Night Chances || JJ.M

cap 1

- Então vocês vão acabar com a vida do garoto por um barco? -  perguntei encostada no batente da porta.

- Não é um simples barco, é um Malibu 2019. - Topper responde indignado pelo pouco caso feito por mim.

- Está custando o que? 30 mil? Podemos comprar outro a qualquer momento, quantos quisermos. - fui simples.

- A vida não se resolve assim Isabella. - mamãe diz, sabia que era uma grande mentira, cresci sabendo que o dinheiro move tudo, é tudo.

Resolvi não discutir naquele momento, eu faria algo a respeito.

[...]

- Olá Heyward. - falei quando entrava na loja.

- Olá. - cumprimentou, ele parecia abalado, o que não me deixava surpresa.

- Eu sou Isabella, não sei se lembra de mim. - chequei o local para ver se estávamos sozinhos - Você me ajudou a uns três anos atrás, no cinema do Figure 8, eu estava com problemas com dois caras.

- Agora me lembrei de você. - entendimento passou pelo seu rosto - O que faz por aqui menina?

- Eu sou irmã do Topper, e sei que ele denunciou seu filho pelo o que houve com o barco, não pude impedir isso mas quero arcar com todos os custos, como um agradecimento por ter impedido aquilo.

Pude perceber sua dúvida, claro que ele não tinha muitas opções, ele teria que pagar pelo barco, e não tinha condições para isso.

- Um amigo de Pope se entregou no lugar dele, seria muito grato se fizesse isso por ele. - Uau, por essa eu não esperava.

Heyward me falou sobre JJ, e me indicou sua casa, eu falaria com o pai dele sobre pagar a dívida, assim estaria quite com o homem e ainda ganharia a simpatia de outro. Melhor do que eu esperava.

Dirigi em direção ao meu destino, vou comprar um carro mais barato para andar por aqui, não gosto desses pobres me encarando. Era uma casa isolada, como tudo em Outer banks, pude ouvir os gritos a metros de distancia, talvez eu devesse voltar outra hora, mas já estou aqui, seria desperdício de tempo.

- Como vai recuperar o dinheiro? - uma voz masculina gritava - Sentado aí sem fazer nada? Pois fique sabendo que você é um merdinha inútil. - Deus, isso tudo era pelo barco? São só 30 mil.

- Cala a boca. - Outra voz gritou.

Bati na porta, mas provavelmente não fui ouvida em meio a todo esse barulho.

- Diga- me onde vai conseguir 30 mil dólares. Venha aqui!

Poderia ficar ali o dia inteiro e nunca seria atendida, então resolvi entrar. Grande erro, havia um garoto caído no chão enquanto um homem... batia nele? Heyward me disse que só moravam pai e filho aqui, então os pais realmente batem nos filhos?

- Olá. - digo atraindo os olhares para mim, ok, eu deveria ter ido para casa, uma olhada daquele homem fez meu corpo tremer.

- O que pensa que faz na minha casa? - ele se aproximou, parecia com raiva, dei passos vacilantes para trás.

- Eu quero pagar os 30 mil. - minha voz saiu trêmula, droga, homens me dão tanto medo - Eu posso fazer um cheque.

Rapidamente tirei o amontoado de folhas da bolsa, preciso sair o mais rápido possível daqui.

- Você tem uma caneta? - o homem se virou saindo do cômodo, observo o garoto que logo se levanta.

- Aqui, não sei por que está fazendo isso, mas não vou devolver esse dinheiro. - falou retornando a sala com a caneta.