Restos De Um Amor - Jungkook

coração em pedaços

“Eu amei um garoto, dei-lhe meu amor, agora tenho um coração em pedaços.”

Seu terno era preto, tinha um caimento perfeito em seu corpo desenhado, seu cabelo estava tão bem arrumado que não existiam fios rebeldes.

Queria dizer o quão lindo você estava, mas seus olhos não eram capazes de encontrarem os meus.

— Lily.

Sua voz chamou meu nome, em um tom baixo, inseguro a amedrontado.

— Lily — mais uma vez. — Eu sinto muito.

— Não diga nada.

Minha voz era firme, confiante e totalmente autoritária, mas eu estava tão triste.

Ele abriu a boca mais uma vez, prestes a quebrar minha regra e dizer algo, mas uma melodia começou a tocar, o fazendo desviar a atenção totalmente.

Jungkook estava casando, e a noiva não era eu. Doía tanto que senti vontade de chorar alí mesmo, sem me importar.

Sua noiva era bonita, e tinha escolhido o vestido branco perfeito, era tudo perfeito.

Ele beijou a testa da noiva assim que um senhor de idade a soltou e sorriu, virando para a direção onde o padre que ia realizar a cerimônia estava, mas antes murmurou um último sinto muito. Foram oito desde que entrei nesse lugar.

Minhas pernas vacilaram por um momento, assim como as lágrimas que eu segurava há um bom tempo. Quero chorar, quero muito chorar, mas não faria isso na frente de todos, por isso fui embora.

Alguns olhares foram direcionados a mim assim que levantei e comecei a sair, incluindo o dele, mas eu não me importava mais porque tudo isso é patético, a minha presença aqui é totalmente patética. Essa porra de casamento é ainda mais patético.

Três semanas atrás ele estava na minha cama, no meu quarto, deitado no meu travesseiro, ao meu lado acariciando minha pele enquanto dizia que me amava independente de qualquer coisa. Dois dias depois disse, em meio a lágrimas, que iria se casar e pediu perdão, ainda dizendo que me amava mais que tudo.

Em outra vida eu faria você ficar, mas tudo é tão confuso, tão doloroso que prefiro te deixar ir, sem perguntas, sem respostas.

Dei-lhe meu coração, agora estou dando-lhe meu adeus.

O amor dói. Essa é a base. Não questione.

[...]

Alguns anos depois...

— Não, moço. Eu quero o outro, não esse. — disse para o rapaz que estava me atendendo, o mesmo que errou meu pedido três vezes. — Obrigada.

Na quarta tentativa acertou, poderia ter sido pior. Sorri para o mesmo e saí da cafeteria, batendo contra um corpo.

— Aí, sério? — a voz do corpo que eu tinha acabado de esbarrar era do Simon, meu amigo.

— Desculpe, você entrou na mesma hora que fui sair. — sorri para o moreno, ele fez o mesmo.

— Vou pedir um café, espera um pouco.

Esperei, ele pediu e saímos da cafeteria em seguida.

— Pensei que estava trabalhando.

— Consegui folga, sabe, melhor funcionário tem seus privilégios. — ele sorriu brincalhão ao responder.

— Melhor funcionário... — ri.

Ouvi meu celular tocar dentro da pequena bolsa de lado que eu estava. Peguei e vi o nome da minha patroa brilhando, rapidamente atendi.