22.08.2011
O barulho de um despertador tocando fez René acordar num pequeno sobressalto, com o chef ficando surpreso logo que se mexeu na cama e percebeu a hora que era.
– Seis horas? – ele murmurou sonolento. – Por que tão cedo...?
– Eu esqueci de desligar isso – Tereza Cristina falou ao surgir do banheiro apressada, pegando o aparelhinho de suas mãos e o desligando.
– Você acordou ainda mais cedo? – Rene não deixou de questionar ao vê-la vestindo um roupão de banho, com os cabelos ainda molhados.
– É, eu... acho que fiquei com um pouco de medo de perder a hora – se explicou. – Mas não tem problema, logo me acostumo com isso. E é bom que hoje eu chegue mais cedo, afinal é o meu primeiro dia e preciso passar uma boa impressão.
– A primeira impressão é a que fica, não é mesmo? – o homem brincou.
– Desculpa pelo barulho, não queria atrapalhar seu sono – pediu, sentando próxima a René, na beira da cama.
– Tudo bem, eu vou para o restaurante um pouco mais tarde hoje – murmurou. – Boa sorte no seu primeiro dia, faça o seu melhor que tudo vai dar tudo certo – Velmont desejou otimista.
– Obrigada – sorriu brevemente, se levantando em seguida. – Agora eu preciso ir terminar de me arrumar...
– Nos vemos na hora do almoço ou isso vai ser algo impossível a partir de hoje?
– Não tenho certeza, mas aviso se conseguir ir até o Le Velmont.
René concordou com um aceno de cabeça e voltou a dormir em seguida, aproveitando para descansar mais um pouco.
Tereza Cristina retornou ao banheiro da suíte, logo secando os cabelos compridos e demorando bons minutos nisso. Passou seus amados e indispensáveis cremes, para o corpo e rosto, e colocou a roupa que tanto planejou para aquele dia: um conjunto de calça social e terninho brancos, com uma camisa laranja de seda chamativa, como ela gostava. Não podiam faltar os saltos altos, o perfume e a maquiagem, bem leve mas que destacava seus olhos e boca.
Passava das 06:30 quando desceu para o térreo do imóvel, indo tomar seu desjejum. Pelo horário, sabia que os funcionários da mansão já estavam ali, descendo as escadas e logo ouvindo as vozes de Crodoaldo e Marilda.
– Bom dia, divina Ísis, dona de toda a beleza do mundo – o entusiasmo e bajulação tradicionais do mordomo fizeram Tereza Cristina rir imediatamente.
– Menos, Crô – a empregada sussurrou para ele. – Bom dia, dona Tereza Cristina – abriu um breve sorriso, terminando de ajeitar a mesa de café da manhã.
– Ansiosa para seu primeiro dia no emprego novo? – perguntou ao puxar à cadeira para a mulher, sendo bastante solícito como de seu costume.
– Você não faz ideia do quanto – respondeu ao se sentar. – O René Junior já foi para a aula?
– Sim, saiu tem poucos minutos. Daqui a pouco deve estar chegando no colégio.
– E a Patrícia?
– Segue dormindo – a empregada avisou. – Não a vimos descer, então acho que não vai hoje para a faculdade.
– Tudo bem, daqui a pouco vou falar com ela – a mulher olhou para a mesa posta, servindo-se de um copo de suco de laranja e um pedaço de mamão.
– Seu René não vai tomar o café junto com a senhora?
– Ainda não, ele disse que vai dormir mais um pouco. Pode guardar as outras frutas e o queijo, eu já estou servida.
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finer feelings | versão definitiva
أدب الهواةTrinta anos depois da última vez em que se viram, Griselda e Tereza Cristina se reencontraram de maneira inesperada - ao mesmo tempo em que tomavam conhecimento de que, a partir dali, seriam colegas de trabalho. Já mulheres feitas, com suas famílias...