Cap 1 - Sobreviver

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Jennie Ruby Jane Kim

Atenas — Grécia

18 anos depois

— Um leão ou um vaso de flores? Não.
Definitivamente é um coelho.

— O que você está resmungando aí?

Sinto minhas bochechas esquentarem
enquanto olho na direção da menina
que acaba de falar comigo. Ela deve ter a minha idade, dezesseis, mas parece ser bem mais velha. Talvez tenha dezessete.

Papai disse que todas as meninas que
ganharam bolsas de estudos do doutor Leandros Argyros têm por volta de dezesseis ou dezessete anos, apesar dessa parecer uma adulta. Ela está usando maquiagem e é bonita como uma atriz de cinema.

— Você não sabe falar? Estou
escutando-a resmungar há alguns
minutos.

— Sei sim. Eu sinto muito.

— Então, o que diabos foi aquilo sobre
leões e coelhos?

Dou de ombros, sem jeito.

— Eu estava observando as nuvens.
Gosto de tentar adivinhar quais figuras elas formam.

— Meu Deus, você é tão infantil. Acha
que tem cinco anos de idade ainda?

Acabamos de chegar a Atenas e vamos
finalmente poder viver. Estudar
também, claro, mas principalmente
conhecer novos lugares

Ela é estranha. Quero dizer, está
falando comigo como se já me
conhecesse há muito tempo e sequer
disse o próprio nome. Decido contornar sua maneira rude.

— Boa tarde, eu sou Jennie Ruby Jane Kim — Falo, oferecendo a mão para
cumprimentá-la.

Ela me olha por um tempo e enfim a
aperta, mas é um toque leve, quase
como se achasse que eu tenho algum
vírus que pode contaminá-la.

— Nomikos Hansen. De qual ilha você é?

— Pletánya.

— Está explicado esse seu jeito bicho-
do-mato. Vamos rezar para que consiga ao menos interagir com as pessoas. Quer um conselho, Jennie? Perca esse ar de criança. Tenho certeza de que grandes oportunidades virão para nós nos próximos meses.

— Certo — Respondo e volto-me para ajanela, encerrando a conversa.

Não quero começar meu primeiro dia
longe de casa arrumando inimizade,
mas essa menina não sabe nada sobre
mim, deve ter pouco mais do que a
minha idade e, no entanto, fala como se fosse muito experiente.

Ela, porém, não parece disposta a se
dar por vencida, cutucando meu
braço de leve com seu ombro.

— Não se preocupe. Eu a ajudarei a ser mais esperta.

Proteção da Máfia? - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora