Ela se foi

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No dia seguinte, acordei não muito cedo, era umas 9h mais ou menos. Só que o Eduardo não estava lá. Fiquei confuso, mas ele normalmente acorda cedo mesmo. Desci até a cozinha esperando o ver lá tomando café

Mas não vi isso
Não vi ele, e fiquei muito confuso mesmo. Só piorou quando a Mirabel veio até mim e falou
- Ah, finalmente né preguiçoso
- Relaxa, é domingo, hoje é pra acordar tarde mesmo - Falei brincando

- Você viu o Eduardo prima
- Ah, era sobre isso que eu queria falar com você. Eu e a minha mãe estávamos aqui na cozinha fazendo o café, quando de repente o Edu passa correndo falando que precisa sair.
- O que!?
- Pois é também achei estranho. Ele disse algo como: Oi gente, eu tenho que ir, mas muito obrigado pela estadia. Mal deu explicação; a feição dele indicava que estava desesperado

Aquela frase me atingiu. O que aconteceu de tão grave pra ele sair assim, sem nem falar comigo? Será que tem haver com a mãe dele? A preocupação estava tomando conta de mim aos poucos, só conseguia pensar se ele estava bem

Na hora eu não pensei duas vezes, troquei de roupa e mesmo sem comer nada, fui correndo até a casa do Edu. Disse pra Mirabel inventar uma desculpa pro meu sumiço assim sem mais nem menos, e corri o mais rápido que pude

Chegando a casa dele, toquei a campainha, mas ninguém atendia. Tentei bater na porta, mas também nada. Cheguei a conclusão de que não tinha ninguém em casa

Não sabia onde o procurar. Pensei em ir até o lugar onde seu pai trabalha, mas hoje é domingo, então não estaria aberto. Pensei em ir na sorveteria, mas também estava fechado. Pensei em ir até a pracinha com uma vista bonita, mas está em reforma. Não pensava em nada direito

Quando me deu um toque, a CACHOEIRA. Ele ama aquele lugar, só pode estar lá. Corri bastante novamente até chegar lá. Quando eu estava mais perto, quase chegando, escutava barulho de choro. Alguém chorando? Será... Eduardo

Tirei minha dúvida quando realmente entrei na área da cachoeira, e o vi abraçando os joelhos à chorar.
- Edu... - Ele tirou a cabeça dos joelhos pra me ver
- Cami! - Ele disse enquanto limpava as lágrimas
- O que está acontecendo? Porque está chorando?
- Ah... eu... ic - Mal conseguia falar de tanto que soluçava

- Calma, respira - Eu falei pra ele, e ele fez isso. Respirou bem fundo e soltou o ar pela boca
- Eu recebi um recado do meu pai, falando que minha mãe teve uma piora. Ela tava muito mal... e... ic
- Calma Edu, ela vai ficar bem
- NÃO, NÃO VAI. Ela... ela... o câncer... ic
- Shiu, vai ficar tudo bem meu amor - Falei e em seguida dei um selinho nele

- Camilo... ela se foi - depois de dizer isso ele  desabou no meu colo, e eu o abracei

Camilo Madrigal - (História de romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora