Capítulo Quatro:Vermelho cinza.

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Os pergaminhos estavam jogados por todos os lados,abertos e já estudados,Hara lia tudo,um por um,praticava, estudava,dominava, um selo por vez,sabia que os Uzumakis eram fortes,mas nunca achou que tivessem tanta criatividade para criar selos.

—Hara?—Minato entrou no quarto.—Onde está Kushina?

—Dentro do armário. —Ele estranhou e então abriu o armário que vivia vazio,encontrou a esposa amarrada e com um pano na boca,o susto que levou foi grande.

—Quantas vezes eu já falei para não amarrar ela?!—Ele retirou as cordas e o pano, a ruiva pode finalmente falar tudo que queria dizer a mais de duas horas.

—Você nunca cala a boca!—Hara argumentou e os cabelos de Kushina começaram a flutuar, Minato sabia que a qualquer momento a briga poderia se intensificar e não queria ver os resultados.

—Que tal nós passearmos um pouco?—Hara deu as costas para eles e pegou seu kimono.

—Não, obrigada,vou sair para respirar.—Não esperou as respostas deles e saiu pela porta,logo no corredor pode escutar vozes,era de uma mulher e uma menina,estavam saindo de casa.

—Você viu o que eu fiz mãe?Eu pisei na água, a água não me deixou cair!—A garotinha pulava com animação enquanto a mãe catava o que deveria ser a chave da porta.

—Eu vi querida,você controlou seu chacra,fez muito bem.—A mulher segurou o rosto dela e beijou a ponta de seu nariz.Hara sentiu o peito arder e o ar lhe faltar. —Estou orgulhosa.

—Hihi,obrigado mamãe.—Por fim entrarem para dentro do lugar.

As mãos de Hara tremeram um pouco e ela sentiu os olhos arderem,quando olhou para baixo, encarou o cabo da katana,sua cabeça doeu com aquilo e ela tratou de afastar as emoções, corrigiu sua postura e desapareceu de lá.

Os campos de Konoha eram agradáveis, o vento parecia querer levá-la, logo mais iria começar a chover,mas por enquanto ela ficaria ali em baixo da árvore, não podia imaginar ambiente melhor,embora estivesse em território inimigo,sabia desfrutar da natureza.

Os cabelos pretos agora um pouco mais longos estavam presos por dois palitos e o número de ataduras diminuiu,ela encarou o céu e então fechou os olhos.

—Odeio admitir,mas até que esse buraco de vila é agradável.

Com esse pensamento ela caiu no sono,mas ainda com a guarda levantada.
Não demorou até que seus sentidos aguçados capitassem uma movimentação estranha, ela abriu os olhos levemente na direção do penhasco e viu algo despencando de lá,quanto melhor sua visão ficava,mais rápido seu coração batia.

Aquilo era uma criança?

Não esperou uma análise melhor,nunca havia corrido tão rápido assim,puxou a Katana e a lançou na direção do penhasco,a espada se cravou na pedra e o símbolo no cabo da katana brilhou.

—Deusa Voadora do Trovão!—Como um raio ela surgiu na rocha e pisou forte para pegar impulso, a eletricidade em seu corpo era enorme,ergueu os braços e quando se deu por conta,estava no chão com um garotinho em seu colo,aos poucos seu chacra e o dele se acalmaram,antes eram como dois oceanos em conflito.

—...Por que não me deixou cair?—Ele perguntou e Hara quis gritar,aonde já se viu tamanho desrespeito com um mais velho,ele deveria agradecer por ela tê-lo salvado,se fosse ela falando assim com certeza já teria levado diversas surras.

Não.

Espantou todos aqueles pensamentos,não era assim,não iria fazer o que foi feito a si apenas para conseguir respeito,ou uma ilusão disso,resolveu colocar o menino no chão, esfregou as roupas dele e enxergou o símbolo do clã Uchiha estampado na blusa.

Tamatsa HaraOnde histórias criam vida. Descubra agora