Capítulo 3

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Capítulo 03

Eduardo

A noite caiu e minha cabeça estava a mil por hora. A conversa com Alexandre me deixou com uma pulga atrás da orelha. Será que as coisas estão mesmo como ele descreveu?

Eu sabia que para manter um curso do nível do de direito da Silvério não bastava apenas ter dinheiro, é preciso ter um corpo docente de renome e para isso os professores tinham que ser os melhores. E aqueles homens que lecionavam na faculdade eram os mais requisitados em todo o país.

Estou ciente de que os professores de direito do nosso curso são de um nível moral muito grande e que levam isso realmente ao pé da letra, mas ter que me casar por causa disso? Ah, não sei se seria capaz de mudar toda a minha vida tão drasticamente assim por causa deles. A minha liberdade era algo muito precioso para abrir mão de uma hora pra outra.

Poderia contratar novos professores renomados e continuar com a minha tão estimada vida de solteiro. Adoro a vida que levo e mulher nenhuma vai colocar uma maldita argola no meu dedo, pois isso significa atenção redobrada da mídia e tenho certeza de que não iria conseguir me manter longe de escândalo, afinal, sou mestre em me meter em um.

Caminhei em direção à varanda do meu quarto e observei o céu encoberto pelas nuvens. A solidão me causava medo. Não gostava de me sentir só, por essa razão voltei para o meu quarto, coloquei uma roupa bacana com a intenção de ir para algum bar na noite de São Paulo.

Antes de sair rumo à garagem de casa, tiro meu telefone do bolso e destravo a tela. A foto dos meus pais aparece. A saudade dos dois me sufocava, e a cada dia eu desejava sentir a felicidade a qual eu sentia quando os abraçava.

"Estou seguindo para o bar de costume. Te espero lá".

Envio a mensagem para Alexandre.

Rapidamente o aparelho que ainda estava em minha mão vibra.

O nome de Alexandre aparece piscando no visor.

― Alô.

― Você se esqueceu da conversa que tivemos? ― um suspiro escapa dos meus lábios como resposta ― temos que manter a mídia longe de você. Nada de farra!

― Eu não estava procurando farra.

― Eu te conheço muito bem para saber que isso não é verdade.

Um grande silêncio surgiu entre as linhas. Alexandre era a única pessoa com a qual eu não queria brigar naquele momento.

― Edu, a coisa não está boa. Sossega por algum tempo.

― Vem pra cá então? Podemos conversar enquanto coloco algum álcool no meu corpo.

― Chego ai em meia hora.

Sei que a faculdade é algo sério. Sei que devo me privar de algumas coisas para continuar o legado do meu pai. Porém, não estava em meus planos me casar tão cedo.

Ainda não estava pronto para isso e nenhuma mulher despertou em mim algum tipo de sentimentos para que eu cogitasse a possibilidade de me casar. Além do mais, não posso simplesmente aparecer casado do nada, sendo que nem namorada eu tenho! Alexandre só pode estar com um parafuso a menos para pensar em algo desse tipo.

Continuo com os pensamentos borbulhando em minha mente. Eu não conseguiria achar uma solução viável para esse problema.

Não agora.

Alexandre chegou mais rápido do que o previsto por ele.

Nossa noite foi regada a cerveja e nostalgia.

O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora