Capítulo 4

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O carro nunca esteve tão quieto em seus quase  6 anos de uso, Thomas dirigia de forma rápida e atenta, mas às vezes encarava a garota ao seu lado. Evie olhava para as paisagens que atravessavam a janela de forma rápida, sua face se encontrava com uma expressão depressiva, os olhos azuis estavam sem vidas e a boca fechada exaltava o maxilar travando. A qualquer momento Evie iria surtar, sua respiração já estava a incomodando e seu coração não parecia querer colaborar com seu estado.

Mas foi quando viu correndo um pouco mais a frente, dois cavalos lindos, um branco como os dos príncipes encantados , e o outro, um marrom forte com as patas destacadas em branco.

— Eles são lindos — Sussurrou brevemente, mas foi alto o suficiente para que Thomas ouvisse.

Ele olhou rapidamente para onde ela se referia, deu um pigarro, então diminuiu a velocidade.

— são cavalos de apresentação — Falou Thomas parando o carro na beira da estrada.

— Como sabe disso? — Perguntou Evie sem o olhar.

— Eu trabalho com apostas, sei quando um cavalo é um corredor, ou quando é apenas exibição. — Falou e então apontou para as patas dos animais. — As patas são finas e o nariz é seco, normalmente isso não muda em nada no animal, mas na hora que ele começar a correr, tudo será um desastre.

Evie acenou com a cabeça confirmando, aquilo até que fazia sentido, mas ela não pode rebaixar os animais por apenas detalhes, eles eram magníficos e com certeza um dia iriam desfilar por aí mostrando suas cores vibrantes.

— Um dia vou mostrar um corredor para você — Falou Thomas tentando novamente se aproximar.

Evie então o olhou, Thomas não tinha percebido que ela estava chorando no caminho, mas agora olhando para seus olhos vermelhos e o nariz fungando Thomas se sentiu péssimo, por que aquilo mexia tanto com ele? Sua mente gritou e quando menos percebeu levou a mão para o cabelo preto dela, e ficou ali fazendo carinho enquanto ela o observava, foi como se em um segundo Evie tivesse  apreciado aquilo, mas ela se afastou deixando a mão de Thomas estendida no ar.

— Podemos comer ou falta pouco para a viagem acabar? — Perguntou a menina um pouco envergonhada.

— Ainda vai mais uma hora de carro, acho melhor a gente comer algo. —

Evie concordou com a cabeça e se virou novamente para a janela.

— Como quiser Evelyn — Thomas fala ligando o carro, seu olhar agora era entre a estrada e a margem procurando um lugar decente de se comer com uma garota.

Thomas nunca entraria em um bordel com a garota ao seu lado, e muito menos nos bares com nomes esquisitos. Depois de muito procurar achou uma lanchonete agradável, estacionou o carro na margem da pista e olhou para a adolescência.

— Vai sair ou ficar dentro do carro? — Perguntou Thomas a provocando.

— Vou sair — Aparentemente Evie não sabia o que era sarcasmo, pois reagiu de forma comum.

Thomas pensou se fosse um dos seus familiares, Arthur o xingaria de todos os nomes apenas por uma pequena provocação, já John até responderia, mas seria de uma forma ridícula e suja.

Caminharam os dois para dentro, a cor amarela mostarda manchava as paredes e dava dor de cabeça, Thomas logo pediu a comida para os dois, Evie se sentou em uma mesa que ficava perto da janela, era seu visio diário, ficar olhando para fora e olhando a vida dos outros.

A primeira filhaOnde histórias criam vida. Descubra agora