Se Tudo Fosse Fácil: Capítulo 75

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02/10

No outro dia ela acordou umas oito horas da manhã e correu para o banheiro para tomar banho, aproveitei e fui fazer o mesmo. Quando acabei, vi que ela estava procurando a chave do carro para sair sem ao menos tomar café da manhã, obviamente eu fiz ela comer alguma coisa e depois partimos em direção a casa da Maiara.

Assim que chegamos, ela já saiu entrando sem antes bater na porta, acabou encontrando a Maiara e a Marília fechando as malas na sala.

Mara: Irmã!. Maraisa correu até a Maiara e a abraçou com força.

Mai: Oi, meu amor!. Ela estava sem entender.......-- Que foi, metade?. Pergunta sem desfazer o abraço.......-- Você está tremendo!.

Mara: Não vai, por favor!. A voz dela já estava bargada pelo o choro........-- Fica aqui comigo, não pegue aquele avião, não pegue por favor!.

Mai: Tenta ficar calma, meu amor!. Ela me olha querendo entender........-- Está tudo bem, fica tranquila!.

Mara: Não vai, não vai, não vai por favor!. Ela chora........-- Não entre naquele avião, fica comigo!.

Mai: Tá bom, eu fico com você!. Vejo ela apertar a Maraisa contra si.

Mara: Não entre naquele avião, não entre, não!. A dor e o medo no choro dela, era angustiante........-- Lila!. Ela solta a Maiara e vai até a Marília.......-- Lila me escuta, por favor!. Pega na mão dela.

Lila: Estou te escutando, nanica!. Diz paciente.

Mara: Não entre naquele avião, fica em casa comigo, fica por favor!. A Marília balança a cabeça.......-- Eu estou sentindo uma coisa muito ruim aqui dentro, eu não sei explicar o que é e eu não consigo parar de chorar, eu não consigo controlar!.

Lila: Olha pra mim. Não vamos para lugar nenhum, se você não quer que a gente entre naquele avião, então nós não vamos entrar naquela droga de avião, tá bom?. Vejo a Maraisa concordar........-- Mas me promete que você vai se acalmar?, sua agitação toda pode prejudicar o seu bebêzinho!.

Mara: Lila!. Ela continua chorando.

Lila: Nós estamos aqui e não vamos a lugar nenhum, nanica!. Abraça a Maraisa.

O jeito como cuidavam uma da outra era bem fofo, mas o desespero da Maraisa era preocupante, não sei o que estava se passando na cabeça dela mas o medo em seu modo de agir, na sua voz e nos seus olhos, eram bem evidentes.

Marília mantinha a Maraisa grudada nos braços dela até ver que ela estava mais calma, enquanto eu contava para a Maiara que ela teve uma pequena crise ontem assim que chegamos em casa.

Mai: Irmã?, quer um copo de água?. Ela diz que não.......-- Então senta aí!.

Eu: Cuidado!. Ajudo ela a sentar........-- Melhor?. Ela diz que sim........-- Elas não vão viajar, convenceu elas!. Mostro um sorriso passando confiança.

Mai: Vamos ficar com você, o dia inteirinho!.

Mara: Verdade?. A carinha dela era de dar dó.

Mai: Verdade sim, confia em mim?. Ela diz que confia.......-- Então pronto, viagem desmarcada!.

Lila: Vou ligar para as meninas avisando!. Assentimos.

Marília ligou para as meninas cancelando a viagem e acabou pedindo que elas desistissem também, mas elas disseram que não podiam desmarcar o compromisso quem tinham, Maraisa fez a Marília ligar de novo implorando para elas ficar mas não teve êxito no pedido, elas iriam do mesmo jeito.

Com o tempo passando a Maraisa foi ficando mais calma e me deixando mais calmo também, assim me deixando ir trabalhar tranquilo.

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Carla Maraisa

O João foi trabalhar depois de ver que eu estava calma, era incrível e lindo o jeito como ele cuidava de mim, ficou do meu lado aguentando os meus surtos sem reclamar de nada. Enfim.

Eu não sou louca.

O meu surto não foi atoa e muito menos drama, toda vez que eu sinto esse aperto no peito, alguma coisa de ruim acontece e tenho certeza que dessa vez não seria muito diferente. Eu senti uma necessidade tão grande de ter a minha irmã por perto de mim, talvez ninguém me entenda, mas eu nunca deixaria essas duas entrarem naquele avião tendo esse aperto no meu peito.

Peguei um certo apego pela Marília, o jeito como tratamos uma a outra é cheio de ironia e sarcasmos, nos tratamos de um jeito genuíno. Mesmo evitando, considero ela como a minha amiga. Como alguém que eu certamente levaria para a minha vida toda.

Mai: Pedi comida no ifood pra gente e nem adianta você me dizer que está sem fome, dona Carla Maraisa!.

Lila: Isso aí, meu afilhado ou afilhada precisa comer bem!. Ergo a sobrancelha.......-- Nem adianta dizer que eu não vou ser madrinha, te aturo e não é de hoje!.

Eu: Eu amo vocês!.

Mai: Irmã, você está muito melosa!. Ela rir........-- Você não é assim!.

Lila: Realmente, geralmente você é igual um cavalo com raiva!.

Eu: São os hormônios, né meu amor?. Faço vozinha fofa para falar com o meu bebê........-- Érik me pediu para conversar com o João para marcar a consulta, ele já disponibilizou uma médica particular pra mim e eu nem pedi!.

Mai: Pontos para ele, né irmã?, se te quer, nada mais justo do que cuidar!. Acabo concordando.......-- A comida chegou, vou lá receber!. Ela vai.

Lila: Sabe, vou ser sincera com você!. Assinto........-- Eu também senti esse pressentimento ruim sobre essa viagem para Caratinga, sabe?, eu não queria ir e só topei para ver a sua irmã feliz porque fazia tempo que eu não via ela radiante desse jeito, feliz com algo bobo!.

Eu: Eu te entendo. Eu não queria ter feito esse escândalo todo, mas foi mais forte do que eu e eu não conseguia controlar, entende?, eu sentia que vocês não me ouviam, sentia que eu estava gritando e implorando para duas paredes!.

Lila: Vamos rezar para não acontecer nada, afinal, as minhas amigas estão indo para Caratinga!. Concordo.

Mai: Olha, o cheiro dessa comida está maravilhoso!. Ela coloca em cima da mesinha de centro.......-- Vão abrindo enquanto eu vou pegar os talheres e os copos!.

Eu: Senti falta desse jeito imperativo dela!.

Lila: Vocês duas separadas me dão uma canseira sinistra, nunca mais repitam isso!. Diz me fazendo rir.......-- Você é legal, nanica!.

Eu: Você também é legal, Lilazinha!.



















#NãoRevisado

Se Tudo Fosse Fácil: Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora