinta minutos?
- Você disse para eu usar minha melhor roupa e eu não estou achando meu vestido preto de renda e ...
- Fios soltos? - completo a interrompendo.
- Sim - ela responde quase chorando.
Caminho até o lugar em que meu olhar está fixo, um pequeno pedaço de tecido atrás de suas costas, pego o vestido e mostro a ela.
- Esse aqui Katerine LeMarchal?
- Esse mesmo Becca Sullivan - Kate pega o vestido da minha mão e da pulinhos de alegria. - Obrigado minha heroína!
Ela pula em cima de mim e me abraça, dou um sorriso e retribuo. Eu amo essa garota ela é minha bagunça particular. Minha irmãzinha do coração. Somos amigas desde os doze anos, nos conhecemos no colégio e desde então não nos separamos. Eu tenho vinte e quatro anos e ela vinte e três, temos apenas alguns meses de diferença então logo ela me alcança. Não morávamos aqui em Chicago, somos de Washington, Dc. Mas depois de todo o ocorrido mudamos para cá. Quando tínhamos 15 anos os pais de Kate morreram em um acidente, depois de muito tempo na justiça minha mãe conseguiu a guarda de Kate o que faz de nós oficialmente irmãs. Ela continua com o sobrenome de sua família mas acrescentou Sullivan ao final.
Eu nunca vou esquecer o dia no qual os LeMarchal morreram. Minha vida mudou completamente depois disso. Da mesma forma que quero esquecer.
Quando tinha 19 anos minha mãe morreu, sendo assim ficamos órfãs. Eu tinha um tio que morava aqui em Chicago então viemos morar com ele. Não somos próximos, ele ofereceu um teto e fim de história. Fiz faculdade de Arquitetura e design enquanto Kate se especializou em gastronomia que é totalmente a sua área, não sei como não virei uma bola ambulante morando com ela. Depois de terminar a faculdade abri uma empresa de construção civil, claro que diferente de alguns eu não comecei do nada, porém é um fato irrelevante.
Como já tinha começado a faculdade em Washington, terminei por aqui e em menos de dois anos a Construções Sullivan já era uma das maiores empresas do país, o que faz de mim uma das maiores CEO também.
- Agora que o problema com o vestido foi resolvido você pode por favor se arrumar logo para irmos à boate? - pergunto tentando me desvencilhar dela.
- Certo e você também - ela me empurra por a fora enquanto fico sem reação.
- Então tá...
Digo para mim mesma e volto pro meu quarto. Vou ao meu closet, escolho minhas roupas, passo meu hidratante de jasmim por todo meu corpo, faço minha maquiagem, marco bem os olhos de preto e azul escuro mas uso um batom rosa quase da cor da minha boca. Coloco um brinco de prata no formato de losango com uma pequena pedra azul no meio.
Como não sou fã de vestido escolhi uma blusa de renda branca aberta nas costas e uma saia azul com pequenas pedras brilhantes espalhadas, a saia era de cintura alta, ficava presa na parte de cima mas o tecido caia solto no final até a metade das minhas coxas. Escolhi um sapato lindo que comprei na semana passada, Jimmy Choo ultimo lançamento, era dourado com detalhes em formato de folhas e pedras brilhantes espalhados por toda o salto. Eu estava linda! Obviamente.
- Kate vem logo! - grito da sala.
- To indo... Pronto cheguei - ela diz quando aparece na sala. Estava linda.
Kate realmente colocou o vestido de fios soltos, ao contrário de minha blusa o vestido dela era aberto nas laterais formando um x de cada lado, na barra - que eu achava realmente curta - pendia fios dando um toque de sensualidade. Seus cabelos ficaram presos em um coque com algumas mechas de fora na frente.
Ao contrário de mim, Kate é loira dos olhos castanhos, para ela isso é a maior injustiça do mundo porque ela queria ter os meus que são azuis, já eu tenho cabelo castanho escuro.
Nós duas somos magras por algum milagre e temos a pele branca já que quase não vamos a praia ou corremos atrás do Sol.
- Podemos ir agora? - Pergunto irônica.
- Sim vossa excelência da chatice - ela responde revirando os olhos. Sorrio com isso.
Saímos do apartamento e entramos no elevador,digito meu código já que moro na cobertura, e descemos direto para o estacionamento.
Assim que chegamos vejo meu lindo Audi Rs 7 SportBack branco.
- Já falei que adoro seu carro? - Kate joga verde.
- Sim, milhares de vezes e nem por isso vou deixar você sair por aí com ele, não sou nem um tipo de louca - digo rindo.
- Hey! O que você quer dizer com isso?
- Quero dizer pela segunda vez no mês o seu carro está no concerto.
- A culpa não é minha se existe um bando de maus motoristas por aí! - ela grita com raiva e entramos no carro.
- Claro kit kat, as pessoas que são os maus motoristas - digo sarcástica e ela apenas revira os olhos.
Ligo meu carro e ouço o motor, ele é incrível mesmo, saio da garagem nas ruas de Chicago indo em direção à Starling.
- Se você está indo comemorar, vai beber, né?- Kat pergunta esperançosa e eu sorrio.
- Sim - Respondo indiferente.
- Então vou ter que voltar dirigindo? - ela tenta esconder o sorriso mas falha miseravelmente.
Não respondo, aciono a chamada do carro e aguardo.
- Srt. Sullivan - a voz gentil soa no carro.
- Pedro meu querido, hoje vou com a Kate na Starling comemorar uma coisa e estamos querendo beber... - deixo a frase no ar.
- A Srt. está indo de carro?
- Sim.
- Imagino que a srt. não deixará sua irmã dirigir.
- De jeito nenhum - Kate bufa ao meu lado e eu rio.- Então por favor Pedro poderia nos buscar quando eu te ligar?
- Espero sua ligação Srt. bom passeio - diz todo formal.
- Obrigado Pedro.
Encerro a chamada. Kate olha pra mim com indignação o que só faz meu sorriso aumentar.

Consequências de um enganoOnde histórias criam vida. Descubra agora