13/10/1960
Londres - Reino Unido
Mais uma vez estou aqui neste saguão, já não sabia mais quantas vezes havia estado ali, as paredes em um tom rústico desgastado e aquele grande lustre bem no centro do local eram os pontos que mais destacavam, talvez essas pessoas ricas gostem de esbanjar seu dinheiro com coisas fúteis como isso.
Meus pais estavam conversando animadamente com os anfitriões da casa enquanto me escondia atrás de minha mãe, talvez por vergonha ou receio na visão de outros, mas para mim era o simples fato de não parecer ser aceito, não ser bem vindo ou ser incômodo.
Iria ficar aquela noite na casa dos park's, sozinho novamente com ele, não sabia muito dele, na verdade nada,era como se eu não estivesse no local, como se me visse como um fantasma, sua pose sempre imponente e sem defeitos deixava tudo tão frio e ameno para mim , mas era como se isso não fosse visto pelos demais, com certeza não aparentava ter a idade que tinha, outro achariam ter mais de quinze anos, uma bobagem, todos me comparam desde sempre com ele,"aprenda com o park " eles dizem "mesmo sendo mais jovem, tem mais classe e elegância que você" é algo que escuto sempre a partir do momento em que nos conhecemos.
Ele é uma criança como eu, não deveria ser tratado e agir como um adulto, pessoas de nossa idade deveriam sair e brincar, não estarem enfurnados em bibliotecas ou em seus quarto enquanto os pais saem para festejar.
— querido, nós já vamos, sim?- minha mãe se dirigiu a mim com seu olhar terno de sempre.
— boas festas mamãe, tem amo - falei baixo em seu ouvido enquanto era esmagado por mais um de seus abraços de urso.
Ela foi até o cabideiro perto da entrada, pegou seu casaco pesado de pele, que havia ganhado de presente de meu pai para comemorar os vinte anos de casamento, ele apenas passou por mim sussurrando um "boa noite", como sempre sem emoção alguma.
Os quatro adultos saíram da grande residência em silêncio após se despedirem, foi só as portas fecharem e a face angelical de park caiu, suas feições calmas se transformaram em distantes e impenetráveis.
— como vai?- perguntei por educação, claro que não iria querer ter uma resposta mas mesmo assim ela veio.
— estava tranquilamente bem até momentos atrás - ele falou com sua voz mansa enquanto se virava em direção a grande escada que se encontrava bem centralizada de frente a porta de entrada.
Em silêncio, o segui até a biblioteca, onde costumávamos ficar em momentos como este, como sempre peguei um dos tantos livros e me sentei em um dos pequenos sofás no canto da sala, pelo canto dos olhos o vi com sua atenção totalmente focada em mim.Tentei me focar em ler aquilo que parecia ser sobre animais aquáticos ou algo assim, claro que isso não aconteceu.
— Há algo que queira me falar?- fechei o livro e coloquei sobre meu colo— Não sabia que gostava de ler sobre baleias, elas são realmente magníficas - disse com ou sorriso de orelha a orelha
Nada falei, apenas voltei ao que estava fazendo, escutei um longo suspiro e senti algo afundar em meu lado, ele havia se sentado ali.
— O que fiz pra você me odiar tanto assim jungkook ? Eu sou tão irritante ao ponto de não conseguir trocar sequer um quarto de palavras comigo?
— Bom, você também não ajuda em nada park, acha que tudo gira em volta de si e quando alguém está fora desse padrão se sente tão inferior assim?- a partir daquele momento um ar pesado se instalou no local e nenhum de nós voltou a falar.
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O capítulo chegou ao fim, espero que tenham gostado,até o próximo episódio.
isso é tudo pessoal
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Captan Hook, A Story That's Never Been Told
Fiksi PenggemarUma história baseada em Peter pan