Pequenas alegrias da vida a dois

25 2 0
                                    

Nota da autora: Depois da angústia da história anterior (Sem perder a esperança), resolvi encerrar a semana Sherlolly com uma cena feliz e um pouco sensual do nosso casal preferido. Além disso, há uma pequena participação minha, caso alguém queira saber de onde veio o nome Helaina.

***
Sherlock Holmes entrou na sala do 221B da Rua Baker em uma tarde quente de verão, tirou o paletó, o arremessou sobre o sofá maior e soltou o corpo sobre sua poltrona.

— Que semana! — reclamou ele esticando o corpo e sendo surpreendido por outro par de pernas na poltrona de frente para a sua. Molly Holmes sorriu quando o marido olhou espantado por não ter notado a presença dela antes. — Desculpa, — ele levantou para um beijo rápido e voltou a se reclinar onde estava antes. — Não vi que você estava em casa.

— A Helaina pediu para fazer meu horário noturno hoje porque vai sair com o namorado para jantar e comemorar o aniversário dela semana que vem.

— Fico feliz por contar com a sua companhia, mas estou exausto demais para conseguir manifestar minha empolgação.

Molly deu uma risadinha — seu dia foi tão puxado assim?

— Não mais do que o usual, mas o calor deixa tudo mais difícil...

— Tenta trocar o terno por roupas mais leves, jeans e camisa de manga curta, por exemplo — sugeriu ela.

— Molly! — Se não tivesse sido ideia da esposa, Sherlock teria se sentido realmente ofendido. — É da minha imagem que estamos falando.

— O que não diminuiu o seu talento, meu amor — retrucou ela.

— Mas limita meus movimentos. — O homem franziu o cenho e olhou para as próprias pernas.

Molly deu uma gargalhada.

— É sério! Os jeans são um tipo grosso de tecido e as calças são geralmente muito apertadas — reafirmou ele. — Vou sentir mais calor ainda.

— Eu concordo com você — disse ela com um sorriso lascivo no rosto. — Esses dias estão tão quentes que se eu não ligo o ar condicionado até os mortos reclamam.

Os dois riram com o humor mórbido da mulher. Sherlock adorava aquilo. Molly realmente não estava menos incomodada com a temperatura e por isso pensou em uma maneira de amenizar a situação.

— Que tal um banho?

— Não é uma má ideia! — comentou Sherlock. — Pode ir primeiro que eu vou descansar mais um pouco — respondeu ele apoiando a cabeça no encosto da poltrona e fechando os olhos.

A mulher riu pelo marido não ter entendido o convite dela. Ele ainda precisava aprender muito sobre a vida de casado, mas ela não tinha motivos para reclamar, apenas se lembrar de ensinar algumas coisinhas. Estava certa de que com o tempo e muita observação, Sherlock pegaria o jeito.

Ao invés de explicar o que queria, no entanto, Molly resolveu encher a banheira com água e espuma, deixar o xampu, condicionador, sabonete e toalhas ao alcance dos dois, para só então voltar até a sala onde trancou as duas portas de entrada e colocou seu plano em prática.

— O que eu quis dizer, Sr. Holmes, é que nós dois poderíamos tomar um banho — Molly sentou no colo do marido que levantou a cabeça e olhou para ela. — Juntos — continuou ela desabotoando a camisa dele.

— Gostei ainda mais da ideia — disse ele com um sorriso provocante antes de colocar as mãos por baixo da blusa dela e livrar a mulher da peça.

Sherlock desencostou da poltrona para que Molly também tirasse sua camisa e enquanto tentavam desabotoar as calças um do outro, não resistiram à tentação de se deixar levar em um beijo apaixonado. Entre risadinhas e arrepios enquanto trocavam carícias, o casal finalmente conseguiu ficar apenas com suas roupas íntimas.

— Vem, — a esposa levantou do colo do marido sem perder contato com ele, mantendo seus dedos entrelaçados, e os dois seguiram para o banheiro.

O trajeto demorou mais do que o costume com várias paradas para mais beijos apaixonados no meio do caminho. A mesa da cozinha foi local para uma parada longa onde eles só não deixaram extravasar toda a excitação crescente porque estava ocupada por equipamentos de laboratório, mas Molly e Sherlock estavam nus antes de chegar ao banheiro.

— Parece que você já arrumou tudo por aqui — disse o homem erguendo a mulher do chão e a carregando nos braços até a banheira.

— Só umas coisinhas — comentou ela enquanto Sherlock a colocava dentro d'água entrando logo em seguida.

O homem gemeu alto quando submergiu finalmente se livrando do calor desagradável. Ele ainda estava sentindo uma onda quente pelos membros, mas a sensação era extremamente prazerosa. Quando Sherlock voltou à superfície, foi recebido por Molly que deitou o corpo sobre o seu e, ao mesmo tempo em que o beijava, deixava os dedos passearem pelo corpo do marido.

Ele decidiu retribuir da mesma forma e, além de jogarem boa parte da água fora da banheira, agora os gemidos vinham dos dois. O casal não se procurou com o tempo que passaram proporcionando prazer um ao outro e apenas quando se deram por satisfeitos, retomaram a ideia do banho.

— Acho que se vamos fazer isso mais vezes, — declarou Sherlock olhando o chão alagado. — E acho que devemos fazer — ele repetiu para enfatizar. — Uma banheira um pouco maior não seria má ideia.

— Ou talvez uma banheira de hidromassagem... — sugeriu Molly pegando o frasco de xampu e despejando um pouco sobre as mãos.

— Bem pensado, só precisamos ver a possibilidade de instalar. — Ele sorriu quando a mulher se aproximou e levantou as mãos sobre a cabeça dele. Sabendo o quanto Molly gostava daquilo, o homem deixou que ela lavasse seus cabelos, já prevendo o que ia acontecer.

Não era apenas espalhar xampu pelos seus cachos, mas também fazer vários penteados aproveitando a maleabilidade dos fios molhados.

— Por favor, não faça isso — pediu Sherlock quase sem conseguir controlar o riso quando Molly colocou uma franja nele praticamente cobrindo seus olhos, e depois a ajeitou para o lado.

— Esse visual emo é tão anos 2000 — comentou ela rindo.

Inspirada a continuar com a brincadeira, Molly se levantou para buscar um pente e Sherlock aproveitou para observar cada detalhe do corpo dela. Tinha todas as medidas da esposa muito bem memorizadas e gostava de estar sempre atualizado sobre elas.

— Gostou do que viu? — perguntou Molly quando voltou tendo percebido o que ele estava fazendo.

— Perfeita desde que te conheci — respondeu o homem.

— Não engordei? — continuou ela dentro da banheira sentada no colo dele.

— Não, mas se isso tivesse acontecido não diminuiria em nada sua perfeição.

— Você é muito bom com as palavras! — Comentou Molly enquanto dividia o cabelo de Sherlock ao meio com o pente. — Mas se sair assim na rua, ninguém vai te levar a sério. — Ela deu uma gargalhada apreciando o novo penteado.

— Agora já chega — Sherlock tirou o pente das mãos dela e abraçou Molly jogando mais uma boa quantidade de água para fora a fazendo rir no processo. — Minha vez. — Ele a colocou sentada com as costas viradas para ele e começou a massagear seus cabelos com xampu.

— Muito bom isso — murmurou ela.

— Era o que eu acreditava que você fosse fazer comigo — reclamou ele.

— Eu ia fazer com o condicionador, mas você não esperou. — A mulher deu de ombros.

Sherlock apenas riu e continuou a lavar os cabelos da esposa. Quando ele terminou, Molly realmente retribuiu o carinho conforme havia prometido. A água ficando cada vez mais fria, assim como a temperatura que havia enfim diminuído um pouco com a chegada da noite, foi o que fez o casal decidir dar o banho por encerrado. Enquanto eles arrumavam a bagunça,combinaram repetir a prazerosa atividade mais vezes até o fim daquele verão.

Sherlolly Appreciation Week 2022Onde histórias criam vida. Descubra agora