( 👺 ) CAPÍTULO

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NOVA IORQUE, TERRA

TEM CERTEZA QUE sabe onde fica, cerejinha? Você passou um bom tempo em Prythian! ━ Rhysand resmungou de cansaço, suas pernas doíam ━ principalmente seu joelho, já que estava chovendo fervorosamente.

Ella riu, o casal virou a esquina, o macho aproveitou e a rodopiou na chuva, a fazendo soltar um pequeno gritinho de surpresa. O homem deu um sorriso deslumbrante, do tipo que "não me interessa se estou sentindo dores ou não, a única coisa que me importa, é você."     

A mulher achava isso excessivo ━ claro, Rhys possui uma Corte inteira para governar e mimá-la era a menor de suas preocupações ━, mas aceitava de qualquer maneira, afinal, depois de anos estão juntos, novamente e, desta vez, eles possuem tempo.

Tempo de sobra, e sem medos.

━ Eu tenho certeza absoluta de que o prédio fica ali na frente. ━ Windsor apontou com um dedo para o local, e logo, os dedos longos e esbranquiçados se entrelaçaram com os dedos ásperos e cheios de calos do macho bronzeado.

O Grão-Senhor sorriu de felicidade e implicou seus olhos roxos nos cinzas de sua parceira. Foda-se, estavam encharcados de água fria, mas estavam juntos. Poderiam tomar um banho quente depois... Algo poderia acontecer nesse banho, Rhysand não reclamaria.

Rhys estava feliz. Ella estava feliz.

Isso era o que importava.

Seus corações batiam em ritmos idênticos, como se estivessem interligados e, de fato, estavam: havia o laço. Aquele mesmo laço que quase os matou. Aquele que quase foi quebrado, mas aguentou todo o sofrimento, um pelo outro se segurando pelos ombros, onde ter de se apoiar sempre que precisassem. Era bem parecido com o que a irmã de Kallias relacionou ser uma linha de metal, que não se curvava e nem se quebrava; nunca, entretanto, às vezes se entortava.

A garota apertou os olhos, seguindo desde a mandíbula perfeitamente delineada, a boca desbotada até o nariz bonito e os olhos encantadores de Rhysand, que soltou um risinho, sabendo o efeito que tinha. O homem sabia que era bonito. Apoiou as mãos sobre a cintura feminina bem marcada, e apertou seus dedos ali, como se quisesse ter certeza de que aquilo era verdade. Saber que estavam juntos de novo. Saber que Ella estava ali, junto consigo, para toda a eternidade.

━ Tem certeza de que você é real?

Essa pergunta a quebrou em milhões de pedacinhos, deu então, um puxão forte no laço. O macho estremeceu e a olhou, estrelas salpicavam aquela imensidão arroxeada, a incentivando responder, colou sua testa com a da garota ━ claro, o homem teve que curvar um pouco os ombros e costas largas ━, fechou os olhos, apreciando a sensação das gotas caindo sobre si, encharcando-o junto, deixando sua roupa escura grudada em sua pele.

━ Sim. E você, Senhor da Noite, tem certeza de que é real?

Dando um sorriso, agora astuto, confirmou com a cabeça e bicou os lábios da amada, por fim.

Molhados, e com a pressa queimando seus nervos, atravessaram entre a escuridão, uma escuridão bela e calma, para o prédio onde Ella tinha um espaço apenas seu.

Apareceram no meio da sala de estar. Os móveis que deveriam estar empoeirados estavam, na verdade, no melhor estado possível: arrumados e aconchegantes, como se alguém estivesse morando ali, por todo aquele tempo, e cuidando de tudo. Os vitrais mostravam as gotículas paradas no vidro ━ algumas escorrendo ━, dando um aspecto sombrio. Estava escuro, mas não queriam luz; o que iriam fazer agora não precisava de claridade. Óbvio, molharam todo o piso e se entreolharam, felizes.

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