O rompimento, o silêncio e a vírgula.
Ou os três estágios que todo ser humano precisa passar para saber que algo novo está se iniciando. Um novo ciclo de uma vida que é infinita, que não acaba após a morte, pois o contrário da morte é o nascimento e o que há além dela nós não sabemos.
O rompimento é o primeiro impacto que sofremos. É aquele estágio que a vida está boa demais e você se acostuma, para de esperar que algo grande aconteça, pois não deseja nada além do presente. Você para de contar os dias, de fazer planos e pensar no futuro e se o mundo decidisse parar de repente, você não notaria, pois no fundo esse é o seu desejo, poder se estagnar na fase atual. Porém, a vida segue sem um rumo certo e quando você menos espera, um rompimento acontece; é como placas tectônicas divergentes, que causam destruição pela sua separação, seu rompimento. É a sua fase boa seguindo um caminho diferente de seu destino e deixando apenas o caos para trás.
Mentiras, traições ou consequências, entre tantas outras coisas, podem causar o rompimento e te arrancar do momento utópico da vida.
O silêncio vem em seguida, também podendo ser chamado de fase da aceitação. Quando você simplesmente aceita que aquela é a sua nova vida, que você está lidando com as consequências e que nada pode mudar isso. O silêncio vem para acalmar, mas contrariamente também é o estágio que mais sofremos, pois se estamos em silêncio para o mundo, temos a oportunidade de ficarmos sozinhos com nossos próprios pensamentos e isso pode ser assustador. Se após o rompimento apenas queríamos viver o passado, o silêncio te conecta com o agora, com o presente, te impedindo de sair da zona de angústia.
A vírgula é o último estágio e o contrário do ponto final. Após o primeiro impacto e muita reflexão, a vida se regenera diante de nossos olhos e nós encontramos uma nova motivação, por isso optamos pela vírgula. Afinal, por que usar o ponto final quando ainda há tanta vida a ser vivida? Sempre podemos nos reinventar, nos redescobrir e dar uma segunda chance a nós mesmos.
Esse é o ciclo que se repetirá enquanto estivermos vivos e na Terra, pois o depois eu não sei.
Todo esse sofrimento se dá porque algo está acabando e nós não estamos acostumados com mudanças por sempre ter uma perspectiva negativa do novo. Contrariando as expectativas, o sofrimento rompe o ego e a ignorância, nos torna mais empáticos com a dor do outro e preparados para o próximo ciclo. É como um arco íris após a chuva.
Zayn tinha passado pelos três estágios, mas tudo isso não durou tanto tempo quanto ele esperava, pois durante esse tempo Liam se manteve ao seu lado. Liam foi como uma âncora, firme e sólida, lhe trazendo para o chão todas as vezes que ele se perdia em sua própria dor.
— Nem toda pessoa precisa de uma estrela. Você tem luz própria, Zayn, brilhe! — Era o que Liam dizia toda vez que o moreno sentia que ia desabar ou queria desistir.
Mas Zayn precisava daquela energia, pois Liam era como o sol e Zayn era a sua lua, sendo iluminada e aquecida por um grande astro de fogo e energia.
Foi assim que Zayn finalizou seu livro e teve em mãos a primeira cópia, com a data de publicação para o fim do mês. Nessa mesma época, a esperança voltou para a sua vida e ele perdeu o medo da escuridão que sempre o cercou, pois Liam estava sempre lá, brilhante e pronto para guiá-lo através de todas as complicações.
No fim da segunda semana do mês, quando Zayn se sentia mais leve do que nunca, como se todo o período de tormenta tivesse acontecido para desprendê-lo das amarras do passado, ele e Liam assistiram ao pôr do sol mais lindo até então. Na varanda do apartamento de Liam, deitado em seu peito forte, Zayn se sentiu inabalável e corajoso.
— Vamos para algum lugar longe dessa cidade, só nós dois — Zayn sugeriu.
Quando Zayn se virou para Liam, o castanho viu a obra mais linda de toda a sua vida. O sol poente por trás do moreno, com alguns raios escapando pelas curvas de seus ombros e pescoço, fazendo com que ele ficasse iluminado como uma imagem celestial.
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These Letters Between Us (ziam)
FanfictionEm meio à movimentada cidade de Londres, Zayn Malik era só mais um faxineiro. Ele não tinha nada de especial, além de um trabalho sufocante e vida social precária. A mudança em sua vida se inicia quando ele acha um exemplar de "O Corcunda de Notre D...