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Ele queria viajar com ela, então quando Sakura o seguiu de Konoha, Sasuke ficou aliviado. Perguntar exigia tanta emoção, e ele não estava totalmente preparado para desfazer o selo metafórico sobre seu coração ainda.

Sakura era um raio de sol nos dias mais sombrios, e ele a apreciava especialmente enquanto se dirigiam para o País da Neve. Sasuke ouviu rumores de um estranho baixo relevo em forma de coelho nas montanhas, e ele estava determinado a analisá-lo com os olhos. Todos os dias, eles caminhavam por trilhas invernais onde a neve pendia das árvores em sanefas grossas. Cidades, mesmo vilarejos, eram poucas e distantes entre si neste país, então precisão e preparação eram necessárias.

— Sakura — ele começou, levantando as pernas cada vez mais alto para se arrastar pelos montes de neve. Estavam quase até os joelhos. — Este tempo nos atrasará para chegar à aldeia até bem depois do anoitecer.

Ela endureceu sua expressão e assentiu uma vez. Sasuke notou o jeito que ela puxou sua pesada capa shinobi mais perto de sua cabeça para manter a neve do lado de fora.

— Sakura — ele disse, parando.

Ela fez uma pausa e olhou para ele. Lá estava. Agora que ela tinha que enfrentá-lo, ele podia observar a forma como seus lábios tremeram, mesmo quando ela mordeu a carne rosa. Os músculos ao redor de seus olhos se suavizaram, e algo parecido com um sorriso ondulou em seu rosto. Ela estava perseverando em seu nome, nunca querendo detê-lo em sua busca, mesmo que isso significasse seu próprio desconforto.

Irritante.

— Devemos encontrar abrigo. A temperatura está caindo.

— Eu estou bem, Sasuke-kun. — Sakura disse. — Eu posso usar meu controle de chakra para proteger meus nervos. Acho que posso estender um pouco para você se-

— Não. Preserve sua energia. — Ele parou para girar, seu poderoso sharingan ativado. — Há um edifício a leste de nós. Venha.

Eles localizaram a antiga casa facilmente graças à sua chaminé. A construção de toras se aconchegou em uma crista de árvores ao lado de uma clareira. O vento uivante batia de um lado, jogando uma camada de neve contra a parede. O fato de ter travado e a falta de fumaça ou luz os deixou aliviados e cansados.

Sakura bateu de qualquer maneira na porta.

— Olá? — ela chamou. — Nós somos shinobis de Konoha. Tem alguém aqui? Se você precisar de ajuda, eu sou uma ninja médica.

Sasuke se virou ligeiramente, escondendo seu sorriso dela. Sempre que Sakura se identificava como tal, fazia seu coração palpitar.

— Ninguém está em casa. Não há nenhuma assinatura de chakra.

Ela mexeu a maçaneta e a entrada se abriu.

— Não custa verificar.

A cabine era escura, mas aconchegante. Sasuke podia navegar facilmente.

— Se alguém morava aqui, eles não voltavam há algum tempo. — Ele correu um dedo sobre a mesa empoeirada.

Sakura puxou uma pequena lanterna de sua bolsa. O círculo de luz girou lentamente ao redor do único quarto. Além da mesa empoeirada havia duas cadeiras. Duas portas de armário se agarravam desajeitadamente às dobradiças, revelando o vazio. Algumas panelas e frigideiras estavam penduradas em cabides ao lado de uma lareira modesta.

— Você acha que foi abandonado durante a guerra?

— Ou depois. Com o aumento de bandidos e shinobis desiludidos, é mais seguro em vilarejos ou cidades. Não há nada de valor aqui. Nem mesmo combustível para uma fogueira. Vou checar o galpão que vi.

A noite mais longa - SasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora