Capítulo 1

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Bem, essa é uma história que pensei em escrever porque sempre quisbler algo de sheibi na universidade, porque é onde eu tô agora.
Então espero que vocês gostem e que eu goste de escrever isso aqui.
A letra no começo é da música "broken home" do 5sos.
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Escreveu nas paredes, ela estava gritando
Deixou claro que ela ainda estava aqui, você ouve agora?
Apenas um fantasma nos corredores
Sensação de vazio, eles são inúteis no momento
Todas as batalhas, todas as guerras, todas as vezes que você lutou
Ela é uma cicatriz

Como está o seu pai? - Thaísa perguntou para a mais nova enquanto elas caminhavam na direção do apartamento que elas dividiam.

   As duas ficaram o mês todos sem se ver, porque a loira voltou ao Rio nas férias, enquanto Gabi continuou trabalhando no bar do Jhon.

Na mesma, eu acho. – Respondeu coçando o maxilar. —Sabia que agora vou ter uma irmã? – Ela tentou sorrir, mas não estava feliz o suficiente para que fosse verdadeiro.

Você já não tinha antes? – Thaísa passou pelo portão de ferro, esperou que Gabi fizesse o mesmo, e trancou, seguindo pelo corredor.

   O prédio era velho e pouco seguro, todo mundo dizia, mas elas não se importavam o suficiente e nem tinham como pagar por algo melhor. Além disso, ficava a poucos minutos da faculdade. As paredes eram todas brancas nos cinco andares e elas nunca pegaram o elevador, por precaução. 

Natália não é minha irmã, só é filha da esposa do meu pai. – Gabi negou. —Nós nem mesmo nos falamos. – Ela continuou. —Mas agora Carla está grávida de um filho do meu pai.

E você está feliz? – Thaisa gostava de perguntas, Gabi não se importava com isso.

Não sei. – foi sincera. —Sempre quis ter um irmão, mas queria que fosse filho da minha mãe.

   Elas ficaram alguns segundos em silêncio depois disso, Thaisa estava respirando pesado depois dos dois lances de escada e não era culpa do calor do final de tarde de Belo Horizonte. 

Preciso fazer mais exercícios. – A loira finalmente falou quando abriu a porta de madeira cheia de adesivos e rabiscos. —Você sente muita falta dela, não é?

Você precisa parar de fumar, na verdade. –Gabriela negou com a cabeça, falando sério. —Sinto mais falta dela do que penso que vou aguentar, na verdade.

   Enquanto respondia a última pergunta, sentiu seu peito apertar. Já haviam se passado cinco anos desde a morte da mãe e Gabi sentia todos os dias como se fossem os primeiros, como se todos fossem dia 20 de março.

Eu fumo socialmente. – Thaisa se defendeu. Jogou a bolsa em cima da sofá, dividindo espaço com a pilha de roupas limpas que estava ali em cima. —Você se acostuma com o tempo.

   Gabriela apenas concordou com a cabeça indo para a cozinha. A veterana sempre dizia isso, Gabi se perguntava quanto ia doer até que passasse, o quanto ela aguentaria para que pudesse se acostumar. Talvez Thaisa também tivesse perdido alguém de quem gostasse muito e soubesse do que estava falando, mas a mais nova duvidava que alguém um dia teria uma ligação mais forte do que ela e sua mãe.

   O apartamento era pequeno demais para Gabi, Thaisa, Rosamaria e Gabiru. A sala tinha um sofá de três lugares e um de dois improvisados em L, uma TV pequena na parede da frente e uma mesinha de madeira no centro. O cômodo era separado da cozinha por uma bancada de mármore que agora estava cheia de copos vazios. O corredor levava aos três quartos e à porta azul e riscada do único banheiro. Além disso, era sempre como se um furacão tivesse passado ali, exceto quando a família de uma delas estivesse por ali de visita.

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