Dia de Dialogar

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Inconclusivo foi, o diálogo passado.

Dialogar últimamente me tem sido uma saída do mundo real que tanto me tormenta, escrevi poesias mas não as comentarei aqui, quem sabe num outro momento. Com este livro travei batalhas, aaaaah como amo-vos escrever caros leitores.
Aqui crio diálogos para fugir dessa opaca vida que o cativeiro que tanto me guarda me traz, afinal nem tudo é perfeito leitor, o que me proporciona a paz social, me proporciona também uma mesmice sem igual, e eu ODEIO o que não muda, odeio o que não evolue, ou oque não busca evoluir.

Aqui no porão de meu cativeiro, entre sangue e sujeira eu vos escrevo, o sangue que outrora foi derramado, finalmente parou de escorrer entre a mesa, os corpos? Vos empilhei, porém planejo os descartar no rio. Mas agora não dá, agora é impossível, o que me sufoca está lá fora e não aqui dentro, o que me sufoca está vivo e não morto, o que me sufoca só se importa comigo em setembro, ou pior finge se importar em setembro, o vermelho do sangue dos que se foram durante o ano inteiro, sem apoio nenhum, nem uma palavra amiga, é milagrosamente convertido em um amarelo claro em setembro. A sociedade é hipócrita, o homem é hipócrita, eu sou hipócrita, olha eu fugindo do assunto principal novamente, mas se eu focar a história em mim novamente estarei sendo só mais um, mais um que se esquece de todos que se foram durante o ano inteiro, e que só são lembrados em um mês amarelo. Agora me diga caro leitor, é justo com eles? É lícito que essas vidas sejam perdidas todos os dias e somente em um amarelo mês sejam lembradas? Sua vida importa leitor? Se sim por que só agradecemos por ela em um mês qualquer? E não, não estou a te pregar um falso evangelho com estas palavras, não quero te vender um deus qualquer, estou usando apenas deste meio de comunicação para te informar que, se faz necessário ser diferente destes hipócritas, que lixo de sociedade, lixo de pessoas, o homem se perdeu.
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15h da tarde

Confesso que as vezes eu me perco nas linhas, acima está uma prova disto, sim me perco, mas quem não se perderia? Entrelinhas, verbos, interjeições, frases e etc. Tudo se faz novo ao rabiscar de um lápis, as maiores mudanças de minha vida vieram através de uma simples rabiscada em um papel qualquer.

Meu pai como vos disse, é um homem muito rico, e a riqueza que ele tem, ele mesmo a construiu junto de minha mãe, portanto ele zela pela sua riqueza como se fosse sua filha primogênita, as vezes esquecendo até de minha existência para zelar dela.
E foi o que ocorreu em um dia qualquer de uma semana qualquer neste tão importante ano.  Meus pais haviam me deixado em uma festa de um dos meus conhecidos( Irei deixar claro aqui para não esquecer mais tarde, eu não tenho amigos, apenas conhecidos, meus amigos são vocês que lêem o que escrevo, que me doam o que é mais precioso para todos nós em troca de puramente nada. Você que me doa seu tempo, sem querer nada em troca, você é meu amigo, o resto não passa de meros conhecidos que amaria esquecer a existência.) Bem continuando, a festa deste conhecido foi grande, não lembro de todos os detalhes, mas lembro de muitos outros conhecidos meus se embebedando, se drogando, e claro fodendo em todos os cantos da festa, sempre que lembro desta festa me pergunto se estávamos errados?
Não é da natureza humana praticar o que não nos é licito fazer só pelo prazer da coisa? Menores bêbados são uma tentativa de reinvidicação de direitos que eles são privados, menores praticando sexo ao ar livre é uma reinvidicação de seus corpos, é no inconsciente deles uma forma de protesto contra todas estas prisões sociais que nos cercam. O "bom senso", quem ditou ele? Quem nos ensina "bom senso" tem alguma ideia do quão importante é para o jovem se encontrar? Quando falo se encontrar não falo de dois corpos, dois órgãos sexuais, ou duas bocas, mas sim de si próprio, como saberei quem sou se sou privado disto e só me ensinam o que querem que eu seja?
Não entendo por virtude um pai que força o filho a jogar no campinho nem a mãe que força a filha a se pintar toda para a festa da escola, meu corpo não deixa de ser meu só porque não tenho a idade que a sociedade estabeleceu como suficiente para que eu possa tomar minhas decisões.
   Que se foda as regras da sociedade opressora, que se foda todos que aceitam essas regras sem ditubiar, que se foda todos os que tem poder para mudar estas regras mas não mudam, que se foda você que me lê mas não me entende, que se foda!

Em CativeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora