CAPÍTULO IV | VOCÊ SE SENTE GRATO?

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Um ar tenso reinava sobre o quarto de luz forte, não pelo medo de falta de respostas, mas pelo tempo valioso que os detetives estavam com receio de perder. Eles já haviam investigado esses casos muitas vezes e só encontravam pistas básicas que construíram a o perfil do assassino, mas não revelavam sua identidade.

- Começamos com a primeira vítima: Gabriel Soares... - Após falar o primeiro nome, todos na sala deixam suas memórias retornarem para analisar as peças fundamentais.

...

Em suas lembranças, dois detetives entraram num quarto abandonado, com alguns objetos como cadeiras, mesa e cama, sendo desorganizados pelo espaço. Em seu meio, estava um homem sobrepeso aprisionado numa cadeira com quatro correntes inseridas em ambas as pernas. O sujeito tinha o número semelhante delas no seu braço direito, já que seu esquerdo estava caído no chão, com outras correntes soltas e sangue a misturar-se com o chão sujo. O mais marcante dessa cena era a coleira de ferro pesada em seu pescoço, conectada com mais de dez correntes pregadas nas paredes com seguradores feitos artificialmente, porém eram resistentes por serem do mesmo material da coleira, e sua cabeça estava repleta de pedaços de vidros afiados que perfuraram completamente sua pele, deixando seu rosto irreconhecível pelo excesso de sangue e vidro, eles reparam que o mesmo havia uma espécie de cinto envolta de sua testa, com alguns fios conectados.

Detetive Duarte pegou um toca-fitas que continha um conteúdo dentro a escutar, ele apertou no play, deixando exposto o jogo narrado pela voz modificada:

- Dizem que o excesso de violência sentida numa pessoa pode mudar o caminho que a mesma traçará pela vida. - No mesmo instante, eles imaginaram a cena: um homem acordou desesperado nesse quarto, pelas caraterísticas ele era acima do peso, branco, com cabelo cacheado preto e olhos verdes, completamente nu. Gabriel focava com pavor as palavras que a fita soava, já tendo sido tocada quando ele acordou. - Imagine essa situação quando ser é uma criança, desprovida do amor de seus pais e sendo menospreza por eles. Eu quero jogar com você, Gabriel, assim como você fez com seu filho durante esses anos.

O homem sentia fortes dores em todo corpo, como se o ferro das correntes pudessem tocar em seus ossos, seus braços tinham a maior dor por estarem muito esticados ao ponto de ele sentir que eles irão partir. Logo a voz continuava:

- Incomodado com as dores? Pois saiba que seu filho também se sentia assim quando você o agredia por motivos furteis. Agora, quero que preste bem atenção em minhas palavras, elas podem ser de grande ajuda. - O homem olhava para cada canto de seu corpo, soltando murmúrios e alguns gritos. Ele também reparou em alguns objetos em sua cabeça. - O mecanismo conectado em sua cabeça possui quatro tigelas de vidro pesado. Apesar de soarem comuns, essas tigelas podem causar um grande estrago em sua face, pois como pode perceber, cada uma está em um canto de sua cabeça e dentro delas há uma bomba caseira, que se caso explodida, deixara os pedaços de vidro penetrar sua pele e haverá seu sangue escorrendo por esse quarto. - O homem continuava em horror. - O único modo de escapar desse lugar está em suas mãos, ou melhor, em seus braços. Suas mãos eram um instrumento de tortura para seu filho, mas percebi que seria mais justo ter um sacrifício maior de você, até porque eu não podia ser injusto com aquela criança. Sendo assim, você terá que desistir de suas armas para não ter a mente estilhaçada em pesados, tal como a sua é por dentro.

Restou segundos de silêncio, no qual o homem desesperado tentava sair daquele lugar. Então, a gravação continuou:

- As correntes presas em suas mãos irão facilitar o processo de amputação. Elas foram inseridas perto de seus ossos, e dado o número delas, você estaria em vantagem. No entanto, creio que é melhor se apressar, pois você só tem dois minutos. Que o jogo comece!

Game Over |Em Revisão|Onde histórias criam vida. Descubra agora