Se Você Me Amar

Capítulo 22

TESSA

Estava encarando o teto há mais ou menos 20 minutos. Ainda perplexa por realmente estar me apaixonando por Hardin.

Um questionamento surge em minha mente: Estou  realmente apaixonada por ele ou é só a carência que está fazendo com que eu me segure no que temos? Eu sei que gosto dele,mas paixão é um sentimento intenso demais. Penso comigo mesma,mas não tem jeito, realmente está acontecendo. O que eu menos queria que acontecesse, aconteceu. E a culpa é minha, eu sabia que não estava fazendo o certo quando me envolvi com ele,e agora não consigo deixar ele simplesmente ir. Não sei quantas vezes já repeti para mim mesma que deveria dar o fora dessa bagunça.

Ele tinha ido embora  depois de implorar para mim não se apaixonar por ele. Ainda sentia os seus beijos em meus lábios e em minha testa. Me sentia perdida diante de seu pedido “Não se apaixone por mim”

Eu não deveria estar remoendo o que aconteceu,mas eu estou. Respirei fundo quando coloquei os pés no chão e fui até o banheiro,onde encarei o meu reflexo por alguns minutos. Os meus olhos estavam vermelhos,isso não me surpreendeu nem um pouco,fiquei segurando as lágrimas até o momento em que Hardin saiu do meu quarto.

Limpei as lágrimas que ainda molhavam meu rosto e respirei fundo, fechando os meus olhos  com força para tentar controlar a vontade intensa de chorar novamente,mas essa tentativa foi totalmente falha.

Me apoio na pia e aperto com ambas as mãos a mármore. O pior choro que existe é aquele que é expontâneo, você tenta segurar até onde dá,tenta de todas as formas impedir,mas elas sempre acabam escapando de forma descontrolada. Mordo os meus lábios para não fazer barulho e encosto a minha testa no espelho.

- Vai ficar tudo bem. - Eu soluçava cada vez mais,tentando me segurar para diminuir a rapidez com qual chorava,mas eu não conseguia. Engolir o choro era mais doloroso do que chorar. - Eu posso passar por cima disso,eu sei que posso.

Lavei o meu rosto e logo saí do meu quarto,descendo a escada lentamente. Queria voltar para o andar de cima e dormir até tarde,mas seria péssimo deixar a minha vó jantar sem mim,já que ela só passaria essa noite aqui e iria embora amanhã no anoitecer.

Quando entrei na cozinha meu pai estava ajudando a minha avó a terminar de arrumar a mesa.

Minha vó me encara com um sorriso no rosto e eu tento o máximo não transparecer a vergonha que eu estou sentindo.

- Achei que estava dormindo, demorou para descer. - Meu pai diz.

- Eu estava lendo. - Ainda sinto os olhos da minha vó em mim.

Se ela não vier falar comigo, vou fingir que nada aconteceu. Não falou,não viu. Esse era o lema que eu iria usar a partir de agora.

O resto do jantar foi leve, conversamos sobre coisas do dia a dia, e logo depois eu fui ajudar a minha vó a arrumar a mesa. Meu pai já tinha guardado as comidas que sobraram e eu disse que fazia o resto. Ele parecia cansado,afinal trabalhou o dia inteiro. Independente do que eu tinha sentido mais cedo,passar um tempo com eles fez com que eu me acalmasse e me sentisse melhor.

- Por que você está tão calada? - Ela pergunta.

- Por nada.

- Não fique com vergonha do que vi, querida. Só feche a porta da próxima vez,eu poderia ter visto muito mais do que deveria. - Sua voz soava divertida.

- Desculpe, vovó.

- Não peça desculpas! Eu que deveria ter batido na porta antes de entrar. Só tome cuidado,seu pai poderia ter visto. - Movimento a cabeça em concordância.