Pág 98

3.8K 278 45
                                    

gente oque aconteceu? - resolvi perguntar e recebi a atenção dos três. Violeta levantou e correu até mim, abraçando minhas pernas. Ela estava assustada em estar sozinha com o pai e Carlos daquela forma -

senhor hacker - Carlos falou já que Vincent aparentava estar muito abalado -  ele fugiu da cadeia e fez uma coisa horrível - Carlos olhou para a pequena como se não quisesse falar sobre, ali na frente dela -

Você consegue ficar com Violeta um pouco? - ele assentiu percebendo que eu queria conversar com Vincent, caminhou até a pequena e segurou na mão dela enquanto saía do camarim e fechava a porta - consegue me explicar oque aconteceu? - fui até Vinnie, e o fiz levantar o rosto. Segurei em suas mãos enquanto sentava em uma de suas pernas e toquei seu rosto para que continuasse me olhando -

a mãe dela - Vincent falou, seus olhos estavam com uma coloração avermelhada - ela não tem lembranças da mãe e agora... - seus braços enrolaram meu corpo em um abraço - não vai ter mais a mãe

amor, me explica direito - passei os dedos entre os fios de cabelo dele - não estou conseguindo entender

Vincent explicou, explicou cada detalhe. E a cada palavra que saia de sua boca, ele chorava menos e mostrava que começava a sentir raiva, bastante raiva. Toda aquela história estava me dando nojo, muito nojo! Não acredito que isso possa realmente ter acontecido, ou melhor, estava tentando não acreditar. PH já estava no Brasil e ele foi o responsável por ligar para a mãe de Vincent e dar a notícia.

O pai dele, Paulo Hacker, fugiu da prisão onde estava. Fugiu durante a transição para outra prisão, que seria de segurança máxima. Se isso já não fosse muito, a fulga dele teve ajuda dos capangas dos morros que eram comandados por ele. Ele foi para o morro, bebeu em comemoração e ao encher a cara, lembrou da existência de Violeta. Enlouqueceu no morro querendo saber da filha, querendo tê-la de volta, querendo ser o responsável legal novamente da menina. Então começa a parte nojenta que ainda está me fazendo ficar completamente chocada e assustada. Ele foi atrás de Laura, mãe de Violeta. E eles brigaram, brigaram feio por ela não está com a garotinha para entregar a ele. Paulo repetiu a mesma merda pela segunda vez, ele estuprou a garota novamente. Que ódio e nojo desse homem! Ao sair da casa da garota, ela correu atrás dele gritando para que todos escutassem oque ele tinha acabado de fazer com ela. E então, Paulo Hacker, o maior traficante brasileiro, matou a pobre garota. Com um tiro na cabeça, não dando chances nenhuma a ela. Mas uma segunda notícia chegou para abalar ainda mais a família Hacker. Paulo tinha sido morto também, por no mínimo, quinze balas em seu corpo. E quem matou? os seus próprios capangas. Os homens lá não aceitam isso, não aceitam pedofilia, estupro, violência contra as mulheres entre outras coisas. Fez? eles matam sem dó. Podem ser considerados os maiores traficantes do país, mas pelo menos para esses casos eles colocavam a mão na consciência.

ela perdeu a mãe e o pai - Vincent falou quase em um sussurro enquanto encarava a parade, eu saí de seu colo e sentei ao seu lado - no mesmo dia - ele cobriu o rosto com as duas mãos - Oque vou falar para essa menina, Bianca? quando ela crescer e quiser saber da história dela? eu não tenho forças para contar sobre a história de vida dela

Vincent, para com isso - Falei olhando para ele - Nós estaremos juntos caso isso aconteça um dia. E você sempre foi e será o único pai dela. - Recebi a atenção dos olhos dele - sinto muito pelo seu pai - Passei a mão em suas costas -

não sinta - Vincent falou da forma mais fria e secou as lágrimas com as palmas das mãos - se não fizessem isso com ele, eu faria algum dia. - ele olhou para a parede, encarando-a enquanto pensava em algo - eu não estava chorando pela morte dele, nunca desperdiçaria minhas lágrimas com isso. Eu só... - Ele puxou e soltou o ar lentamente -  não queria que Violeta fosse fruto de uma história tão.. E eu sinto culpa sobre isso, pois caso eu tivesse denunciado na primeira vez que vi, ele não estaria solto para fazer novamente.

eu entendo amor - apoiei minha cabeça em seu ombro - mas na cabecinha dela, ela é fruto da sua história com ela. Você é a família dela e a pessoa mais importante da vida da garotinha. Essa loirinha te ama mais que tudo, Vincent. Ela nunca irá culpar você por isso, na verdade, caso algum dia ela saiba sobre tudo, eu acredito que ela vai te agradecer - ele sorriu de lado - não sinta culpa por nada, você era apenas uma criança quando presenciou aquilo

Vinicius deve estar muito abalado com a notícia de meu pai - Vincent falou enquanto virava o rosto para olhar pra mim - mesmo o velho sendo o nojento que era, ele sempre foi um bom pai para o meu irmão e sempre cuidou melhor dele

Eu não sabia muita informação da relação de Vincent com o pai, não sabia se todo esse ódio era fruto apenas do acontecido que Vincent presenciou quando ainda era criança. Quando viu pela primeira vez o pai abusar de uma criança. Era muito ódio para ser apenas por isso, gostaria de entender mais afundo o porque desse sentimento ruim, mas não sei se algum dia Vincent chegará a me contar.

sua mãe também deve estar abalada - Levantei do sofá enquanto falava - vamos para casa, sua família está precisando de você

ela não está - Ele falou ficando de pé em minha frente - na verdade ela está aliviada, pude perceber pela forma como me deu a notícia. Ok, talvez esteja um pouco impactada, mas não está chorando desesperadamente de tristeza

Chocante, no mínimo. Quando meu pai faleceu, minha mãe quase pediu a Deus para ser levada junto com ele. O amor dos dois era algo de outro mundo, era um casamento verdadeiro como todos deveriam ser. Ele a tratava como a rainha que ela era, sempre a tratou assim. Mas a família de Vincent era diferente, o relacionamento entre eles era algo complicado.

loirinha - Vincent falou enquanto andávamos para sair de dentro do camarim, eu parei e virei na direção dele - me ajuda a ser forte quando Violeta algum dia me perguntar sobre os pais dela

você é forte - Puxei ele para perto de mim e abracei seu pescoço - não me faça relembrar as coisas que você já passou para dar ênfase em como você é um homem forte - ele sorriu e balançou a cabeça - já disse que estaremos juntos quando isso acontecer

Eu sei - Suas mãos apertaram minha cintura - Você já me falou isso duas vezes. Está jogando indiretas no ar para eu pedir você em casamento? - soltou minha cintura e tirou meus braços de seu pescoço - Pode desistir. Meu celular não para de notificar com varias gatinhas me seguindo nas redes sociais depois desse programa, estou pensando na possibilidade de voltar a ser um pai solteiro

ótimo, você pretende dividir o mesmo túmulo que seu pai? - Perguntei encarando seus olhos - ensinarei sua filha a como manusear uma arma e atirar no próprio pai - sorri demonstrando certo deboche -

você não é nem louca - ele me virou de costas para ele enquanto gargalhava - não troco vocês por nada

tenta - Falei como um aviso - te mostro com quantas balas se montam um hospício lá em casa

Saímos de dentro do camarim e caminhamos agarradinhos até o estacionamento. Vincent estava mais leve, com um semblante mais tranquilo. Ao chegar no estacionamento, andamos observando a cena de Violeta em pé no capô do carro de seu pai, enquanto cantava tendo Carlos e Gabriel como os fãs enlouquecidos da plateia. Vi Vincent travar o maxilar, provavelmente lembrou o preço daquela belezinha que era aquele carro.

suas mulheres só te dão prejuízo - sussurrei atiçando a fera - gastará um bom dinheiro para arrumar isso ai

Carlos! Porra! - Vincent andou mais rápido que eu, aproximando-se dos dois seguranças e de sua filha - A pintura... Estava novinha - ele passou a mão pelo carro. Os dois seguranças rapidamente ficará posturados e com o semblante de culpa em seus rostos -

Porra - Violeta repetiu o palavrão enquanto ria e recebeu a atenção de nós quatro com olhos arregalados - porra, porra, porra papai - ela repetiu e eu não conti a risada, sendo acompanhada por Carlos e Gabriel -

Violeta Hacker! - Vincent desaprovou as palavras da garotinha - não pode falar isso, é feio - Ela perguntou o porquê ele havia falado aquilo, já que era algo feio - papai falou sem querer, mas não pode. - O loiro pegou a garotinha no colo e a levou para dentro do carro, colocando ela na cadeirinha - Vocês dois, vão no outro carro - falou referindo-se à os dois seguranças - e você, entra rápido nesse carro - deu a ordem se direcionando a mim -

Princesa Máfia - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora