O controle

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VINCENT

Eu não me importo que esse homem seja meu melhor amigo, não me importo se crescemos juntos, eu realmente não me importo com sua vida. Pelo menos, não mais. Desde o momento que ele decidiu entrar na minha casa e apontar armas para a cabeça da minha mulher.

Nós sairemos por aquela porta - Ph apontou para a porta principal da casa - E vocês não mexeram um músculo, entendido?

Seu filha da puta - Falei, dando um passo à frente. A arma estava firme em minha mão, na mira perfeita para a cabeça dele, era apenas apertar o gatilho e eu teria o prazer de admirar sua cabeça sendo despedaçada. Uma, duas, três, quatro vezes, eu apertaria esse gatilho até não sobrar uma parte se quer, que desse para identificar seu rosto a olho nu.

Amor - Bianca chamou por mim, mas meus olhos continuava fixados no homem a minha frente. - Vamos manter a calma, por favor. - Sua voz saia fraca, como se estivesse chorando. Mas eu não consigo olhá-lá, não consigo ver que toda minha proteção sob ela, não era nada nesse momento. - Pelas crianças, Vincent. - Vinicius segurou minha mão, baixando a mesma, me fazendo apontar a arma para o
chão. Olhei para a minha loirinha, ela não parecia estar bem e meu coração está destruído em ver isso. - Não vamos assustar nossos pequenos

Você quer dinheiro? Eu te dou a quantia que quiser - Voltei a encarar meu amigo, que sorriu como se debochasse da minha cara. - Porra, eu vou te dar balas, isso. Balas bem certeiras nessa tua fuça, moleque.

Fique atento ao seu celular - Ph falou - Te ligarei a qualquer momento para conversarmos

Conversar? Deixe a Bianca fora disso e nós iremos conversar - Falei, e sinto que alguém tirou a arma da minha mão. Provavelmente Vinicius, ou Carlos.

Anos - Ph falou e aproximou-se de mim - Não fora horas, dias, nem meses. Foram anos! - Ele deu mais um passo à frente - Anos treinando pesado - Ph ficou ao meu lado e apontou para Bianca, que estava entre os homens armados - Para proteger ela.

Anos de treinamento, mas estou falhando.

Todos os dias - Ele continuou - Treinava, apanhava, chorava... - Sua mão segurou meu ombro - Mas quando me encontrava, sempre falava o quanto odiava, ela. - Ele apontou para Bianca novamente - Falava como nunca faria a promessa, nunca protegeria ela. Falava que essa italinha era pior coisa da sua vida. Lembra disso? - Ele me virou de frente para ela - Lembra o quanto já sofreu por culpa dela, Vincent? As vezes que chegou na escola com as mãos vermelha, cheia de calos e algumas vezes com cortes. Lembra disso? Ou daquela vez que você assistiu cinco minutos de aula, pediu para ir ao banheiro e saiu chorando da sala de aula. Você lembra disso? Eu lembro. Lembro do susto que tive quando entrei no banheiro masculino e você estava sem camisa, olhando suas costas no reflexo do banheiro. Porra, aquilo estava um horror! - Merda, meus olhos estão lacrimejando? Sinto meu coração acelerar ao relembrar de tudo isso. Ele é meu melhor amigo, sabe como essas coisas ainda mexem comigo, por que ele estava me fazendo relembrar tudo? - Suas costas estavam cheias de cortes, que não paravam de sangrar nem por um segundo. E tudo por culpa dela. - Bianca estava olhando para mim, com o rosto molhado de lágrimas - Nós sentamos naquele chão imundo, onde o time da escola tomava banho. Eu sentei de frente para você enquanto a água escorria pelas suas costas e o sangue era espalho pelo chão. Você chorava de soluçar e eu me segurava, para ser um uma pessoa forte diante de tudo aquilo. Éramos apenas adolescentes, Vincent. Adolescente, você era apenas um adolescente.

Pare de falar - Tentei ordenar, mas saiu como
um pedido em um sussurro.

Nós brincávamos dizendo que um dia iríamos comandar toda aquela merda que seu pai comandava - Ele continuou, ignorando meu pedido - Que tomaríamos o poder para sermos melhores que seu pai, lembra disso?

Cale a boca, porra - As lágrimas já escorriam pelo meu rosto, e eu não consiga controla-las.

Seríamos nós três - Ph continuou - Eu, você e o Vinicius. - Ele afastou-se de mim e caminhou para perto da Bianca - Olha a oportunidade na palma da nossa mão, Vincent.- Ele colocou o braço ao redor do pescoço da Bianca - Todos do crime estão querendo matar a italianinha, para ter o controle não só do Brasil, mas da itália também. Nós estamos com ela aqui, podemos ter o controle de tudo, não vê? - Ele perguntou - Lembre do quanto a odiava - Ph caminhou em minha direção novamente, pegando sua arma e colocando em minha mão - Você passava madrugadas treinando sua mira, você é bom nisso. Lembre do quanto odiava Bianca Eri e a mate, para tomarmos o controle - Ele segurou minha mão, levantando-a e apontando a arma para a direção da Bianca.

Era nosso plano comandar toda essa merda - Falei apontando a arma para a direção da Bianca - Eu odeie Bianca por todos os segundos que já se passaram em minha vida - Dei um passo para o lado e virei-me de frente para meu amigo, apontando a arma para sua cabeça - Mas agora ela é a pessoa que eu quero amar em todos os outros, fodidos segundos, que ainda tenho em vida - O gatilho estava ativado, só um pequeno empurrãozinho e escutaríamos o tiro que Ph iria receber.

Oque? Pretende matar seu melhor amigo por causa da mulher que tanto te fez sofrer? - Ph perguntou, mostrando um sorriso debochado enquanto olhava para mim.

Com essa arma que trouxe, creio que será impossível - Ela estava leve, tenho certeza que não estava carregada - Oque merda está acontecendo aqui? - Perguntei quando abri o pequeno armazenamento das balas e vi o local vazio - Está querendo sequestrar minha mulher? E está com uma arma sem balas? - Perguntei, jogando a pequena arma no chão. - Isso que está tentando fazer, é um erro gigante, Pedro. - O chamei pelo seu nome e não mais pelo seu apelido - Esqueceu que eu fui treinado para proteger a vida dessa mulher? - Perguntei encarando-o, levantei minha perna e subi um pouco a calça que usava, pegando a pistola que estava presa em um acessório próximo ao meu sapato - Não costumo usar calças justas, justamente para ter espaço suficiente para camuflar belezinhas como essa - Alisei a pistola com a outra mão - Loirinha, lembra do que é feito sua aliança? - Apontei a pistola para a direção de Ph, ativando o gatilho e esperando a resposta de Bianca.

Vincent pare com isso, vamos todos conversar e tentar resolver - Bianca pediu

A aliança dela foi feita através do material de uma bala RIP, conhece? - Perguntei ao meu amigo - É a mesma bala que encontra-se no cartucho dessa pistola em minha mão

Vincent, é tudo um plano nosso! - Bianca gritou quando meu dedo aproximou-se do gatilho.

Princesa Máfia - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora