prólogo

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"você não é bom para mim.

baby, você não é bom para mim.

você não é bom para mim.

mas baby, eu quero você, eu quero..."

— diet mountain dew, lana del rey.

. . .

            A bela garota costumava ter um passado em L.A, mas no começo aqueles olhos cheio de desejo a fazia queimar, parecia não se importar com um antes e nem um depois. No agora, seu corpo era um mapa de um estado que a marcou tanto e de formas inimagináveis. Era como andar por todo aquele glamour e brilhar sobre a luz da lua de toda uma América tristonha que fazia parte de ser a mesma garota com toda sua pureza e falta de vivência do começo, com todo o desejo de viver mesmo sabendo que nascemos para morrer.

           Todos sabiam que ela gostava do perigo. A adrenalina a guiava por caminhos turbulentos, onde se encontrava no fim de uma estraga qualquer, perdida novamente na guerra que havia em sua mente. O vento batia em seu rosto e ela achava tudo aquilo incrível, mas aos poucos, todos a amou como uma nova religião. A garota, agora mulher, sentia toda aquela insegurança que sempre existiu, aquele medo de não ser o suficiente e fracassar. Mas antes da fama, houve ele e os nossos momentos.

             Ela passou muito tempo escrevendo sobre aquele cara. Sua coleção rara de jazz estava cansada de tocar, mesmo que fosse a queridinha do Brooklyn e sentisse todo aquele sabor de juventude que a viciava. Na costa oeste, tocava o rock 'n roll de Guns and Roses e era como atirar em rosas inocentes de coração puro. Era um mundo intenso que a carbonizava aos poucos. Como Marilyn Monroe com seu vestidinho claro e lábios marcados de cereja, a garota refletia a alegria que buscava todas as noites antes de dormir. A garota triste tinha dado uma volta pensando em como a felicidade é uma borboleta, apenas vivia aquela versão de uma mesma pessoa. Bonita, sorridente, sagaz e temporária. Hoje sorria, porque ele era como câncer e ela gostava de morrer lentamente. Você deve está pensando que sou louca, ela julgava seus próprios pensamentos narrativos.

              Uma vez ela perguntou se ele a amaria mesmo depois de ela não ser mais jovem e bela, ele a beijou, disse no seu ouvido que iria, pois sentia que se apaixonaria por ela para sempre, dia após dia. Mas o destino não deixou ela amar por mais tempo, ele foi arrancado de sua vida, disse suas últimas palavras porque aquele era seu último momento, e assim nasceu o morrer, morrer em sua mente que no fim era apenas a lei de nascer para partir para um provável paraíso, que a fazia chorar por medo de não haver ninguém do outro lado a esperando, ninguém como ele em uma vida e ninguém como ele em uma morte. Não fazia sentindo viver sem ama-lo. Ele era o seu tudo e agora ela não tinha nada, nada além de um cigarro em suas mãos e a saudade de um coração de cocaína. Apenas mais um trago e ele estava preso, e a essa altura morto, assim como ela queria estar.

             Até que em uma noite, antes de subir no palco mais uma vez, em uma de suas turnês, ela recebeu uma ligação de alguém dizendo que ele tinha saído da prisão e o desejo de viver estava de volta em seu paraíso escuro.

cruel romance • lana del reyOnde histórias criam vida. Descubra agora