“diga boa noite para a vida
no mundo em que vivemos.
Vou te seguir e eu nunca
vou cantar novamente”— swan song, lana del rey.
. . .
Podemos ser livres para sempre. E é dessa liberdade que você finge gostar. Aquele ar do cara risonho que arma planos brilhantes, foge do mundo, muda de ideia no dia seguinte e dane-se tudo. O cisne negro sempre bate na sua porta no dia seguinte e você se sente em um filme francês de estilo noir. Uma sombra escura em uma noite, todo seu coração ultraviolento bate rapidamente, parece uma farsa de uma mente maléfica e a elevação espiritual que ele promete não parece real. Mas ele te leva aos céus com um olhar e você acredita em todas as palavras que gritam em um silêncio constante, que antes não era desconfortante, porém agora você quer preenchê-lo com um suspiro que for. A canção dos cisnes está em efeito boomerang, só volta, volta, volta, repete o replay novamente. Você caiu como o patinho feio no seu conto de fadas irreal. Nada do que disse era real.
As cores fortes e intesas do seu expressionismo alemão borbulha no meu estômago, algo me sussurra que foi efeito do que estava na ponta da minha língua minutos atrás. Eu deveria cantar nesse bar? Não consigo raciocinar com toda essa música alta, gritos, luzes e corpos. Eles dizem que as cores pulsam mais ainda quando se ama alguém, mas talvez seja só o que o desconhecido me vendeu. Eu ainda te amo ou só estou entediada demais para assumir que não consigo não está apaixonada por alguém que seja por um curto período que seja?
Há uma beleza em desistir que ninguém consegue assumir. Dizem que há mais pessoas que desistem do que que fracassam, mas eu não sei se aguentaria mais uma história trágica. Vamos deixar o mundo para aqueles que mudam tudo e querem mais que uma morte rápida, indolor e cinzas. Não planejei o que faria ao chegar aqui, como deveria está me sentindo? Eles te levaram de mim e eu suportei mais peso do que minhas costas aguentaram.
E você não vai trabalhar mais um dia e eu nunca mais vou cantar, e seremos felizes? Será como poesia e músicas antigas e com apenas uma onda vai embora. Será o nosso canto do cisne e sobre desistir a tempo antes que o fogo nos consumam por inteiros. Mas você acha mesmo que vou seguir toda essa baboseira que sempre digo a mim mesma?
Você parece alguém que não tem motivos para respirar mais um dia, alguém que arriscaria tudo por nada e morreria feliz. Eu sei disso porque eu vejo isso todos os dias no reflexo daquela estranha que me olha de volta no espelho, enquanto diz: “E você se foi por tanto tempo, você perdeu tudo”. Mas o cara que conheci na adolescência não parece ligar pra algo como todo legado que fiz na terra ou toda riqueza que minha fama produziu.
Literalmente nada importa mais para alguém como ele. Passou tanto tempo preso em si que esqueceu de viver dia após dia. A evolução cria humanos robotizados que reproduzem o mesmo dia todos os dias, automaticamente, ferindo todo o sistema perfeito de saber o que significa essa emoção exata que te faz sentir calafrios.
E sabe porquê? Eles vivem mortos estando vivos. Pessoas como nós, vivemos como se quisessemos morrer. Dia após dia intensamente. Estamos nos fodendo por um mundo idealista de sonhos perfeitos onde um perfeito não existe e quanto mais estamos vivos mais queremos não está. O mundo é cruel e a mentira que te contam na infância não acontece. No mundo real existe a maldade em todos nós e quem você mais ama também pode ser um monstro.
Nesse sonho antigo, você acha que ele seria seu herói, mas ele precisa também ser salvo da sua própria merda e pessoas como eles não irão entender sua cabeça fodida, seus traumas infantis, muito menos sua vida destruída. Eles vivem em uma bolha perfeita e espero muito que eles sofram até o fim de seus dias, e mesmo que não ocorra que possa ser pelo menos um pouco do que foi me dado tão cedo.
Quanto mais você respira mais quer parar e a música não para, muito menos seu tempo cronometrado. Não importa mais. Sempre haverá as belas moças sendo mortas por monstros que se escondem na floresta. O mundo é assim e você não aceita. Você idealiza o irreal. E quanto mais vejo tudo ao meu redor mais enlouqueço. E minha mente não para um segundo, só coloque seus tênis e me siga. Você parece ser tão louco quanto.
Nem as drogas mais letais me fazem parar. Ninguém (parece) liga para outro artista morto de overdose em um quarto de hotel. Eu penso mais na morte do que deveria, mas não me culpe, nascemos pra morrer, não é? Já que é pra viver como antigamente, intensamente, minhas mãos ganham vida própria e eu bebo mais uma dose violenta para meus fígados já danificados demais, ando meio que cambaleando em sua direção, poderia está rastejando pois ficar em pé está sendo uma luta momentânea. Eu amo essa sensação de poder fazer o que quiser, ser o que quiser, e por algum motivo subo no palco que outro cara cuidava das músicas e peço um microfone. E as vozes gritam “oh meu Deus! É a Lana del Rey!”, mas hoje só sou a Lizzy dos anos 2000, aquela que te amava com o espírito pobre de heroína e toda coca que bebemos em um copo de pepsi com gosto de você sabe o quê.
Seus olhos estão tão assustados por me ver depois de tanto tempo que nem percebem que estou agitada de tudo que se passou pela minha anotomia em meia hora. Mas isso é ser livre? Sou boa em fingir que estou bem, por isso começo a cantar aquela música, aquela lá que você sabe que foi escrita inteiramente para você. Acho que ainda é sua preferida só pelo jeito que você respira, e você está tão perto, bem na minha frente. Você ainda sente isso, não é? A pureza, harmonia e delicadeza em meu canto dos cisnes e falas de anjos. Porém hoje você não vai me fazer chorar, não de novo. Por isso, ando mais um pouco para trás, sento no chão frio, sentido o mergulhe fundo em camurça azul escura que seu corpo suspira, enquanto bebe e apressando-se da água onde o gelo se encontra para achar o que estava perdido.
Isso que acontece quando você ama um gangster, amor. Ele te faz dançar conforme a música e você gosta disso. Beethoven e Shakespeare estão rindo de você por amar novamente o mesmo homem, depois de anos, ainda existe. Nem a prisão nem nada parece ser o bastante para mais um pouco da auto sabotagem que vem do seu cisne negro. Ele gosta que você cante sobre seu assassino em série e a guerra em sua mente, principalmente quando você faz aqueles gemidos daquela parte. Mas parece ser só um detalhe aquela altura. Eu corri demais para andar agora.
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cruel romance • lana del rey
Roman d'amour"Porque você é jovem, você é selvagem, você é livre. Você está dançando em círculos em volta de mim. Você é louco pra caralho. Oh, oh, oh, oh Você é louco por mim. - cruel world, lana del rey." Existia uma cantora no ápice da fama de coração vazio...