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Camila

- Dinah, olha! - Disse discretamente, e quase dei um tapa nela ao ver ela procurar rápido. - Disfarça, porra.

Dinah tomou um gole da bebida e virou para o lado, como se estivesse procurando outra pessoa. Olhou calmamente ao redor até olhar para a mulher, que já não me olhava mais.

- Uau, ela tem um belo cabelo. - Disse ela.

Ri e bebi um pouco, ela era mesmo hétero, só conseguia reparar nos detalhes estéticos, e não no produto completo.

- Ela estava dançando e me encarando, sabe o que é isso?

- Talvez ela estivesse procurando por outra pessoa - respondeu.

- É, deve ser. - Respondi, talvez ela não tivesse mesmo interessada.

Voltei a beber por mais um longo tempo, precisava me preparar para ir a pista de dança e talvez esbarrar com a mulher que, segundo a Dinah, não havia reparado em mim, só encarava por procurar outra pessoa.

Odiava quando minha melhor amiga me falava duras verdades para me proteger.

O lugar estava cheio, mas encontrei um espaço legal entre todos para dançar enquanto segurava meu copo. Dinah já nem estava mais comigo, e eu já a tinha perdido de vista desde que ela saiu com o homem.

Vi algumas mulheres interessantes, me aproximei e conversei um pouco. Não aconteceu nada, pois infelizmente aquilo estava dominado por gente hétero.

Que morte lenta.

No meio dos rostos ali, eu a vi novamente. Ela estava sozinha como eu, e dançava da exata maneira que eu gostava após tomar tequila. Eu arriscava dizer que o líquido em seu copo era justamente isso.

Me aproximei. Eu não podia deixar de tentar, precisava ver aquela mulher de perto, não parecia ser real.

Já estávamos bem perto. Ela abriu os olhos e me viu. Mal consegui dançar direito, focada nos movimentos de seu corpo na minha frente, e percebendo isso, ela parecia estar dançando especialmente para mim.

Que a música não acabe ainda.

Ela virava de costas, rebolava na minha frente. Eu não queria ser o tipo de mulher que procura só por bundas, mas eu não era de ferro.

Que a música não acabe ainda.

Ela virava para mim de novo, suas coxas bem torneadas combinavam com o resto de todo seu corpo, mas nada me matou como o sorriso safado que ela exibiu ao ver o efeito que estava causando em mim.

A música acabou.

Ela parou de dançar, mas logo deu passos em minha direção, e me movendo da exata maneira que eu pretendia se eu tivesse chegado nela antes, agarrei seu corpo, recebendo seu beijo intenso em minha boca.

I'm not the typical girl - Camren shortfic Onde histórias criam vida. Descubra agora