•Capitulo 4•

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- Katerine sabe que você ainda está aqui?
- Sim - responde apreensivo.- e sabe que estou na cozinha.
Penso por mais alguns segundos e tiro a faca do chão colocando-a em seu pescoço, ele tenta se mexer mas pressiono-a mais fazendo um fio de sangue surgir. Foco nos olhos verdes a minha frente e não vejo nada. Esse é totalmente ao contrário do homem com quem eu estava, enquanto Julian tem os olhos castanhos quase mel, cabelos castanhos escuros, alto e um corpo muitoooo bem definido, o homem a minha frente é loiro de olhos verdes, só um pouco mais alto que eu, magro com alguns músculos, também é bonito.
- Você vai dar um aviso para Rachel, Ok? Diz pra ela que se eu desconfiar que mais um agente dessa maldita organização aparecer na minha vida eu dou um jeito de invadir o seu prédio e matar todo mundo que estiver lá, INCLUINDO ELA! Entendeu querido? - primeiro uso minha voz fria, depois a irritada e por fim encerro com a amorosa. Pra deixar tudo bem claro...
Mas o infeliz começa a rir! Como assim produção? Não tem medo da morte, só pode! Puxo com força os cabelos dele fazendo com que volte a ficar sério.
- O que faz você pensar que pode conseguir derrotar nossos agentes e pior - faz uma cara de indignado.- Invadir nosso prédio? A localização é secreta, temos cerca de duzentos seguranças sem contar os próprios agentes e o mais moderno equipamentos contra invasão.
Só quando diz isso é que percebo. Não sabe quem eu sou, não de verdade, o irmão dele me chamou de Rebecca mas foi a única informação que ele parecia saber. E o Idiota ainda me deu informações sobre a segurança do local. Começo a rir da cara dele que parece confuso com minha reação.
- Qual meu nome? - ele franze a testa em confusão com minha pergunta. - Apenas responda seu idiota.
- Rebecca.
- Completo.
- Rebecca J. Sullivan.
- Bom garoto. Outra pergunta, ok?- ganho um aceno de cabeça.- O seu irmão também trabalha na agência?
Ele me olha como se eu fosse uma E.T, até que a luz parece chegar a sua cabeça e fica em dúvida do que fala ou não pra mim. Mas ai sinto o desespero por todo seu corpo.
- Você fez alguma coisa com meu irmão?- diz entredentes, tá vou ter que admitir essa cara que ele fez agora realmente me assustou.
- Não toquei um dedo nele... Bem, isso eu fiz mas duvido que ele não tenha gostado. Agora responda minha pergunta.
- Não, Julian é policial mas não trabalha pra agência - Por alguma razão esse nome não é certo na minha cabeça.
- Por quê ele sabe meu nome?
- Porque eu disse. Escuta, ele não tem nada haver com isso, deixe-o quieto.
- Quais informações você tem sobre mim?
- Que você é uma louca psicopata... - O que ele disse? Esse cara tem amor a vida? Tenho quase certeza de que ele é capaz de sentir a faca na sua garganta. Olho desconfiada pra ele que se retrai embaixo de mim. - Desculpe. Sei seu nome, onde trabalha, onde nasceu, e agora onde você mora.
- Mas alguma coisa?
- Não.

Puxo seus cabelos fazendo com que se levante e vou o arrastando até chegamos a porta e empurro-o para fora.
- De meu aviso a Rachel e que não estou brincando, nós temos um acordo - antes que eu bata a porta ele grita.
- Existem pessoas te caçando, assassinos treinados. Eu não sei o motivo, Rachel não quer dizer, mas duvido muito que uma simples arquiteta vá conseguir sair viva dessa.
- Eu não sou uma simples arquiteta, eu sou uma CEO arquiteta querido.

Bato a porta na cara dele e espero a tensão sair do meu corpo. O que aconteceu pra estarem atrás de mim? Eu tinha sumido do radar, mudei meu nome e sobrenome! Por isso quando alguém me chama de Rebecca eu fico em alerta.
Nada disso deveria estar acontecendo. Vim para Chicago com uma finalidade: Mudar.
Sim, mudar. Minha vida, meu circulo social, minha profissão, tudo. Eu não queria nada do meu passado.
- Becca? Finalmente chegou em casa. Por quê tá parada na porta? - Kate aparece.
- To segurando pra ela não cair! - Ok, admito, foi uma piada horrível.
- Você é péssima com piadas Becca. Cadê o Callum?
- Quando eu cheguei ele tava indo embora - a coisa mais fácil pra mim é inventar uma mentira. Eu mesma sou uma.
Kate parece chateada com a informação. Ela com certeza não é menina de uma noite, seu jeito é mais o tipo príncipe encantado, herói grego, salvador da pátria e viveram felizes para sempre. Toda vez que tenta coisa de só uma noite fica magoada com ela mesma e manda o cara com quem estava pro inferno.
- Espero que ele vá pro inferno também! - Não disse?
- Vamos fazer assim? Eu vou ali na loja do Mike, compro nosso café da manhã mais do que atrasado, aproveito e compro também sorvete de menta com chocolate. O que acha? - pergunto já sabendo a resposta.
Existe coisa no mundo melhor do que sorvete e chocolate pra esquecer as coisas ruins? Sim, sexo! Mas não posso fazer nada pela Kate nesse quesito então vai o sorvete mesmo.
- Não esquece o chantilly - rio enquanto vou trocar de roupa. Só Katerine mesmo.
Hoje o dia está um pouco quente então coloco um vestido curto florido e amarro o cabelo em um rabo de cavalo.
Saio do prédio, atravesso a rua e BUM! Já estou na loja, fácil assim.
Peço um café da manhã completo para a Lisa, uma garçonete muito fofa, ruiva dos olhos castanhos, magra e baixa. Não sei como Mike ainda não caiu em cima dela.
- Olha se não é a minha cliente mais gostosa! - falando da desgraça.
- Olá Mike, trabalhando cedo em um sábado? O que foi? Não saiu pra suas farras constantes? - pergunto irônica.
- Digamos que a farra ficou lá em casa e...
- Você meio que tá fugindo dela - completo. Homens são uma coisa muito ridícula mesmo.
- Por aí. Mas e você? Tomando café da manhã às 11:30h? Algo me diz que não sou o único que curtiu ontem a noite.
Sorrio maliciosa e dou um balançar de ombros, ele não precisa saber que no final tudo acabou de uma forma nada boa. Decido pegar o sorvete enquanto o pedido não fica pronto. Pego o pote e quando me viro bato de frente com uma parede de músculos. UAU! Isso sim que é uma bela visão pra se ter as 11:30h da manhã.
- Desculpe, é que eu estava indo pro banheiro e você virou e ops! - diz o moreno lindo na minha frente rindo.
- Tudo bem, acontece né?- eu sendo boba, claro.
- Eu achava que coisas boas não acontecem do nada mas olha só eu mudando meus conceitos. Sou Emery - estende a mão para mim que aceito.
- Becca.
- Lindo nome, linda mulher, lindo esse telefone na sua mão... Tem número? - o quê? Sorrio de leve para ele. Um flerte na cafeteria, por quê não?
- Tem sim, mas está indisponível para desconhecidos - digo saindo de perto dele que só balança a cabeça rindo e vai para o banheiro.
Volto pro balcão e pego meu pedido já pronto. Quando estou pagando acontece tudo de uma vez. As portas do banheiro se abrem revelando duas figuras encapuzadas com grandes armas nas mãos, um barulho ensurdecedor ecoa no local e sei que é um tiro. Odeio essas coisas barulhentas, o zumbido permanece no meu ouvido.
- Todo mundo pro chão, AGORA! - grita um dos encapuzados e todos vão para o chão devagar.
Olho para Mike que está atrás do balcão quase alcançando seu revólver mas ele para quando balanço a cabeça em negativo. Com todos deitados no chão os dois começam a circular pela loja.
- O dinheiro está no caixa - Mike diz.
O mais alto vai até ele e atira direto na sua cabeça fazendo alguns clientes gritarem.
- Não queremos seu dinheiro estupido.
Não consigo impedir uma lágrima de cair por meu rosto, Mike era meu amigo, não tinha porque deles atirarem nele. Quando ia me levantar pra acabar com a raça desses desgraçados ouço outro tiro, e mais um, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze... Onze pessoas mortas.
- Infelizmente são muitas testemunhas- grita a mais baixa que percebi ser mulher. - Então todos vocês vão ter que morrer! O que é irônico já que estamos atrás de só uma.
- Não diga isso - fala o homem.- Se quem estivermos procurando se revelar, nós prometemos deixar o resto de vocês vivos, olha que notícias boa!
- E quem vocês estão procurando? - uma loira pergunta do fundo da loja.
- Rebecca Sullivan.
A única coisa em que consigo pensar é:
Merda!



Consequências de um enganoOnde histórias criam vida. Descubra agora