CAPÍTULO I | MÃE

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- Ok. Saulo, pode ler seu poema? - Disse a professora, com seus longos cabelos castanhos, amarrados a um coque. Pele branca levemente branca, e olhos escuros como a noite. A mulher usava um vestido social que lhe dava até os joelhos, sendo justo e tendo a cor cinza escurecido.

Um dos alunos levantou de sua cadeira e caminhou até a frente da sala, tendo todos os olhares dos seus colegas para si, o que não intimidou o jovem que continuava sorrindo. Seus olhos eram azuis, similar a cor do céu. Seu cabelo era dourado claro, em misto com o branco de sua pele. Ele usava seu uniforme como os demais, tendo só a calça jeans azul e seu sapato preto como destaque de sua veste. Foram essas características que o tornavam popular em sua classe, ainda mais por se um estrangeiro estudando no Brasil.

- "Numa sala coberta pelas dores, existiam quatro pessoas.

A mestra, que falhava em seus ensinamentos.

O aprendiz, que negava a aprender.

O castigado, que reprimia seus demais.

E o falso plebeu, que se revelou um rei e os fez pagar por suas injúrias contra a vida."

Após finalizar seus textos, alguns dos colegas aplaudiam, em misto com a professora. Após isso, o garoto voltou para sua cadeira, e sua professora decidiu libera a turma mais cedo, pedindo que aguardassem o sino tocar.

Um garoto chamou Saulo, com um sorriso de orgulho. Sua pele é parda, e seus olhos são similares aos da professora, assim como a cor de seu cabelo. Ele usava um moletom preto por cima de seu uniforme, com seu short e sapatos da mesma cor.

- Não é que você mandou bem mesmo, Saulo? Eu até te invejo, cara. - Disse um dos amigos de Saulo, dando palmas em seu ombro.

O loiro deu uma fraca gargalhada antes de falar.

- Até imagino, Ivandro. Não deve se fácil para você ser o filho da professora de filosofia.

- E como, ainda mais quando você também é o aluno dela. - Ele fitou sua mãe por um breve momento e retornou seus olhares a Saulo. - Então, quer sair hoje?

- Não dá, mano, se esqueceu do trabalho de amanhã?

- Puta merda, sim... Tu tem a cola aí nessa sua bolsinha de acadêmico? - Ivandro mirou para a bolsa masculina de Saulo, sendo usada por ele invés da mochila, tendo uma aparência caprichada de cor de vinho.

- Nem vem, mano.

- Ei! - Uma garota abraçou Ivandro por trás - Ansiosos para a formatura? Finalmente vai acabar a droga do ensino médio, já pensou aguentar o Fernando por mais um ano?!

Enquanto a jovem e o rapaz conversavam, Saulo olhou para o quadro e viu sua professora conversando com outro menino, ambos pareciam estar num clima tenso, discutindo entre eles. Apesar de não ouvir, Helena aparentava usar de um tom ríspido, e o garoto tinha como comunicação os movimentos com suas mãos, pois ele era mudo.

Saulo decidiu aproximar-se deles, conseguindo ouvir uma parte da conversa:

- Rafael, eu não posso fazer nada em relação a isso. Você precisa conversar com eles, só assim eles parem. Eu posso te ajudar quando estiver na escola, mas o que acontece fora dela já não é de minha necessidade. Você tentou conversar com o diretor? Talvez eles recebam uma punição ou algo do tipo para pararem de te machucar.

O garoto mudo tentou responder em libras, mas a professora deu o fim na conversa.

- Eu não posso te ajudar, sinto muito.

Por fim, expressando uma face de decepção, o jovem retira-se da sala, ignorando o pedido de sua professora e chamando atenção de alguns de seus colegas.

Game Over |Em Revisão|Onde histórias criam vida. Descubra agora