Vitor
As rádios locais só falam sobre a enorme tempestade com rajadas de vento que se aproxima da cidade. Como aqui é a capital das cachoeiras, eles repetem incansavelmente que não é para ninguém permanecer perto de nenhuma, devido ao alto risco de cabeça d'água nas próximas horas.
Estaciono diante de casa e procuro Laura ao redor. Espero muito que ela não tenha aproveitado a minha ausência para ir embora.
Minha mãe nem me espera entrar e já avisa:
― Laura foi para a cachoeira e ainda não voltou. Estou começando a ficar preocupada.
Puta merda!
― Sozinha?
― Com quem mais?
― Mãe, você devia ter impedido. Está ouvindo os noticiários? Tem uma tempestade maluca vindo para cá.
― Ela foi mais cedo, disse que não demoraria... Vai ver ela já está fazendo o caminho de volta.
― Duvido! Vou atrás dela.
Entro novamente no caminhão para ganhar tempo. O céu já está bem escuro para o lado leste, embora por aqui ainda esteja com um pouco de sol entre algumas nuvens.
Dirijo depressa até onde consigo ir motorizado. Quando vejo que não dá mais para o caminhão subir devido à geografia ingrime e cheias de pedras, desço, tranco o caminhão e subo a trilha que dá na cachoeira, com o meu coração aos pulos.
Essa maluca ainda vai me fazer enfartar, agindo desse modo camicase. Espero mesmo que ela esteja aqui, pelo menos vou poder levá-la de volta para casa em segurança. Senão, nem sei onde ir procurar.
Subo o mais depressa que consigo, observando as nuvens se juntando e vindo para cá.
Avisto uma peça de roupa no mato. É o blusão vermelho que ela vestia mais cedo. Me aproximo e noto que quase toda a roupa dela está aqui.
Olho para a piscina natural que fica adiante, a cerca de uns cinquenta metros e a vejo tranquila demais, boiando com o rosto virado para o sol, olhos fechados e movimentando os braços suavemente.
A única peça de roupa que ela usa, é uma calcinha amarela.
― Porra! ― resmungo, sem saber o que fazer.
De repente, me deu um branco.
A filha da mãe é bonita demais. Devia ser um crime tanta beleza assim numa pessoa só.
Não sei se devo ou não me aproximar enquanto ela está assim, seminua, aproveitando a tranquilidade desse lugar. Acho até que ela merece um instante de paz depois de tanto tempo de estresses.
Olho pro alto da montanha, lá longe, onde nasce o principal rio que alimenta essa cachoeira. Por lá está bem nublado. Posso ver os raios e ouvir os trovões.
Isso não é nada bom... Lá já deve estar chovendo faz um tempo o que só significa uma coisa: Laura precisa sair da água agora!
Cato suas roupas e corro pelas pedras que ladeiam a piscina, até chegar perto dela:
― Laura! ― ela se assusta e esconde o corpo sob a água.
Boa tentativa, mas a água é cristalina demais.
― Precisa se vestir e vir comigo. Anda! ― apresso-a, mostrando suas roupas ― Venha, não temos muito tempo.
― Não quero assunto com você, vá embora! Largue as minhas roupas!
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Sintonia
Любовные романыVitor foi abandonado pela noiva dias antes de seu casamento. Os dois eram amigos, se conheciam a vida toda e ela nem hesitou na hora de ir embora, não só da vida dele, mas da cidade também, o deixando arrasado. Desde então, oito anos se passaram. Vi...