4 - Dumbledore

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"Quem é você?" - inquiriu a lagarta.

"Eu.... Neste momento, não sei dizer muito bem, senhora. Ao menos, sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas creio que deva ter mudado várias vezes desde então."

- Alice no País das Maravilhas


Ela sentia os quatro meninos orbitando ao seu redor desde o seu "surto" no trem. Eles estavam a cercando desde que saíram do trem, se recusaram a se dividir na hora da carruagem, então foram os cinco espremidos nos bancos, e agora olhavam para ela na mesa de refeições como se esperassem outro surto. Que digasse de passagem, que também a monopolizavam ao ficar ao seu redor como seguranças. James e Remus do seu lado e Sirius Peter na sua frente.

Todos passavam por eles e olhavam com estranheza a imagem dos três na ponta espremidos e os outros dois na frente tentando formar um muro. As meninas, ou o que a Alycia achava que podia ser as meninas - Lily, Mary e Marlene -, tentaram se aproximar para conversar com ela, mas sem sucesso. Sirius cortou ela com uma desculpa que a Potter Fêmea estava com dor de cabeça. O que era verdade, mas ainda a deixava puta. Dorcas acenava para ela da mesa da corvinal e ela acenou de volta, voltando ao mundo longe de seus pensamentos.

Tinham ouvido o discurso do chapéu seletor quando chegaram e sua espinha gelou ao ouvir que "momentos sombrios estavam chegando e decisões tem que ser tomadas", sentia que era especificamente para ela, mas poderia ser só um mau presságio, afinal era um chapéu falando, pelo amor de merlin.

Agora tentava prestar atenção no discurso de Dumbledore, acabava dissociando ao olhar para a mesa dos professores e ver aquelas pessoas que só conhecia pelos livros. Estavam ali, a alguns metros de diferença, olhando atentamente para o velho prateado que agora falava em seu palanque. Alycia desviou a atenção para ele e jurou ter visto ele olhar em sua direção com curiosidade, ela desviou o olhar e focou na prataria a frente ainda vazia, esperando o diretor acabar o discurso infinito.

Era loucura que estava ali, sentada naquela mesa da grifinória, com aquelas pessoas que até então amava e se identificava através das páginas, recebendo cumprimentos de outras, com todos aqueles professores e figuras emblemáticas FICCIONAIS. Se perguntava se seria adicionada magicamente nos livros como a tia de Harry Potter que morreu durante a guerra, e se sim, qual história seria contada sobre ela. Nos livros, o futuro de todos os marotos eram tristes e fadados à morte, ficava imaginando se estaria ali justamente para mudar isso e dar no futuro uma família para o Harry.

Mas não fazia sentido, se morresse ali, morreria na vida real? teria um corpo, uma vida para a qual voltar? Poderia voltar quando quisesse? Sua vida continuaria a mesma com ela ali, no caso, uma carcaça dela ou uma duplicata assumiria sua vida pandêmica por ela? Não valia a pena tantos questionamentos, tinha que descobrir para o que viera parar ali, afinal, sabia que faria diferença na guerra, mas em que momento da narrativa?

Ela focou em algo que Potter, bem o outro Potter, falava e tentou se prender naquilo. Haveria uma festa dada pelos grifinórios antes dos início do período letivo começar para valer, e James estava confiante que iria angariar vítimas para se juntar ao time de quadribol. Sirius interrompeu falando que estava animado para estrear o disco que tinha ganhado de sua prima através dos Potter 's.

- Bem que você poderia fazer um teste pra quadribol né, Sirius? - James pede pelo que pareceu ser a milionésima vez para o outro do outro lado da mesa, que para o que está falando na hora. - Você ia ser tipo o David Bowie do Quadribol, um astro.

- Sem chance, Potter. Prefiro acompanhar da arquibancada. - Sirius corta agilmente James, que solta um muxoxo.

- Acho que você combinaria com as vestes de quadribol. - Remus diz como se não fosse nada, mas seu pescoço fica vermelho ao perceber o que falou em voz alta.

Wonderland - E Se O Seu País das Maravilhas Fosse Em Outra Realidade?Onde histórias criam vida. Descubra agora